Cultura
Konfuzo 412 liberta Alberto em formato digital
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Depois de lançar em formato físico o álbum a “A Liberdade do Alberto” no último mês do ano 2021, o rapper moçambicano Konfuzo 412 ou Alberto Laisse Júnior, disponibiliza o trabalho em todas plataformas digitais.
O trabalho que chegou as plataformas digitais no dia 15 do mês em curso é na verdade a libertação artística e espiritual e a demostração do seu potencial artístico, o que vai ditar novas regras ao rap nacional ao seu crescimento como rapper.
Podemos definir liberdade como a independência do ser humano, autonomia, autodeterminação, espontaneidade e intencionalidade, é neste posicionamento que Konfuzo, convoca Hernâni da Silva, King Cizzy e Maluke Cefa para o ajudar à abrir-se ao mundo e declarar livre das amaras em 14 faixas músicas gravadas na Cipher Studios
O processo de libertação do Alberto, conta com 14 fases, onde na primeira intitulada “Liberdade” o rapper mostra a todos que nada mais teme pois, já passou por situações em que pensou em suicidar-se, mas agora nada o pode parar, porque está livre das amaras que o prendiam. “Com as pedras que eles lançaram construi a mação, onde eu vivo só com amigos de verdade, os muros construídos e sem sarilhos na cidade”.
Na segunda fase passa pela “Jungle” palavra inglesa que significa selva. É nesta selva que Konfuzo toma o lugar que acredita ser seu por direito e mostra bravura e domínio do que faz, tudo resultado de sua persistência e por conta disso não teme e nem pode ser comparado a repistas do twitter, muito menos aos alunos da nova escola.
Posto assumido, chama Maluke Cefa para ajuda-lo a organizar suas ideias e sonhos nas “Racks” (Prateleiras). Quarta fase onde sente-se um “Lonely Boy”(Garoto solitário), 412 traz-nos uma batida e melodia melancólica para segredar-nos a saudade que sente dos seus companheiros de luta pelo sonho de um dia tornar-se num rapper renomado. “Hoje quando fico sozinho, esse mundo me assusta, tens que ter um carro, com o que ganho não consigo um fusca, dinheiro muda as pessoas continuamos na busca, eu me afastei de qualquer coisa que meus planos ofusca”.
Mas é na quinta, que percebe que podemos estar na mesma situação, mas cada um tem seu tempo de brilhar, portanto devemos respeitar o tempo de Deus e continuar a trabalhar para que estejamos prontos a receber a bênção, comparando esta situação a dois bolos feitos da mesma forma mas com sabor diferente.
Como é sabido por todos, depois de uma caminhada é legítimo que descansemos e é exactamente isso que Konfuzo faz, “Pausa” que usa para reflectir sobre o tempo que só falava sobre o seu trauma até ao dia onde entre as várias coisas escolheu viver e libertar Alberto das amaras.
Sua libertação inclui também relações amorosas que influenciam na sua prisão, e avisa com firmeza que já não precisa dela agora que já tem “Pinta de Artista” e uma nova namorada a vista. “Agora ligaste, mas Alberto já te bloqueou, só vamos falar se quiser entrar no meu show”.
Porque todo trabalho que faz tem como resultado lucros, auto-estima e orgulho a faixa que melhor transmite essas emoções não podia faltar, de tal forma que juntou a sua trajectória caminho a libertação do Alberto a música “Fome” já disponibilizada ao público que contou com a participação de King Cizzy e Hernâni da Silva podia falta.
Na nona fase, Alberto escreve uma carta a 412, e conta-lhe sobre pressão que recebe para desistir do seu sonho, largar os estúdios e seguir os estudos com toda a sua energia, mas apesar de tudo não vai desistir, pois acredita num dia melhor e sabe que a vida é um sopro e não se pode desperdiçar a oportunidades de ser feliz. “Querem lembrar-me que a vida é um sopro, das perdas que tive e da dor do luto, querem matar-me, mas usam a mim, esse é o objectivo das vozes que escuto” escreve preparando-se para sorrir durante a libertação.
Lembra da fase número 7, “Pinta de Artista” onde rejeitada sua antiga parceira por já estar de olho numa outra pessoa? Aqui somos revelados a nova parceira e aproveita o momento para a levar junto, caminho a libertação daquele que dá titulo ao trabalho discográfico, a ideia de a levar do medo de a perder, pois foi a única que conseguiu faze-lo acreditar novamente no amor.
“Reflexo Perplexo” é o nome da décima primeira fase onde igual a vida que pretende ter futuramente, segundo vem avisando, caminha muito rápido e concentrado em monetizar o que faz sem se deixar atrapalhar.
Faltando duas fases para estar livre por completo, recarrega as energias, “Reload”, onde rapidamente “Kicking The Door” (Chutando a porta) e é oficialmente libertado o Alberto que anuncia a sua chegada no game e que todos devem preparar-se, uma vez que “no pulmão tenho a chama de um vulcão em erupção, essa cena agora mudou”.
