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LUGAR DE DESTAQUE PENÚLTIMA SEMANA DE JUNHO (20-25)

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Mais uma semana do mês de Junho foi-se e as novidades do mundo da Cultura e Entretenimento não param. Leia abaixo, alguns assuntos que marcaram estes dois mundos.

FESTIVAL RAIZ MOSTRA-SE FRONDOSO NO PROGRAMA

Realiza-se até o dia 02 de Julho, na Cidade de Maputo, a 5ª edição do Festival Raiz, evento de cariz tradicional dedicado à música moçambicana, com vista a resgatar, preservar e divulgar a diversidade cultural enraizada em Moçambique.

Diferente dos outros anos, onde encontrava-se limitado quanto a sua programação, este ano, segundo pode ler-se numa nota divulgada pelo Festival, presente edição do Festival Raiz leva ao público uma programação diferente dos outros anos e itinerante, trazendo diversos espaços com propostas de concertos, cinema, conversas, oficinas, feiras de artesanato, gastronomia e literatura. Para tal, o festival vai realizar uma turnê por quase todos os lugares culturais da Cidade de Maputo, como o Cine Scala, Jardim do Centro Cultural Moçambicano Alemão (CCMA), Camões – Centro Cultural Português, à Fundação Fernando Leite Couto, o Centro Cultural Franco – Moçambicano.

PAULINA CHIZIANE COMPARA EDUARDO MONDLANE A JESUS CRISTO

Paulina Chiziane compara Eduardo Mondlane a Jesus CristoSegundo a escritora Paulina Chiziane, Eduardo Chivambo Mondlane, um dos fundadores e primeiro presidente da Frente de Libertação de Moçambique, deve ser comparado a Jesus Cristo, uma vez que ambos deixaram tudo para morrer pelos seus.

Segundo escreveu o Notícias, de acordo com Chiziane, Eduardo Mondlane possui um perfil similar ao de Jesus Cristo, porque foi criado numa situação de pobreza, chegou à universidade e largou tudo para vir unir os seus e lutar pela liberdade. Criticou a auto-negação, a busca de novos profetas e a falta da unidade nacional que inclui solidariedade e cultura. A vencedora do “Prémio Camões” criticou igualmente o abandono da medicina tradicional pela moderna, “temos que estudar”.

20 ARTISTAS PREMIADOS NO MOZ HIP-HOP AWARDS

Foram premiados no dia 23 de Junho, no Cine Teatro Gilberto Mendes, na cidade de Maputo, na primeira edição do Moz Hip-Hop Awards, organizado pela Nexta Vida Entertainment. Cerca de 20 artistas nacionais que trabalham em prol do crescimento do Hip-Hop.   

Segundo os organizadores, foram criadas 25 categorias, onde quatro distinções são prémios de menção honrosa a referências do Hip-Hop Nacional. Para a selecção dos artistas, foram olhados como critérios, factos como Popularidade, Criatividade, Qualidade e Repercussão das obras artísticas com referência ao ano 2021. A votação foi feita por 5 júris independentes da produção.

Dos premiados encontramos, Allan com Melhor Vídeo Clipe, Kiba The Seven & Jay Arghh com a música “Acordo De Paz”, que lhes mereceu Melhor Colaboração, Asnepas considerado melhor DJ, Ell Puto melhor Produtor. O título de Melhor Rapper MVP, foi para Dygo Boy, melhor Grupo De Rap Masculino, Trap Boys, melhor Rapper Masculino, Kloro, melhor Rapper Feminino Filady, Djimetta com Salavrados, foi considerado o melhor álbum, Laylizzy, No Fears, melhor Mixtape.  

Melhor Evento De Hip-Hop, Rapódromo; Melhor Programa Radiofónico De Rap – Clássico Hiphop Time; Melhor Grafiteiro – Shot B.Art; Melhor Gladiador – Dragon Rapper (Da Beira); Melhor Grupo De Rap Revelação – 9naconz; Melhor Director De Vídeo – Case Graphics; Melhor Agente Artístico De Hip-Hop – Dj Sidney Gm; Melhor Verso – Gabriel Flames (De Nampula); Melhor Grupo De Rap Gospel – Focus Label; Melhor Rapper Da Década – Duas Caras; Melhor Liricista – Azagaia; Prémio Rapper Activista HIV – Flash Enccy; Prémio “Rap É Compromisso” – Kuatro Ases (Da Beira); Prémio Carreira – Zito Doggystyle; Prémio Mérito Póstumo – Dr. Municua (Djovana) (Da Beira).

