Connect with us

Entrevistas

Elvis Jucundo apresenta “Bomani” e rompe tabus: A Importância de permitir que os homens chorem

Publicado

aos

Bomani

Quem disse que grandes sonhos não podem surgir de humildes começos? É o que nos ensina Elvis Jucundo, um cineasta moçambicano, cuja paixão pela sétima arte floresceu a partir de suas experiências no teatro da igreja, pegou seu telefone, reuniu ideias e colocou em prática seu sonho de gravar um filme, que será lançado no dia 18 de novembro na Faculdade de Engenharia da UEM, na cidade de Maputo.

Trailer do filme

Intitulado “BOMANI“, que significa “Guerreiro”, o filme conta a história de John Bomani, um jovem africano dotado de poderes sobrenaturais, enfrentando o estigma de ser acusado de bruxaria. Sua jornada é repleta de desafios, perdas e a pressão da expectativa de que “homens não choram”. O filme desafia esse estereótipo e destaca a importância de lidar com as próprias vulnerabilidades.

“Por debaixo da máscara da masculinidade, John Bomani lembra-nos que todos, independentemente do gênero, partilham a capacidade de sentir medo, dor e fragilidade. E um recordação comovente de que a humanidade partilha emoções universais”.

Elvis realizou seu sonho de produzir “BOMANI” com a ajuda de amigos, superando desafios financeiros, como transporte e alimentação. Ele teve que ser criativo e recorrer à ajuda de familiares que emprestaram casas para a filmagem. O filme foi gravado com um smartphone e levou oito meses para ser concluído, com um elenco de 20 actores.

Através das minhas obras, busco criar uma experiência cinematográfica única, onde a narrativa se entrelaça com a expressão artística.

A selecção de actores seguiu critérios rigorosos, com a habilidade de falar inglês sendo um dos mais importantes, dada a natureza bilíngue do filme. Além disso, Elvis procurou espírito dinâmico e vontade de realizar entre seus amigos para garantir que todos compartilhassem sua paixão e visão.

Durante nossa conversa, ele se lembrou de momentos difíceis quando tinha que lutar para entrar em transportes públicos abarrotados com equipamentos de filmagem, mas nunca desistiu de seu sonho.

Desde 2021, Elvis aventurou-se no cinema de forma amadora, filmando suas próprias obras com nada mais do que um celular e um sonho. Interpretando múltiplos personagens em seus curtas-metragens, cativou seu público com histórias em inglês, todas compartilhadas em seu canal do Youtube. Como se isso não fosse o suficiente, Elvis também desempenhou um papel de destaque no seriado nacional “A Influencer” no mesmo ano.

Filho de peixe, peixinho é

Mas de onde veio a inspiração para essa jornada cinematográfica? O crédito vai para o pai de Elvis, um verdadeiro amante de filmes que colecionava DVDs como tesouros. Seu pai não só assistia a filmes, mas também fazia anotações sobre eles, e essa paixão pelo cinema foi transmitida a Elvis.

“Foi ele quem me deu a cereja no bolo ao assistir um dos meus vídeos, o Joker – Caldo Benny Challenge. Ele me questionou sobre o ‘Argumento’ desse filme, e eu, que nunca tinha ouvido falar disso, não consegui responder. Aí ele me ensinou o que era um ‘Argumento’ e a sua importância. Hoje, faço anotações tal como ele fazia e não me apercebia”, contou-nos o cineasta.

As influências de Elvis não param por aí. Ele se inspira no cinema de autor, buscando criar experiências únicas em suas obras, onde a narrativa se entrelaça com a expressão artística. Ele se inspira em realizadores como Christopher Nolan, pela maneira como constrói o filme, a história e cria um mundo único e mágico sem magia, assim como em atores como Ryan Reynolds, Denzel Washington e Gerard Butler.

Ao perguntarmos sobre seus projectos futuros, Elvis mantém o mistério, mas promete algo melhor, com uma técnica aprimorada e uma história ainda mais envolvente. Ele acredita que é possível transformar a indústria cinematográfica moçambicana, desafiando o status quo e incentivando outros a correrem atrás de seus sonhos.

Elvis Jucundo é a personificação de como a paixão, a determinação e a crença em si mesmo podem abrir caminhos em direcção a sonhos aparentemente inatingíveis. Ele nos lembra que, quando se trata de realizar nossos sonhos, tudo é possível se realmente acreditarmos e trabalharmos duro para alcançá-los.