Fim da “Jornada” uma instrumental Jazz invade nossos ouvidos e a alegria da liberdade doma a voz do Alberto, que renova suas esperanças e mostra-se dedicado em orgulhar a mulher que o deu a luz.
Cultura
Énia Lipanga participa do III congresso de direitos humanos e povos originários em Brasil
Énia Lipanga, poetisa e activista social de Moçambique, viaja mais uma vez para o Brasil como uma das vozes convidadas para o III Congresso de Direitos Humanos e Povos Originários, que acontece em Boa Vista, nos dias 21 e 22 de novembro de 2024.
No evento, Lipanga une sua perspectiva literária à luta pelos direitos humanos e pela valorização das culturas indígenas, participando no painel “Educação de Minorias” com uma palestra sobre “A liberdade feminina em poesias”.
Com profunda sensibilidade, Lipanga olha a poesia como uma poderosa ferramenta de resistência e expressão. “A liberdade é não apenas um direito, mas uma prática cotidiana de resistência e expressão,” afirma.
Para ela, a poesia abre um espaço essencial para “explorar as dores e as alegrias da luta feminina,” permitindo que mulheres de todas as origens reescrevam suas histórias e “rompam silêncios”. Sua palestra é uma reflexão sobre como a literatura pode transformar o entendimento sobre igualdade e autoconhecimento, em um caminho marcado pela resiliência.
A presença de Lipanga no congresso também é uma oportunidade de ampliar o diálogo entre a literatura moçambicana e o movimento pelos direitos das mulheres. Inspirada pelas obras de figuras icônicas de Moçambique, como Lília Momplé e Noémia de Sousa, Lipanga espera levar à audiência brasileira o contexto histórico e cultural da luta por liberdade em seu país.
“Quero resgatar essas vozes para que a audiência compreenda que a busca pela liberdade em Moçambique tem raízes antigas e marcantes,” declarou.
Ainda embalada pela energia de sua recente digressão “Composta de Ti(s)” pelo Brasil, onde ministrou palestras e participou de saraus em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, Lipanga destacou o impacto dessa conexão intercultural. “Foi uma jornada transformadora, cheia de encontros e trocas que refletem a minha própria história.”
Cultura
Embaixador do Turismo em Moçambique visita Bazaruto e diz que é preciso valorizar o que é nosso
No último sábado, 28 de setembro, o músico e produtor DJ Ardiles, embaixador do turismo em Moçambique, visitou o arquipélago de Bazaruto, na província de Inhambane, onde ficou encantado com o potencial turístico desta região e saiu com mais certeza de que é preciso valorizar o que é nosso.
Como embaixador de turismo do país, DJ Ardiles acredita que este paraíso devia ser mais explorado pelos moçambicanos e convida a todos a visitarem, porque é do nosso país e devemos sentir orgulho do mesmo. Por isso, o músico pretende continuar a fazer o seu papel de promover este e outros locais turísticos de modo com que todos tenham acesso à informação, conheçam e possam visitar. Na sua visão, valorizar o que é nosso vai desde consumir produtos locais e divulgá-los até tornarem-se comerciais.
Conhecido pelas suas praias de areia branca, águas cristalinas e uma rica vida marinha, Bazaruto é um destino ideal para mergulho, snorkeling e passeios de barco. Os recifes de corais que cercam as ilhas são lar de uma variedade de espécies marinhas, incluindo peixes coloridos, tartarugas e até golfinhos. Ao visitar este local, DJ Ardiles também reflectiu sobre a importância de se continuar a preservar as diversas espécies marinhas da nossa costa e encorajou o Governo a continuar com o trabalho que tem feito para a conservação das mesmas, assim como o público em geral a fazer a sua parte.
Além das suas belezas naturais, o arquipélago também possui uma rica herança cultural. A interacção com as comunidades locais permite aos visitantes conhecer tradições, a gastronomia e a hospitalidade característica da região.
Segundo DJ Ardiles, o desenvolvimento sustentável do turismo em Bazaruto é crucial para preservar este paraíso, por isso, incentiva também investimentos em infra-estruturas que respeitem o meio ambiente e promovam a conservação dos ecossistemas.
Cultura
“Não penso na velhice, tenho medo que a velhice pense em mim”- Mia Couto
O escritor moçambicano Mia Couto, famoso por suas obras, frequentemente aborda a temática do tempo em suas entrevistas e livros. Para o escritor, o tempo e as idades devem ser encarados como travessias, uma visão que permeia sua produção literária.
Em um curto vídeo recente, Mia Couto expressa seu desejo de atravessar o tempo de maneira distraída, sem se deixar prender por suas limitações. Essa mesma reflexão está presente no poema “O espelho”, escrito em 2006, no qual o autor discorre sobre a perplexidade diante do envelhecimento e como a luz da idade revela nosso verdadeiro reflexo.
Confira abaixo o poema que explora essa temática:
O espelho
“Esse que em mim envelhece
assomou ao espelho
a tentar mostrar que sou eu.
Os outros de mim,
fingindo desconhecer a imagem,
deixaram-me, a sós, perplexo,
com meu súbito reflexo.
A idade é isto: o peso da luz
com que nos vemos.”
Maputo, 2006