Entrevistas
Mbudzi Chi Moio: O maestro da produção musical

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“A ideia é inspirar pessoas, servir de luz” – Mbudzi Chi Moio
Na indústria musical moçambicana, um nome destaca-se pela excelência e paixão artística, Mbudzi Chi Moio. Com significado intrínseco, “Mbudzi” quer dizer “Cabrito” (associado a “criança” ou “cabrito jovem”) e “Chi Moio” que traduz-se como “Coração Pequeno”, revela a profundidade e singularidade por trás de sua identidade e jornada artística.
Nascido como Brito Júlio Lemos da Silva, o nome “Mbudzi Chi Moio” foi carinhosamente dado por sua mãe, reflectindo sua percepção do carácter sincero de seu filho. No entanto, sua identidade não foi meramente moldada por suas raízes africanas, mas sim pela fusão de suas experiências diárias e sua história pessoal, que desempenharam um papel inspirador na escolha do seu nome artístico.
Crescendo em Chimoio, com um pai natural da Zambézia e uma mãe de Maputo, Mbudzi foi imerso em uma rica diversidade cultural. De Chimoio, absorveu valores de interdependência e compaixão, enquanto em Maputo, a capital de Moçambique, maravilhou-se com a energia e a riqueza das expressões culturais locais. Suas viagens frequentes a Maputo trouxeram constantemente novas influências para Chimoio, uma cidade que descreve como replecta de autoestima e linguagens locais.
Em conversa com a Xigubo, Mbudzi Chi Moio compartilhou a história por trás de seu nome e destacou a profunda influência que essas experiências tiveram na formação de sua identidade e carreira artística. Sua trajectória é uma jornada de autenticidade e autodescoberta, consolidando seu lugar como uma das figuras mais notáveis da cena musical em Moçambique.
“Falar e fazer é o segredo” – Mbudzi Chi Moio
Reflectindo sobre sua jornada pessoal, Mbudzi Chi Moio reconhece o impacto significativo das influências internas e externas em sua evolução artística. À medida que amadurecia, percebeu que o antigo ditado “faça o que eu digo, não o que eu faço” não se aplicava a si, mas sim, que tanto as palavras quanto as ações devem se entrelaçar para efectuar uma mudança real.