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Saída da Mozal de Moçambique ameaça o futuro dos Prémios de Artes e Cultura

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Recentemente, a Mozal emitiu um comunicado a anunciar a suspensão das suas actividades em Moçambique, a partir de 15 de Março de 2026. A decisão, motivada pela falta de fornecimento de energia eléctrica a preços competitivos, levanta uma série de preocupações que vão muito além do impacto económico imediato.

Entre as várias iniciativas afectadas, destaca-se uma das mais simbólicas no campo cultural, os Prémios Mozal de Artes e Cultura, esta iniciativa, que já vai na sua quinta edição, tornou-se, ao longo dos anos, uma referência incontornável na valorização e promoção dos artistas moçambicanos e um verdadeiro pilar no apoio à nova geração de artistas, atribuindo um prémio monetário de 120 mil Meticais por categoria.

Organizados em parceria com a Associação Cultural Kulungwana, os Prémios celebram anualmente o talento moçambicano nas áreas das Artes Visuais, Fotografia, Cinema e Audiovisuais, Dança, Teatro, Música e Design de Moda e Vestuário. 

É inegável que, caso a saída da Mozal se efective nos moldes anunciados, o futuro destes prémios fica seriamente ameaçado. Para muitos criadores, os Prémios Mozal não representavam apenas um reconhecimento financeiro, mas também uma plataforma de visibilidade, legitimidade e afirmação no panorama artístico nacional.

O patrocínio da Mozal, no âmbito da sua responsabilidade social, preencheu uma lacuna profunda no financiamento das artes em Moçambique, num contexto onde o apoio estatal e privado à cultura é limitado e irregular, esta iniciativa destacou-se como uma das poucas plataformas de grande escala dedicadas à promoção de uma cultura inclusiva, diversa e genuinamente nacional.

Com o anúncio da suspensão das actividades da empresa, instala-se um cenário de grande incerteza um verdadeiro efeito dominó uma vez que não apenas os Prémios de Artes e Cultura, correrem risco de “morrer”, mas todo um ecossistema criativo que encontrou, ao longo dos anos, neste projecto, uma base mínima de sustentabilidade e esperança.

Embora a Mozal tenha referido que continuará a aperfeiçoar as suas estratégias de transição, com vista a apoiar a sustentabilidade dos projectos sociais implementados, permanece a dúvida, será suficiente para garantir a continuidade dos Prémios?

O tempo, e sobretudo as decisões que se seguirem, dirão se a cultura moçambicana voltará a perder mais um dos seus raros espaços de reconhecimento estruturado ou se surgirá uma nova forma de resistência e reinvenção.

Mais sobre os Prémios Mozal

Enquanto o futuro permanece incerto, a edição deste ano dos Prémios de Artes e Cultura assume um peso ainda mais simbólico, mais do que uma simples cerimónia, esta premiação pode representar um dos últimos grandes momentos de celebração estruturada da criatividade moçambicana sob o selo da Mozal.

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DELICA: Associação criada por  Manuela Manguele para o desenvolvimento literário de crianças em Moçambique

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Com 20 anos de idade, Manuela Beatriz Manguele, conhecida no meio artístico como Uela Picada, começa a afirmar-se como uma das jovens vozes mais promissoras da literatura moçambicana.

Escritora, poetisa e estudante de Ciência Política na Universidade Eduardo Mondlane, Manuela é a fundadora da DELICA – Associação para o Desenvolvimento Literário de Crianças e Adolescentes, uma iniciativa inovadora que tem vindo a transformar a relação de crianças e jovens com a leitura e a escrita criativa no país.

A criação da DELICA nasce de uma experiência pessoal marcada pela escassez de livros e pela falta de orientação literária durante a infância. A partir dessa realidade, Manuela decidiu criar uma estrutura que pudesse garantir às novas gerações oportunidades de contacto com a literatura, convertendo uma vivência de carência num projecto de impacto social e educativo.

A associação promove actividades como oficinas de escrita criativa, biblioterapia, performances poéticas e projectos comunitários, com o objectivo de incentivar o gosto pela leitura, fortalecer a expressão artística e estimular o pensamento crítico entre crianças e adolescentes.

