Cultura
Entre Skates e performances artísticas todos gritaram “Eu Sou do Guetto” em Khongolote
- Share
- Tweet /var/www/wptbox/wp-content/plugins/mvp-social-buttons/mvp-social-buttons.php on line 67
https://xigubo.com/wp-content/uploads/2022/09/IMG-20220926-WA0096-e1664215040554-1000x600.jpg&description=Entre Skates e performances artísticas todos gritaram “Eu Sou do Guetto” em Khongolote', 'pinterestShare', 'width=750,height=350'); return false;" title="Pin This Post">
O movimento cultural “Eu Sou do Guetto”, visitou no sábado passado, 24 de Setembro o Skate Parke de Khongolote, para a realização do seu penúltimo Sarau Cultural com apoio do Centro Cultural Moçambique – Alemão (CCMA).
O evento tinha como objectivo, levar arte para locais poucos explorados em bairros considerados Guetto, pelo movimento. Através do evento, os participantes do sarau, puderam trocar experiências sobre diversos assuntos artísticos, assim como desportivos, em conversa e apresentações de performances.
O evento que tinha como hora marcada 15 horas, foi vítima do habitual “ma 15” atraso moçambicano, iniciando alguns minutos depois. Apesar deste atraso, os que já se faziam no local, mostravam-se ansiosos de tal forma que já desenvolviam conversas com os Skatistas e vice-versa, em alguns casos, surgiram até corajosos que se fizeram à pista, agregando mais uma habilidade à sua vida.
Entre performances artísticas e desportivas, até a lua sentiu ciúmes do sol, resolvendo o afastar para que também pudessem assistir. Até ao final do evento, era visível a cara de satisfação dos participantes, o que deixou o responsável pelo Skate Park, Francisco Vinho, satisfeito com a visita e na fé que o evento despertou outros interesses entre os praticantes de skate, com vocação para as artes.
“Os alunos daqui no Skate Park, que tem uma certa inclinação para as artes, poderão através deste evento, ganhar coragem ou até brotar esse talento, daí que será uma mais-valia para a sociedade, pois um novo homem nascerá, e aprendemos também a valorizar cada escolha” – Francisco Vinho
Enquanto isso, Watson Colosse, responsável pelo “Eu Sou do Guetto”, revelou a Xigubo, que o evento em Khongolote, mostrou que ainda existe muito trabalho, no que diz levar arte para locais poucos usados para este fim, uma vez que pode perceber que aquela era a primeira vez que os praticantes, assim como habitantes daquela zona, assistiam algo parecido.
“É importante mostrar arte para esse público e deixar reagir às atuações do seu jeito. Fico feliz por termos chegado a Khongolote, deu para perceber que das próximas vezes, existem coisas que devemos acautelar, como é a questão do transporte e localização do espaço” – Watson Colosse
Falando sobre a parceria com o CCMA, Watson revela que apesar de desafiadora, está a surtir óptimos resultados, uma vez que em curto espaço de tempo puderam realizar 4 saraus, sem precisar preocupar-se com aspectos técnicos e de comunicação com outros públicos.
O último sarau cultural, “Eu Sou do Guetto”, será realizado no bairro da Matola Santos no dia 8 de Outubro, e contará com a participação de artistas locais, para além de exposições de artesanato e outras manifestações artísticas.
Uma vez que o Movimento Cultural, conta com parceria do Moz Slam, Ernestina e Awa, consideradas as melhores poetisas do sarau, terão direito a apresentar-se no final da quarta edição do Moz Slam, a ser realizado no dia 22 de Outubro no Café das Letras.
Cultura
Maputo recebe terceira edição da exposição “Encontros do Património Audiovisual”
A cidade de Maputo inaugurou esta segunda-feira (27) a terceira edição da exposição Encontros do Património Audiovisual, iniciativa que convida a refletir sobre a memória audiovisual dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).
A mostra está estruturada em três eixos principais. O primeiro apresenta uma vídeo-instalação que combina recortes de documentos, cartas e notícias com vídeo arte, resultado do trabalho da artista franco-sérvia Mila Turajlić, que pesquisa o antigo cinejornal jugoslavo e materiais filmados para movimentos de libertação em África. Entre o acervo analisado, destaca-se o espólio de Dragutin Popović, operador de câmara da Filmske Novosti, que filmou para a Frelimo na Tanzânia, material que deu origem ao filme Venceremos.
