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Entrevistas

Mbudzi Chi Moio reagrupa heróis do rap moçambicano

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Mbudzi Chi Moio reagrupa heróis do rap moçambicano

O projecto “+258 Heróis” tem sido uma força motriz no rap de Moçambique, ao reunir os heróis do rap moçambicano, com destaque para a nova escola. Recentemente, tivemos a oportunidade de conversar com Mbudzi Chi Moio, um dos responsáveis pelo projecto e pelo estúdio Cypher, onde foram gravadas as músicas do projecto. Em nossa entrevista, exploramos o impacto social e cultural do “+258 Heróis“, seus objectivos no cenário da música Hip-Hop, e o significado por trás do tão aguardado lançamento do álbum “REAGRUPAR“.

Desde o início, em 2020,  o “+258 Heróis” tem servido como um ponto de encontro para artistas em ascensão e não só, sendo uma plataforma onde as ferramentas de negócios são trocadas e onde a experiência é compartilhada entre pessoas de diferentes origens. De acordo com Mbudzi Chi Moio, o projecto é uma verdadeira “Liga dos Campeões”, o que fortalece a comunidade musical em Moçambique.

Mbudzi Chi Moio reagrupa heróis do rap moçambicano

Quando questionado sobre os principais objectivos do projecto no cenário da música Hip-Hop, Mbudzi Chi Moio enfatizou que o “+258 Heróis” é uma união feita por moçambicanos para moçambicanos. O projecto busca alcançar escolas e estar presente na vida da juventude moçambicana. “Um dos objectivos é realizar festivais nacionais em cada província, anualmente“, disse, destacando o compromisso do projecto em fortalecer a indústria musical local e oferecer oportunidades aos artistas emergentes.

A gravação do álbum “REAGRUPAR” foi uma experiência magnífica, de acordo com Mbudzi Chi Moio. Durante essa conversa, compartilhou que, embora a tecnologia tenha facilitado o processo, a colaboração entre artistas de diferentes regiões de Moçambique trouxe seus desafios. No entanto, o resultado é uma obra que reflecte a diversidade e a riqueza do cenário do Hip-Hop no país, algo que o projecto abraçou com responsabilidade.  

Mbudzi Chi Moio reagrupa heróis do rap moçambicano

Com três anos desde o lançamento do primeiro trabalho, “Matrícula vol1” tanto a organização quanto os artistas estão ansiosos para o novo lançamento, e esperam que o público ouça, se divirta e aprenda com as músicas, reforçando assim a missão do “+258 Heróis”.

Um facto curioso sobre o álbum a caminho, é que o título “Reagrupar”, a ser lançado no próximo mês Outubro, faz parte do primeiro álbum “Matrícula Vol 1“, é também o nome da musica promocional já lançada que conta com colaboração de  Mbudzi Chi Moio, Ray Breyka, Jay Arghh, Konfuzo 412, Hernâni  Trovoada, Lydasse, Case Graphics.

Video da música Reagrupar

A frequência deste nome, é uma chamada de atenção para a união entre a classe artística e não só, pois representa uma chamada de patriotismo. É um apelo a todos os moçambicanos para lutarem pelo que é deles, defender a pátria e chamar seus irmãos e vizinhos para unir forças. “É um hino de união, um lembrete de que juntos, podem alcançar grandes feitos”, revela Mbudzi.

Para alem dos nomes ja citados, o album conta com particiapcao de Nicko Journey, Hyuta Cezar, Masepurp, Ckarina Miller, Pita Shana, TMRS Awage, Cefa, Wylson Montana, TheeGuuy, Layerte, Sodoma736, King Cizzy, PURPLESWAG e Kingston Siriro

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AOPDH prepara primeiro show a solo

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O grupo AOPDH prepara-se para realizar o seu primeiro show a solo, intitulado Peta Trap no dia 12 de outubro, no Centro Cultural Moçambicano Alemão, na cidade de Maputo, 

Para o grupo, o evento marca um momento especial na carreira do grupo, que tem construído sua trajectória com parcerias, mas agora celebra a realização de um show próprio. 

Em entrevista, os membros do grupo afirmaram que este é um dos primeiros eventos onde têm total controle criativo, o que proporcionará uma experiência mais próxima e personalizada para o público.

Segundo a AOPDH, o show será uma oportunidade única para os fãs verem de perto uma performance que reflecte directamente a essência do grupo, com músicas que abordam questões da sociedade de forma sincera e sem filtros. 

Durante a entrevista destacaram a importância de cantar em línguas locais, como tem feito em seus trabalhos, o que representa o cotidiano e a cultura do sul de Moçambique. Para eles, a música vai além do mercado e do marketing, sendo uma forma de expressão autêntica, conectando-os ao público de maneira significativa.

“Queremos criar um espaço na música popular para expressar aquilo que se vive na sociedade”

Phiskwa membro da AOPDH

Os integrantes da AOPDH também ressaltaram que o show será uma chance de criar um espaço de diálogo e interação com os fãs, algo que ainda é escasso no cenário musical local. O grupo, prometeu uma apresentação que não apenas revela a profundidade de suas letras, mas também oferece uma experiência de palco memorável, com energia e proximidade.

“Acreditamos que quem vai nos conhecer no show, vai ter uma boa experiência de certeza” disse  Phiskwa membro da AOPDH. Este show, cujo a entrega está condicionada ao pagamento de 100 a 200 meticais,terá uma transmissão em directo, no Youtube da 16 Cenas.