Via Facebook Mbudzi Chi Moio
Essa profunda percepção levou a uma transformação em seu nome e abordagem musical, com o objectivo de inspirar além dos limites da indústria musical e impactar positivamente na vida dos moçambicanos. Mbudzi acredita firmemente no poder da música como uma ferramenta para educar as futuras gerações e oferece-se voluntariamente para transmitir o melhor de si por meio de sua arte.
Desde seus primeiros dias em Chimoio, Mbudzi Chi Moio envolveu-se em intercâmbios artísticos com músicos de diferentes províncias por meio da internet. Seu papel como produtor musical e engenheiro de som, a trabalhar em estúdios renomados em Chimoio, o posicionou como um provedor de serviços. Ao mudar-se para Maputo, teve a oportunidade de colaborar com seus ídolos de infância, incluindo DNA, Sameblood e IBS, entre outros.
Cada colaboração ofereceu experiências únicas, estimulando sua mente e disposição para compartilhar seu conhecimento. É esse espírito de aprendizado contínuo e colaboração que moldou sua jornada até aos dias de hoje. Vale destacar que desempenhou um papel fundamental na produção de “Punchlines for Days” de Hernâni, sendo o único produtor presente em todas as três partes da discografia.
“É uma experiência extraordinária desempenhar simultaneamente três papéis na Cypher” – Mbudzi Chi Moi
A carreira multifacetada de Mbudzi Chi Moio apresenta o desafio de equilibrar seus papéis como rapper, produtor e chefe executivo no estúdio de música Cypher. Reconhecendo a natureza dinâmica de seu trabalho, enfatiza a necessidade de priorizar diferentes funções em diferentes momentos. Como produtor, contribui activamente com sua expertise para aprimorar o trabalho de todos os utilizadores do estúdio, entendendo que as pessoas procuram os estúdios Cypher buscando sua orientação. No entanto, em seu papel como chefe executivo, enfrenta desafios adicionais ao lidar com as interações entre artistas.
Em alguns casos os artistas podem ser defensivos devido à sua dupla posição como um rapper e colega, levando a uma interpretação pessoal de suas interações com o chefe executivo. No entanto, Mbudzi Chi Moio reconhece que essa dinâmica promove um ambiente onde todos têm o direito e a oportunidade de expressar suas preocupações, oferecer opiniões e até mesmo negociar descontos directamente com o chefe, acrescenta com um sorriso.
Falando sobre a sua vida multidimensional, Mbudzi Chi Moio revelou que aprende muito com os artistas que encontra, compreendendo intimamente seus sonhos e desafios. Como produtor e executivo, possui a habilidade de ajudar a realizar alguns desses sonhos e resolver os problemas dos artistas.
Ao falar sobre seus projectos recentes, Mbudzi Chi Moio revelou o significado por trás de seus álbuns. “Nova Poluição” incorpora mensagens de autoestima, autovalorização e celebração de metas alcançadas. A resposta entusiasmada do público levou à demanda por um segundo álbum, que entregou com prazer. “Memórias, Escolhas, Histórias” é uma compilação de faixas lançadas e inéditas, mostrando seu extenso repertório. Esse álbum serve como uma homenagem ao rap, um gênero que ele planeja explorar ainda mais à medida que se aventura por outros estilos musicais.
Além de seus empreendimentos solos, Mbudzi Chi Moio também aventura pelo mundo da publicidade, apesar dos desafios que a área traz para si, uma vez que criar músicas para publicidades e filmes exigiu uma mudança de sua abordagem habitual, mais introspectiva, tendo que passar a ser conciso, directo e persuasivo em suas composições de forma a alianhar com os objectivos do mundo corporativo.
Conforme nossa conversa chegava ao fim, Mbudzi Chi Moio expressou sua perspectiva optimista para o futuro da música moçambicana e acredita que o país está em boas mãos. O rapper visualiza um amanhã em que muitos dos desafios da nação serão resolvidos e antecipa o surgimento de artistas moçambicanos reconhecidos internacionalmente e motiva seus colegas tornarem-se mais hábeis em negócios, abraçando seu papel como embaixadores de seu próprio destino.Encoraja também a estudar os prós e contras de suas carreiras escolhidas e enfatiza que, como filhos de Deus, possuem o poder de manifestar seus próprios destinos.
Olhando para o futuro, os planos de Mbudzi Chi Moio são ambiciosos, uma vez que visa elevar o padrão dos estúdios de música em Moçambique, melhorar a qualidade da música produzida, promover uma abundância de lançamentos musicais em escala industrial por meio de seu projecto “+258 Heróis” e fornecer ferramentas que aprimorem o negócio da música. Além disso, quer inspirar todos os moçambicanos a sonhar grande e se tornarem a melhor versão de si mesmos, acreditando firmemente que o melhor produto tem origem em Moçambique.

Entrevistas
Isac Project o futuro do jazz moçambicano

Às vezes, a música é uma jornada de descoberta pessoal e espiritual. Conversamos com o músico moçambicano Isac Project, cuja paixão pela viola baixo o levou a explorar novos horizontes no mundo do jazz. Descubra mais sobre a essência deste artista emergente que está conquistando corações e mentes em Moçambique e além.
Isac Project teve seu primeiro contacto com a viola baixo na igreja, onde aprendeu as bases de sua carreira musical. A experiência de tocar na banda da igreja o cativou e o inspirou a buscar uma carreira musical mais ampla. Essa paixão inicial o impulsionou a se tornar o músico talentoso que é hoje.
Quando perguntado sobre suas influências, Isac menciona Nathan East, um baixista internacional do mundo do jazz, e Hélder Gonzaga, uma inspiração nacional. Além disso, destaca álbuns do renomado baixista Victor Wooten, como “Words and Tones”, que tiveram um impacto significativo em sua jornada musical.
Seu álbum “Bass in Worship” não é apenas intrigante, mas também cheio de significado. O jazz é o pano de fundo desse álbum, que abrange uma variedade de ritmos contemporâneos, jazz soul e elementos espirituais. Isac Project explora sua fé e espiritualidade por meio da música, criando um álbum que fala ao coração e à alma.
A essência por trás de “Bass in Worship” é uma mensagem poderosa de que o jazz é para todos. Isac Project acredita que a música é uma linguagem universal que pode ser apreciada por pessoas de todas as tribos e níveis sociais, usa o álbum para mostrar sua identidade como cristão e expressa sua devoção e gratidão a Deus por meio da música jazz.
A jornada para criar este álbum começou em 2018, e foi lançado em março de 2020. Desde então, Isac Project tem se apresentado e encantado o público em Maputo.