Continuar a ler

Entrevistas

Isac Project o futuro do jazz moçambicano

Publicado

aos

ISAC PROJECT

Às vezes, a música é uma jornada de descoberta pessoal e espiritual. Conversamos com o músico moçambicano Isac Project, cuja paixão pela viola baixo o levou a explorar novos horizontes no mundo do jazz. Descubra mais sobre a essência deste artista emergente que está conquistando corações e mentes em Moçambique e além.

Isac Project teve seu primeiro contacto com a viola baixo na igreja, onde aprendeu as bases de sua carreira musical. A experiência de tocar na banda da igreja o cativou e o inspirou a buscar uma carreira musical mais ampla. Essa paixão inicial o impulsionou a se tornar o músico talentoso que é hoje.

Quando perguntado sobre suas influências, Isac menciona Nathan East, um baixista internacional do mundo do jazz, e Hélder Gonzaga, uma inspiração nacional. Além disso, destaca álbuns do renomado baixista Victor Wooten, como “Words and Tones”, que tiveram um impacto significativo em sua jornada musical.

Seu álbum “Bass in Worship” não é apenas intrigante, mas também cheio de significado. O jazz é o pano de fundo desse álbum, que abrange uma variedade de ritmos contemporâneos, jazz soul e elementos espirituais. Isac Project explora sua fé e espiritualidade por meio da música, criando um álbum que fala ao coração e à alma.

A essência por trás de “Bass in Worship” é uma mensagem poderosa de que o jazz é para todos. Isac Project acredita que a música é uma linguagem universal que pode ser apreciada por pessoas de todas as tribos e níveis sociais, usa o álbum para mostrar sua identidade como cristão e expressa sua devoção e gratidão a Deus por meio da música jazz.

A jornada para criar este álbum começou em 2018, e foi lançado em março de 2020. Desde então, Isac Project tem se apresentado e encantado o público em Maputo.

Quando questionado sobre sua faixa favorita no álbum, Isac destaca “Nakurandza”, uma fusão de jazz e ritmos africanos que pede por mais amor, força e compaixão na Terra. A faixa transmite uma mensagem de esperança e unidade.

O jazz é conhecido por sua improvisação, e Isac Project não decepciona nesse aspecto. O álbum “Bass in Worship” é uma demonstração do talento de Isac para a improvisação, sempre mantendo uma lógica harmoniosa e melódica.

Isac acredita que é importante incorporar suas origens em sua música, mesmo que seja em apenas uma ou duas faixas. Mostrar suas raízes africanas é uma maneira de manter sua identidade cultural em seu trabalho. As expectativas para o álbum “Bass in Worship” foram superadas, com muitas pessoas aderindo ao álbum e solicitando sua compra. O sucesso do álbum abre portas para um futuro brilhante para Isac Project.

Além deste álbum, podemos esperar muito mais do Isac Project, incluindo colaborações com grandes artistas nacionais e internacionais. Sua jornada musical está apenas começando, e temos muito mais para esperar.

Em relação à cena musical moçambicana, Isac vê um país rico em diversidade cultural, com uma cena de jazz em crescimento. O artista destaca nomes como Jimmy Dlullu e Hélder Gonzaga como fontes de inspiração e acredita que Moçambique tem todo o potencial para se destacar internacionalmente no cenário do jazz.

A principal mensagem que Isac espera transmitir é que a boa música de qualidade é uma característica marcante da cena musical moçambicana.

Continuar a ler

Entrevistas

Chrill Malate lança “Nilangui Wena” – Uma ode ao amor e à felicidade

Publicado

aos

Chrill Malate um cupido emergente na música moçambicana

Chrill Malate, o artista conhecido por suas emotivas canções, surpreende mais uma vez com o lançamento de seu mais recente trabalho “Nilangui Wena” (Escolhi a ti). Com seu novo single, Chrill Malate celebra o poder do amor como a solução perfeita para a felicidade.

“Amor é a melhor das soluções, o sentimento perfeito e a única saída para ser feliz!” declarou o artista, descrevendo o cerne de sua nova canção. Com uma mensagem tão positiva, “Nilangui Wena” promete tocar os corações de todos os ouvintes.

O single “Nilangui Wena” foi lançado no dia 20 de outubro e representa uma virada notável na carreira de Chrill Malate. Desta vez, o artista decidiu mergulhar no mundo do Afrobeat, para poder explorar novos sons e ritmos. A música foi gravada nos estúdios da Arts Music e a instrumental ficou a cargo de Dj Kaipirinha.

