Entrevistas
Sénio Costa vence o medo e lança-se ao mercado musical com “Dói”
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O mundo da música sempre foi um lugar de expressão e conexão emocional para muitos artistas. É nesse contexto que Sénio Costa decidiu mergulhar nesse universo e lançar sua carreira solo, trazendo consigo uma abordagem autêntica e emocional.
Em conversa , Sénio compartilhou os detalhes de seu trabalho de estreia, o audiovisual intitulado “DÓI”, e suas influências, aspirações artísticas.
Entre o desejo e a demanda
A sua entrada no mundo da música foi influenciada por um amigo próximo. Juntos, formaram uma dupla, com Sénio a demonstrar talento para o Rap e canto. No entanto, reconhece que estava mais inclinado ao canto, mesmo sabendo que o rap era um estilo popular.
É influenciado por uma ampla variedade de estilos, incluindo R&B, trap soul, rap, trap hard, pandza e kizomba.
Artistas como Chris Brown, Bryson Tiller, Tory Lanez, El Puto, Hernâni, Plutonio, Wet Bed Gang, T-Rex e Matuê ocupam lugar especial em seu catálogo de inspirações. No entanto, foi Tory Lanez, Bryson Tiller e Plutonio que moldaram sua identidade artística de forma significativa, levando-o a aprender a produzir suas próprias músicas para se envolver intimamente com sua arte.
Ao falar sobre sua música de estreia, Sénio explicou que inicialmente havia considerado outras duas opções, mas, em conversa com sua agência, decidiu que “DÓI” seria a música escolhida para filmar e lançar oficialmente sua carreira solo.
A música não é simplesmente sobre buscar palavras bonitas, é uma história que esta a ser contada, usando palavras menos romantizadas – Sénio Costa
A história por trás de “DÓI” é curiosa e reveladora. Sénio, que também é produtor musical e compositor, originalmente, criou essa música para outro artista. No entanto, devido a problemas financeiros, o artista não conseguiu adquirir a música.
Aproveitando a oportunidade, resolveu incorporar a faixa em seu próprio trabalho, e escreveu a música numa madrugada de sábado, em seu quarto. As lembranças de decepções passadas e a tristeza que a melodia evocava inspiraram Sénio a criar uma letra que reflectisse suas experiências pessoais, resultando em “Dói”.
Fingir estar bem, só prolonga o sofrimento – Sénio Costa
A música aborda uma das fases mais difíceis de um relacionamento, o término. Neste trabalho, explora o peso emocional desse momento e suas consequências. O artista deseja transmitir aos ouvintes que essa fase é real e necessária para o processo de cura.
Fingir estar bem apenas prolonga o sofrimento, é importante aceitar passar por essa “fase” para recuperar a felicidade.
O video musical foi uma produção ambiciosa, contando com a colaboração da Believe Agency para a produção e direção de fotografia, além do cenografista José Abel, o director do vídeo foi El Cubano.
O projecto enfrentou desafios como a troca de locações e a busca por peças específicas para compor os cenários.
A jornada até o lançamento de seus trabalhos musicais foi incrível e sente que chegou a hora de transmitir sua visão artística ao mundo. A música “DÓI” é um reflexo disso, com sua mensagem honesta e a conexão emocional que busca estabelecer com o público. O artista espera que sua música alcance sucesso e que as pessoas tenham o prazer de ouvir e ver seu trabalho.
No momento, o foco principal de Sénio é fazer o videoclipe crescer em seu canal no YouTube e disponibilizar sua música em várias plataformas para gerar reconhecimento.
Sem papas na língua expressou a sua admiração pelo apoio que tem recebido nas redes sociais e espera que esse apoio se transforme em visualizações e reproduções nas plataformas de streaming.
Sénio também enfatizou que entrega seu sucesso nas mãos de Deus, mantendo-se humilde e dedicado à sua arte.
Meu objectivo é fazer a diferença, e não ser mais um artista como outros – Sénio Costa
Sénio Costa pretende ser um agente de mudança e inspiração para as pessoas, desafiando paradigmas com sua música, para tal planea evoluir constantemente como artista e expandir seus horizontes além das fronteiras.
À medida que Sénio Costa se aventura no mundo da música, seu realismo emocional e sua autenticidade prometem conquistar os corações dos ouvintes. “DÓI” é apenas o começo de uma jornada artística que busca elevar a arte para novos patamares.
Entrevistas
AOPDH prepara primeiro show a solo
O grupo AOPDH prepara-se para realizar o seu primeiro show a solo, intitulado Peta Trap no dia 12 de outubro, no Centro Cultural Moçambicano Alemão, na cidade de Maputo,
Para o grupo, o evento marca um momento especial na carreira do grupo, que tem construído sua trajectória com parcerias, mas agora celebra a realização de um show próprio.
Em entrevista, os membros do grupo afirmaram que este é um dos primeiros eventos onde têm total controle criativo, o que proporcionará uma experiência mais próxima e personalizada para o público.
Segundo a AOPDH, o show será uma oportunidade única para os fãs verem de perto uma performance que reflecte directamente a essência do grupo, com músicas que abordam questões da sociedade de forma sincera e sem filtros.
Durante a entrevista destacaram a importância de cantar em línguas locais, como tem feito em seus trabalhos, o que representa o cotidiano e a cultura do sul de Moçambique. Para eles, a música vai além do mercado e do marketing, sendo uma forma de expressão autêntica, conectando-os ao público de maneira significativa.