Quando questionado sobre sua faixa favorita no álbum, Isac destaca “Nakurandza”, uma fusão de jazz e ritmos africanos que pede por mais amor, força e compaixão na Terra. A faixa transmite uma mensagem de esperança e unidade.
O jazz é conhecido por sua improvisação, e Isac Project não decepciona nesse aspecto. O álbum “Bass in Worship” é uma demonstração do talento de Isac para a improvisação, sempre mantendo uma lógica harmoniosa e melódica.
Isac acredita que é importante incorporar suas origens em sua música, mesmo que seja em apenas uma ou duas faixas. Mostrar suas raízes africanas é uma maneira de manter sua identidade cultural em seu trabalho. As expectativas para o álbum “Bass in Worship” foram superadas, com muitas pessoas aderindo ao álbum e solicitando sua compra. O sucesso do álbum abre portas para um futuro brilhante para Isac Project.

Além deste álbum, podemos esperar muito mais do Isac Project, incluindo colaborações com grandes artistas nacionais e internacionais. Sua jornada musical está apenas começando, e temos muito mais para esperar.
Em relação à cena musical moçambicana, Isac vê um país rico em diversidade cultural, com uma cena de jazz em crescimento. O artista destaca nomes como Jimmy Dlullu e Hélder Gonzaga como fontes de inspiração e acredita que Moçambique tem todo o potencial para se destacar internacionalmente no cenário do jazz.
A principal mensagem que Isac espera transmitir é que a boa música de qualidade é uma característica marcante da cena musical moçambicana.
Entrevistas
Elvis Jucundo apresenta “Bomani” e rompe tabus: A Importância de permitir que os homens chorem

Quem disse que grandes sonhos não podem surgir de humildes começos? É o que nos ensina Elvis Jucundo, um cineasta moçambicano, cuja paixão pela sétima arte floresceu a partir de suas experiências no teatro da igreja, pegou seu telefone, reuniu ideias e colocou em prática seu sonho de gravar um filme, que será lançado no dia 18 de novembro na Faculdade de Engenharia da UEM, na cidade de Maputo.
Intitulado “BOMANI“, que significa “Guerreiro”, o filme conta a história de John Bomani, um jovem africano dotado de poderes sobrenaturais, enfrentando o estigma de ser acusado de bruxaria. Sua jornada é repleta de desafios, perdas e a pressão da expectativa de que “homens não choram”. O filme desafia esse estereótipo e destaca a importância de lidar com as próprias vulnerabilidades.
“Por debaixo da máscara da masculinidade, John Bomani lembra-nos que todos, independentemente do gênero, partilham a capacidade de sentir medo, dor e fragilidade. E um recordação comovente de que a humanidade partilha emoções universais”.

Elvis realizou seu sonho de produzir “BOMANI” com a ajuda de amigos, superando desafios financeiros, como transporte e alimentação. Ele teve que ser criativo e recorrer à ajuda de familiares que emprestaram casas para a filmagem. O filme foi gravado com um smartphone e levou oito meses para ser concluído, com um elenco de 20 actores.
Através das minhas obras, busco criar uma experiência cinematográfica única, onde a narrativa se entrelaça com a expressão artística.
A selecção de actores seguiu critérios rigorosos, com a habilidade de falar inglês sendo um dos mais importantes, dada a natureza bilíngue do filme. Além disso, Elvis procurou espírito dinâmico e vontade de realizar entre seus amigos para garantir que todos compartilhassem sua paixão e visão.