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Rumo ao seu lugar no rap, Nélio OJ lança “Ninguém Fará por Nós”

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O rapper moçambicano Nélio OJ lançou recentemente o seu novo projecto, “Ninguém Fará por Nós”, com uma mensagem clara e urgente: a responsabilidade de transformar Moçambique está nas mãos dos seus cidadãos, especialmente da juventude. 

O título da mixtape reflecte o descontentamento de Nélio ao observar que muitos moçambicanos estão a desistir de lutar por um futuro melhor.

“Se não formos nós a lutarmos para mudar ou melhorar o nosso país, ninguém fará por nós”

Nélio OJ

Nélio OJ revela que o início da sua carreira foi marcado por desafios. Ao fazer parte de um grupo onde era o único com uma visão interventiva para o rap, teve de se adaptar ao ambiente, algo que, apesar das dificuldades, o ajudou a ganhar experiência na cena musical.

 Após a separação do grupo, sentiu-se livre para seguir o seu próprio caminho e dar vida ao estilo de rap que sempre desejou produzir.

escute seus trabalhos aqui

“Cometi alguns erros, mas foram esses erros que me tornaram o que sou hoje”, reflete o rapper. Ele destaca que, embora a carreira de rapper em Moçambique seja desafiante, não vê isso como motivo para desistir.

Inspirado pela realidade moçambicana, os desafios sociais, políticos e as dificuldades enfrentadas pela sociedade no dia a dia, Nélio OJ busca utilizar a sua música como um reflexo desses problemas e uma chamada à ação. A mixtape “Ninguém Fará por Nós” é um projecto pessoal, que Nélio descreve como o seu “BI artístico”, um meio para que o público conheça o verdadeiro artista por trás das letras. 

“Estou aqui para fazer a minha parte porque ninguém fará por mim”

Nélio OJ

OJ cita como influências nomes de peso tanto da cena nacional quanto internacional, como Azagaia, Valete, Emicida, Gabriel o Pensador, MC Marechal, Eminem, J Cole, Nas, Hernâni da Silva e MCK, de quem ele procura absorver elementos que o inspiram a continuar a sua jornada.

O principal objetivo de Nélio com este projecto é evoluir profissionalmente e levar a sua música ao maior número possível de moçambicanos, sejam eles apreciadores de rap ou não. “Quero que as minhas letras sirvam de inspiração para as pessoas, que libertem e curem mentes”, conclui o artista, deixando claro que a sua missão vai além do entretenimento, buscando impactar e transformar vidas por meio da sua arte.

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Franklin Gusmão e Elton Penicela apresentam “Flow da Munhava”

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“Flow da Munhava” é o novo trabalho discográfico que uniu mais uma vez  Elton Penicela e Franklin Gusmão, para juntos criarem letras com histórias do cotidiano em ritmos moçambicanos e trap. 

Disponível em algumas plataformas de streaming, o trabalho colaborativo oferece uma experiência auditiva única. Em uma entrevista a Xigubo, Franklin Gusmão revelou as inspirações e o processo criativo por trás deste projecto.

Franklin Gusmão revelou no início da nossa conversa que uma das coisas que mais ama neste projecto é o facto de ter sido feito de forma espontânea, facilitado pela química entre ele e Elton.

Explica ainda que a inspiração para criar o alter ego GUSTTAVO e a mixtape veio da necessidade de representar a terra que viu seus pais crescer, Sofala. Franklin desenvolveu essa vontade quando viveu lá por um tempo, e acredita que a representação é perceptível no sotaque do GUSTTAVO.

O processo criativo por trás das músicas foi simples devido à parceria sólida entre os dois artistas, segundo contam. Elton enviava os beats ou Franklin os pedia, e, com base no que ouvia, reencarnava GUSTTAVO, e o resto se desenrolava naturalmente. 

“Não podemos esquecer das nossas raízes” – Franklin Gusmão

Essa facilidade de colaboração resultou em uma fusão harmoniosa de ritmos nacionais e trap, com a intenção de manter a representatividade e não esquecer as raízes culturais. Franklin acredita que não é necessário buscar samples estrangeiros para fazer bons beats, e Elton tem demonstrado isso em suas produções, misturando elementos tradicionais com toques modernos para a nova geração.

A fusão de ritmos presentes em “Flow da Munhava” é um subgênero que os artistas chamam de “808qTwerka”. O 808, um tipo de baixo popular em instrumentais de trap, é programado de maneira não convencional, criando uma batida que incita o público a dançar. Este é o segundo projecto que apresenta esse gênero após “Selesti” com Rober Mavila. 

A criação de um alter Ego para expor sentimentos ocultos

Franklin revelou que nunca escreveu as músicas na primeira pessoa; embora alguns o chamem de Gusttavo, apenas interpreta essa persona. Gusttavo não é tratado como uma pessoa, mas como um sentimento, uma ideia, uma representação da luxúria presente nos homens, daí que acredita que todo homem tem pensamentos ocultos que não são expressos por questões de ética. 

Gusttavo é a representação desses pensamentos ocultos em sua forma mais pura e sem filtros. Ele afirma que nunca diria ou faria o que Gusttavo diz fazer, mas admite que já teve esses pensamentos, assim como todos nós já tivemos em algum momento.

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