Chrill Malate compartilhou a inspiração por trás dessa música, revelando que tudo começou com um contacto especial, “Recebi um pedido de um casal que estava prestes a se casar e desejava uma canção única para marcar seu momento especial. Foi a partir dessa inspiração que apresentei a ideia ao Dj Kaipirinha, e juntos, demos vida a esse trabalho magnífico, graças a Deus”, explicou o artista.

“Nilangui Wena” é uma canção que promete emocionar e encantar os apaixonados, bem como todos aqueles que acreditam no poder do amor. Com uma mensagem que celebra o amor como a chave para a felicidade, Chrill Malate entrega mais uma obra-prima musical que permanecerá no coração de seus ouvintes.

Continuar a ler

Entrevistas

Mbudzi Chi Moio reagrupa heróis do rap moçambicano

Publicado

aos

Mbudzi Chi Moio reagrupa heróis do rap moçambicano

O projecto “+258 Heróis” tem sido uma força motriz no rap de Moçambique, ao reunir os heróis do rap moçambicano, com destaque para a nova escola. Recentemente, tivemos a oportunidade de conversar com Mbudzi Chi Moio, um dos responsáveis pelo projecto e pelo estúdio Cypher, onde foram gravadas as músicas do projecto. Em nossa entrevista, exploramos o impacto social e cultural do “+258 Heróis“, seus objectivos no cenário da música Hip-Hop, e o significado por trás do tão aguardado lançamento do álbum “REAGRUPAR“.

Desde o início, em 2020,  o “+258 Heróis” tem servido como um ponto de encontro para artistas em ascensão e não só, sendo uma plataforma onde as ferramentas de negócios são trocadas e onde a experiência é compartilhada entre pessoas de diferentes origens. De acordo com Mbudzi Chi Moio, o projecto é uma verdadeira “Liga dos Campeões”, o que fortalece a comunidade musical em Moçambique.

Mbudzi Chi Moio reagrupa heróis do rap moçambicano

Quando questionado sobre os principais objectivos do projecto no cenário da música Hip-Hop, Mbudzi Chi Moio enfatizou que o “+258 Heróis” é uma união feita por moçambicanos para moçambicanos. O projecto busca alcançar escolas e estar presente na vida da juventude moçambicana. “Um dos objectivos é realizar festivais nacionais em cada província, anualmente“, disse, destacando o compromisso do projecto em fortalecer a indústria musical local e oferecer oportunidades aos artistas emergentes.

A gravação do álbum “REAGRUPAR” foi uma experiência magnífica, de acordo com Mbudzi Chi Moio. Durante essa conversa, compartilhou que, embora a tecnologia tenha facilitado o processo, a colaboração entre artistas de diferentes regiões de Moçambique trouxe seus desafios. No entanto, o resultado é uma obra que reflecte a diversidade e a riqueza do cenário do Hip-Hop no país, algo que o projecto abraçou com responsabilidade.  

Mbudzi Chi Moio reagrupa heróis do rap moçambicano

Com três anos desde o lançamento do primeiro trabalho, “Matrícula vol1” tanto a organização quanto os artistas estão ansiosos para o novo lançamento, e esperam que o público ouça, se divirta e aprenda com as músicas, reforçando assim a missão do “+258 Heróis”.

Um facto curioso sobre o álbum a caminho, é que o título “Reagrupar”, a ser lançado no próximo mês Outubro, faz parte do primeiro álbum “Matrícula Vol 1“, é também o nome da musica promocional já lançada que conta com colaboração de  Mbudzi Chi Moio, Ray Breyka, Jay Arghh, Konfuzo 412, Hernâni  Trovoada, Lydasse, Case Graphics.

Video da música Reagrupar

A frequência deste nome, é uma chamada de atenção para a união entre a classe artística e não só, pois representa uma chamada de patriotismo. É um apelo a todos os moçambicanos para lutarem pelo que é deles, defender a pátria e chamar seus irmãos e vizinhos para unir forças. “É um hino de união, um lembrete de que juntos, podem alcançar grandes feitos”, revela Mbudzi.

Para alem dos nomes ja citados, o album conta com particiapcao de Nicko Journey, Hyuta Cezar, Masepurp, Ckarina Miller, Pita Shana, TMRS Awage, Cefa, Wylson Montana, TheeGuuy, Layerte, Sodoma736, King Cizzy, PURPLESWAG e Kingston Siriro

Continuar a ler