Durante nossa conversa, ele se lembrou de momentos difíceis quando tinha que lutar para entrar em transportes públicos abarrotados com equipamentos de filmagem, mas nunca desistiu de seu sonho.
Desde 2021, Elvis aventurou-se no cinema de forma amadora, filmando suas próprias obras com nada mais do que um celular e um sonho. Interpretando múltiplos personagens em seus curtas-metragens, cativou seu público com histórias em inglês, todas compartilhadas em seu canal do Youtube. Como se isso não fosse o suficiente, Elvis também desempenhou um papel de destaque no seriado nacional “A Influencer” no mesmo ano.
Filho de peixe, peixinho é
Mas de onde veio a inspiração para essa jornada cinematográfica? O crédito vai para o pai de Elvis, um verdadeiro amante de filmes que colecionava DVDs como tesouros. Seu pai não só assistia a filmes, mas também fazia anotações sobre eles, e essa paixão pelo cinema foi transmitida a Elvis.
“Foi ele quem me deu a cereja no bolo ao assistir um dos meus vídeos, o Joker – Caldo Benny Challenge. Ele me questionou sobre o ‘Argumento’ desse filme, e eu, que nunca tinha ouvido falar disso, não consegui responder. Aí ele me ensinou o que era um ‘Argumento’ e a sua importância. Hoje, faço anotações tal como ele fazia e não me apercebia”, contou-nos o cineasta.
As influências de Elvis não param por aí. Ele se inspira no cinema de autor, buscando criar experiências únicas em suas obras, onde a narrativa se entrelaça com a expressão artística. Ele se inspira em realizadores como Christopher Nolan, pela maneira como constrói o filme, a história e cria um mundo único e mágico sem magia, assim como em atores como Ryan Reynolds, Denzel Washington e Gerard Butler.
Ao perguntarmos sobre seus projectos futuros, Elvis mantém o mistério, mas promete algo melhor, com uma técnica aprimorada e uma história ainda mais envolvente. Ele acredita que é possível transformar a indústria cinematográfica moçambicana, desafiando o status quo e incentivando outros a correrem atrás de seus sonhos.
Elvis Jucundo é a personificação de como a paixão, a determinação e a crença em si mesmo podem abrir caminhos em direcção a sonhos aparentemente inatingíveis. Ele nos lembra que, quando se trata de realizar nossos sonhos, tudo é possível se realmente acreditarmos e trabalharmos duro para alcançá-los.
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Chrill Malate lança “Nilangui Wena” – Uma ode ao amor e à felicidade

Chrill Malate, o artista conhecido por suas emotivas canções, surpreende mais uma vez com o lançamento de seu mais recente trabalho “Nilangui Wena” (Escolhi a ti). Com seu novo single, Chrill Malate celebra o poder do amor como a solução perfeita para a felicidade.
“Amor é a melhor das soluções, o sentimento perfeito e a única saída para ser feliz!” declarou o artista, descrevendo o cerne de sua nova canção. Com uma mensagem tão positiva, “Nilangui Wena” promete tocar os corações de todos os ouvintes.
O single “Nilangui Wena” foi lançado no dia 20 de outubro e representa uma virada notável na carreira de Chrill Malate. Desta vez, o artista decidiu mergulhar no mundo do Afrobeat, para poder explorar novos sons e ritmos. A música foi gravada nos estúdios da Arts Music e a instrumental ficou a cargo de Dj Kaipirinha.
Chrill Malate compartilhou a inspiração por trás dessa música, revelando que tudo começou com um contacto especial, “Recebi um pedido de um casal que estava prestes a se casar e desejava uma canção única para marcar seu momento especial. Foi a partir dessa inspiração que apresentei a ideia ao Dj Kaipirinha, e juntos, demos vida a esse trabalho magnífico, graças a Deus”, explicou o artista.
“Nilangui Wena” é uma canção que promete emocionar e encantar os apaixonados, bem como todos aqueles que acreditam no poder do amor. Com uma mensagem que celebra o amor como a chave para a felicidade, Chrill Malate entrega mais uma obra-prima musical que permanecerá no coração de seus ouvintes.