O segundo eixo presta homenagem aos 40 anos da estreia do filme moçambicano “O Tempo dos Leopardos”, com roteiro de Luís Carlos Patraquim, Licínio Azevedo, Zdravko Velimirović e Branimir Šćepanović, e fotografia de Victor Marrão.
O terceiro eixo é constituído por uma vídeo-instalação com entrevistas a antigos funcionários de salas de cinema do Instituto Nacional de Cinema, resultado de um levantamento documental e mapeamento de profissionais ligado à história do cinema moçambicano, desenvolvido pela Associação dos Amigos do Museu do Cinema em Moçambique (AAMCM), que mantém esse material como principal acervo.
A exposição proporciona ao público uma viagem pela memória audiovisual da região, destacando tanto o cinema histórico como a investigação artística contemporânea.
Cultura
Edna Jaime apresenta “Nyiko – A Celebração” no Franco-Moçambicano
A performer moçambicana Edna Jaime apresenta “Nyiko – A Celebração” na sexta-feira, 24 de Outubro, às 19h, na Sala Grande do Centro Cultural Franco-Moçambicano (CCFM).
O espectáculo é uma obra de dança contemporânea que funde movimentos e ritmos tradicionais moçambicanos com linguagens coreográficas modernas, celebrando a gratidão, a resiliência e a união comunitária, bem como a diversidade e singularidade do dom (Nyiko) presente em cada indivíduo.
Com diferentes disciplinas artísticas em palco, a criação constrói uma narrativa visual e sonora que conecta corpo, ritmo e ancestralidade. O elenco reúne Francisco Macuvele, Alberto Nhabangue, Sucre da Conceição, Diogo Amaral, Sussekane, Radjha Ally e a Associação Cultural Machaka, num colectivo que celebra a força da colaboração e o poder do movimento.
“Nyiko – A Celebração” é um convite a partilhar histórias, memórias e emoções, exaltando a vida em comunidade e a importância das contribuições individuais dentro do colectivo. Ciente do valor cultural e social da obra, a organização convida os órgãos de comunicação social a estarem presentes e cobrirem este momento especial.
Edna Jaime, nascida em Setembro de 1984, em Maputo, é uma performer e coreógrafa moçambicana com mais de duas décadas de carreira internacional. Começou a sua formação artística na Casa da Cultura de Maputo em 1996, especializando-se em dança tradicional e canto.
Em 2001 descobriu a dança contemporânea, área na qual construiu uma trajectória marcada pela inovação e interculturalidade, colaborando com artistas moçambicanos e internacionais e participando em projectos que unem dança, cinema e performance.
Entre os seus trabalhos mais marcantes estão “Niketche” (2005), apresentado em França no festival Danse L’Afrique Danse, e “Lady, Lady” (2016), uma colaboração entre Moçambique, África do Sul e Madagáscar. Com a coreografia “O Bom Combate”, conquistou o Prémio Reconhecimento ZKB – 2021, na Suíça.
Em 2021 fundou a KHANI KHEDI – Soluções Artísticas, produtora que orienta os seus projectos e iniciativas de artivismo, promovendo a reflexão social através da arte. Entre os trabalhos mais recentes destacam-se a performance no Melhor Vídeo de Hip Hop Moz – 2022 e o Projecto Fotográfico “7 de Abril” (2023), em parceria com Ivan Barros, que homenageia a mulher moçambicana como artista e agente de transformação social.
Cultura
Xisute: dança contemporânea e tradição moçambicana unem-se em manifesto contra a violência
A Associação Cultural Converge+ e o Projecto Festival Raiz anunciam a apresentação da mostra Xisute, uma criação conjunta das artistas Carol Naete, Joana Mbalango, Regina Cuamba e Rostalina Dimande, que será exibida no dia 7 de Novembro de 2025, às 19h, na Casa Velha.
Xisute nasce do diálogo entre a dança contemporânea e os movimentos tradicionais moçambicanos, trazendo para o centro o símbolo da cintura feminina espaço de vida, beleza e feminilidade, mas também território de opressão e violência.

O corpo da mulher, em cena, evoca a sua ancestralidade, dançando a sensualidade como potência vital e não como objecto de exploração. Entre ondulações e gestos interrompidos, a coreografia revela cicatrizes, dores e silêncios do feminicídio, transformando cada movimento em acto de resistência.
Nesta mostra, a cintura antes controlada ergue-se como testemunho de dignidade e libertação. Xisute é um manifesto coreográfico contra a violência, um conto de memórias e uma celebração da esperança, onde a beleza e a feminilidade florescem como raízes de liberdade.