A abordagem da DELICA tem-se destacado pelo seu carácter humanizado, artístico e atento ao desenvolvimento emocional e intelectual dos participantes.

Paralelamente ao trabalho associativo, Manuela Beatriz Manguele constrói o seu percurso como poetisa e criadora de conteúdos literários, explorando temas como identidade, infância, feminilidade, dor e resistência. A sua escrita revela sensibilidade e consciência social, características que marcam o seu contributo para a cena literária nacional.

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Associação Hixinkanwe promove acções de sensibilização a pessoas vivendo com HIV e Sida em Maputo

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Mais de 150 pessoas, com destaque para mulheres e crianças vivendo com HIV e Sida, foram sensibilizadas em matérias de violência baseada no género.

O evento que decorreu esta terça-feira, em Maputo, enquadra-se na celebração dos 16 dias de Activismo contra a Violência Baseada no Género.O quintal da Associação Hixinkanwe, no bairro de Malhazine, ficou pequeno para mulheres, homens e crianças que todas as terças-feiras acorrem aquele local para ter uma “panela solidária” e palavras de sensibilização.

Desta vez, o destaque foi para a violência baseada no género, onde, na “roda terapêutica”, as mulheres expuseram os seus traumas.Eliesa Tembe é uma das mulheres que participou da “roda terapêutica” econtou a sua história dramática como viúva e mãe de dois filhos vivendo com HIV.

Segundo conta, com uma voz hesitante e um semblante triste, é que descobriu que era seropositiva em 2017, na gravidez do seu penúltimo filho, que agora tem sete anos, que, felizmente, é seronegativa. Perdeu o marido quando o filho tinha apenas um ano e foi ai que a sua vida começou a ganhar contornos cinematográficos. Entre desentendimentos, quer com a sogra e com a mãe, Eliesa perdeu tudo que o marido a tinha deixado, até o direito de enterrar o seu parceiro.

Como solução, refugiou-se na rua, comendo restos de comida que apanhava nos contentores de lixo até ser acolhida pela Associação Hixinkanwe, “Graças a Deus cheguei nesta casa. Encontrei a mamã Judite, que me apoiou e me aquele abraço que eu queria ter da minha própria família”, conta, lamentando pelo facto de “quando eu tinha o meu esposo toda a família era unida comigo, mas quando o perdi todos se afastaram de mim”.

Para outras mulheres que vivem com HIV, Eliesa diz que o importante é aceitar, primeiro, o seu estado de saúde e cumprir devidamente com amedicação até se tornar indetectável, tal como ela, que agora é activista social.Para além de mulheres, a associação acolhe homens.

Um deles é Jaime Júlio, que chegou na associação debilitado e nem tinha esperança de que iria sobreviver. Mas o suporte que recebeu – a medicação e carinho – sobrepôs-se à doença. Hoje, Júlio é firme: jovens, não se deixem levar por esta doença, porque”, justifica, “não é o fim da nossa vida”, basta, apenas, cumprir com a medicação.

De acordo com Judite de Jesus, presidente e fundadora da Associação Hixinkanwe, esta agremiação destaca-se por suas actividades voltadas à acessibilidade ao tratamento e retenção de vítimas, oferecendo um espaço de acolhimento e suporte a quem mais precisa. Para além do apoio psicológico e social, a associação empenha-se em garantir que essas mulheres permaneçam no tratamento, contribuindo positivamente para a recuperação e empoderamento delas.

“A maioria dos nossos beneficiários são mulheres sobreviventes de violência, cujo oferecemos apoio social e serviços integrados que abrangem a família inteira”, afirma a líder, através de cestas básicas e uma “panela solidária”, onde mulheres se unem para ajudar umas às outras.Os esforços da Associação Hixinkanwe resultaram em conquistas como a redução de mortes entre as beneficiárias, o controle de suicídios e o sofrimento de crianças órfãs, além do empoderamento das mulheres que agora apresentam uma carga viral indetectável.

“A maioria já não depende da associação e muitas iniciaram seus próprios negócios, tornando-se parceiras na missão de ajudar as outras”, destaca de Jesus.

Associação Hixinkanwe atende mais de quatro mil pessoas na cidade de Maputo e em províncias como Gaza e Inhambane, através de núcleos de representação, onde através de “rodas terapêuticas” e “grupos de autoajuda”, onde as mulheres podem compartilhar as suas experiências, ouvir e aprender umas com as outras.

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