Os integrantes da AOPDH também ressaltaram que o show será uma chance de criar um espaço de diálogo e interação com os fãs, algo que ainda é escasso no cenário musical local. O grupo, prometeu uma apresentação que não apenas revela a profundidade de suas letras, mas também oferece uma experiência de palco memorável, com energia e proximidade.
“Acreditamos que quem vai nos conhecer no show, vai ter uma boa experiência de certeza” disse Phiskwa membro da AOPDH. Este show, cujo a entrega está condicionada ao pagamento de 100 a 200 meticais,terá uma transmissão em directo, no Youtube da 16 Cenas.
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Rumo ao seu lugar no rap, Nélio OJ lança “Ninguém Fará por Nós”
O rapper moçambicano Nélio OJ lançou recentemente o seu novo projecto, “Ninguém Fará por Nós”, com uma mensagem clara e urgente: a responsabilidade de transformar Moçambique está nas mãos dos seus cidadãos, especialmente da juventude.
O título da mixtape reflecte o descontentamento de Nélio ao observar que muitos moçambicanos estão a desistir de lutar por um futuro melhor.
Nélio OJ revela que o início da sua carreira foi marcado por desafios. Ao fazer parte de um grupo onde era o único com uma visão interventiva para o rap, teve de se adaptar ao ambiente, algo que, apesar das dificuldades, o ajudou a ganhar experiência na cena musical.
Após a separação do grupo, sentiu-se livre para seguir o seu próprio caminho e dar vida ao estilo de rap que sempre desejou produzir.
“Cometi alguns erros, mas foram esses erros que me tornaram o que sou hoje”, reflete o rapper. Ele destaca que, embora a carreira de rapper em Moçambique seja desafiante, não vê isso como motivo para desistir.
Inspirado pela realidade moçambicana, os desafios sociais, políticos e as dificuldades enfrentadas pela sociedade no dia a dia, Nélio OJ busca utilizar a sua música como um reflexo desses problemas e uma chamada à ação. A mixtape “Ninguém Fará por Nós” é um projecto pessoal, que Nélio descreve como o seu “BI artístico”, um meio para que o público conheça o verdadeiro artista por trás das letras.
OJ cita como influências nomes de peso tanto da cena nacional quanto internacional, como Azagaia, Valete, Emicida, Gabriel o Pensador, MC Marechal, Eminem, J Cole, Nas, Hernâni da Silva e MCK, de quem ele procura absorver elementos que o inspiram a continuar a sua jornada.
O principal objetivo de Nélio com este projecto é evoluir profissionalmente e levar a sua música ao maior número possível de moçambicanos, sejam eles apreciadores de rap ou não. “Quero que as minhas letras sirvam de inspiração para as pessoas, que libertem e curem mentes”, conclui o artista, deixando claro que a sua missão vai além do entretenimento, buscando impactar e transformar vidas por meio da sua arte.
Entrevistas
Franklin Gusmão e Elton Penicela apresentam “Flow da Munhava”
“Flow da Munhava” é o novo trabalho discográfico que uniu mais uma vez Elton Penicela e Franklin Gusmão, para juntos criarem letras com histórias do cotidiano em ritmos moçambicanos e trap.
Disponível em algumas plataformas de streaming, o trabalho colaborativo oferece uma experiência auditiva única. Em uma entrevista a Xigubo, Franklin Gusmão revelou as inspirações e o processo criativo por trás deste projecto.
Franklin Gusmão revelou no início da nossa conversa que uma das coisas que mais ama neste projecto é o facto de ter sido feito de forma espontânea, facilitado pela química entre ele e Elton.
Explica ainda que a inspiração para criar o alter ego GUSTTAVO e a mixtape veio da necessidade de representar a terra que viu seus pais crescer, Sofala. Franklin desenvolveu essa vontade quando viveu lá por um tempo, e acredita que a representação é perceptível no sotaque do GUSTTAVO.
O processo criativo por trás das músicas foi simples devido à parceria sólida entre os dois artistas, segundo contam. Elton enviava os beats ou Franklin os pedia, e, com base no que ouvia, reencarnava GUSTTAVO, e o resto se desenrolava naturalmente.
“Não podemos esquecer das nossas raízes” – Franklin Gusmão
Essa facilidade de colaboração resultou em uma fusão harmoniosa de ritmos nacionais e trap, com a intenção de manter a representatividade e não esquecer as raízes culturais. Franklin acredita que não é necessário buscar samples estrangeiros para fazer bons beats, e Elton tem demonstrado isso em suas produções, misturando elementos tradicionais com toques modernos para a nova geração.
A fusão de ritmos presentes em “Flow da Munhava” é um subgênero que os artistas chamam de “808qTwerka”. O 808, um tipo de baixo popular em instrumentais de trap, é programado de maneira não convencional, criando uma batida que incita o público a dançar. Este é o segundo projecto que apresenta esse gênero após “Selesti” com Rober Mavila.
A criação de um alter Ego para expor sentimentos ocultos
Franklin revelou que nunca escreveu as músicas na primeira pessoa; embora alguns o chamem de Gusttavo, apenas interpreta essa persona. Gusttavo não é tratado como uma pessoa, mas como um sentimento, uma ideia, uma representação da luxúria presente nos homens, daí que acredita que todo homem tem pensamentos ocultos que não são expressos por questões de ética.
Gusttavo é a representação desses pensamentos ocultos em sua forma mais pura e sem filtros. Ele afirma que nunca diria ou faria o que Gusttavo diz fazer, mas admite que já teve esses pensamentos, assim como todos nós já tivemos em algum momento.