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Entrevistas

“Precisamos profissionalizar a comédia” -Valdo VJ

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Valdo VJ

Conheça a história do Tiktoker moçambicano Osvaldo Armando Simango ou Valdo VJ , como é conhecido nas redes sociais.

Com início da carreira, como criador de conteúdos no Tik Tok, em Março de 2020, Valdo Vj é formado em Publicidade & Marketing pela Escola Superior de Jornalismo (ESJ), e é na boleia do mesmo que Daniel Jacinto (Xigubo)  aproveitou para conversar e saber do VJ sobre a sua entrada no mundo da comédia, projectos, sua visão quanto ao avanço da comédia em Moçambique.

 

Como nasce o nome Valdo VJ?

Foi uma invenção minha, na altura procurava por um nome diferente e que encaixasse com o Valdo. Isto surgiu numa altura em que o Facebook começou a bater em Moçambique, 2013 ou 14. Criei uma conta no Facebook, mas notei que todos os meus amigos tinham nomes fictícios então também precisava dum A.K.A, certo dia escuto uma música pertencente a Júlia Duarte e Valdemiro José, onde Júlia chama Valdemiro de VJ, gostei do nome tanto que decide adoptar o VJ.

E a paixão pela comédia?

Sempre fui um gajo cómico e com o aparecimento do Tiktok e o confinamento pude descobrir-me. Comecei a usar o aplicativo em Março de 2020 e na altura era só para descontrair, de tal forma que tive uma pausa, mas regressei em Julho criando conteúdos virados para a realidade moçambicana.

Como funciona o processo criativo?

Primeiro penso numa história e depois nas personagens, e os desenhos. As narrativas podem ser vividas por mim, inventadas e até contadas, e a partir desses pequenos acontecimentos construo a história e adapto os personagens.

Agora quanto a personagem mais falada, a senhora Cumbane que representa a sogra, criei a personagem, mas não tinha um nome, daí que comecei a pensar em um apelido que soasse a realidade moçambicana e de todos gostei de Cumbane, pois encaixou perfeitamente na personagem.

Chego a levar 30 minutos ou uma hora de tempo para produzir os vídeos. As vezes tenho que gravar com 2, 3 ou até 4 figuras e depois levar para o processo de pós-produção.

 

Existe um vídeo que usou o som “Já não me dá valor” da Lizha James como trilha, qual mensagem buscou partilhar?

Pensei numa situação em como reagiria a parceira de alguém se no dia da graduação fosse deixada de lado o namorado e recusasse tirar uma foto com a namorada para dar atenção a sua mãe e as amigas. Foi quando lembrei que existe uma música que representava a situação e usei a mesma para dar mais destaque a mensagem.

“Os humoristas ou comediantes ainda são um pouco banalizados, olhamos para a área e os fazedores como desocupados”, Valdo VJ

Qual é a sua visão sobre comédia em Moçambique?

Infelizmente, os humoristas ou comediantes ainda são um pouco banalizados, olhamos para a área e os fazedores como desocupados. A comédia é um trabalho sério porque não é fácil acordar e pensar numa piada ou conteúdo que vai deixar as pessoas felizes e mudar a vida, está área mexe com os sentimentos das pessoas e influencia comportamentos.

Para mim, ainda não é visto como devia ser. Sou formado, mas trabalho na comédia, não é uma questão de desocupação, mas sim de talento e amor à arte.

O que se pode fazer para mudar este pensamento?

Os artistas devem começar a se profissionalizar na área. Devemos mudar a nossa perspectiva quando realizamos estes trabalhos e parar de olhar como passatempo. Você é humorista e está a trabalhar para pessoas, produz para as pessoas, usa a sua arte para influenciar pessoas, mudar o dia das pessoas que te acompanham.

Olhando para onde está actualmente, o que podemos esperar?

Continuarei a trabalhar no ramo, pretendo profissionalizar e levar as minhas ideias criativas para outros patamares.

Podem esperar muito trabalho. Estou a trabalhar com uma equipe para produzirmos conteúdos para as plataformas digitais e, brevemente, abrirei o meu canal do YouTube para a produção de programas humorísticos, a meta é tornar estes trabalhos profissionais.

Entrevistas

Denilson LA prepara lançamento de “Casa Azul”

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Denilson LA CASA AZUL

O músico moçambicano Denilson LA lançará no dia 24 deste mês mais um trabalho discográfico, intitulado “Casa Azul” no Hey Jo Tacos, seu segundo álbum depois de “Último dia de Inverno”. Neste trabalho, o músico, promete abrir-se com ao público como nunca fez.  

A ideia de baptizar o álbum com esse nome remete à casa de seu produtor Badjo, onde ele e outros artistas costumam reunir-se para trocar ideias sobre arte e gravar suas composições. Segundo Denilson, quando estão lá, a casa é ambientada com luzes azuis que lhe trazem o espírito de querer expressar seus sentimentos. Para si, o azul é uma cor de vulnerabilidade, felicidade e energias positivas, daí sua preferência por ela, às vezes também associada à tristeza, dependendo do contexto, porem tudo mexe com seus sentimentos.

Assim, a escolha do nome para o álbum não foi aleatória, e suas músicas seguiram o mesmo pensamento. Denilson considera o álbum seu diário, com foco na casa de Badjo, onde conversava com amigos e conhecia novas pessoas, tanto em momentos tristes quanto felizes.

Comparando com seu álbum anterior, apesar de ter trabalhado no mesmo estúdio, a diferença reside no facto de que as músicas não foram programadas para fazer parte deste projecto, ao contrário de “Último Dia de Inverno”, onde sabia que estava a gravar um projecto, mas ainda não tinha um nome para ele.

Como forma de tornar as músicas mais originais e tocantes, resolveu trabalhar com instrumentistas que o acompanham em seus shows. A gravação de todas as músicas levou 2 anos, fluindo naturalmente. A ideia de trazer os instrumentistas foi algo muito diferente para si. O álbum cont atambem com a participação de Bangla 10, que vem de um mundo musical diferente do seu.

A colaboração com Bangla surgiu depois que este o convidou para colaborar em uma de suas músicas. Assim, conseguiram conhecer-se como pessoas, não apenas como músicos, e identificaram-se um com o outro. Além de Bangla, Hernani da Silva e Nicko Journey fazem parte deste trabalho.

https://open.spotify.com/album/53GzRQbFWik8IBXSWYWsg1

O álbum é composto por ritmos musicais africanos misturados com R&B. Em algumas músicas, fez-se coisas novas para criar uma identidade única. Todas as letras contam histórias de amor, vivências, ambições e histórias sobre si para os outros, na expectativa de que alguém se identifique com sua música e seja impactado da melhor forma possível.

Durante o processo de produção dessas músicas, algo interessante aconteceu, seu produtor chegou a emocionar-se com algumas delas enquanto gravavam, o que o fez perceber que caminhava pelo lugar certo, uma vez que notou que suas histórias eram as do outros, algo que ajudou a solidificar a amizade entre eles, uma vez que também passam pelas mesmas situações.

Embora um bom pai não tenha um filho favorito, a primeira música deste álbum tem um grande significado para Denilson. “Quem Sou Eu” traz consigo uma reflexão sobre o amor e ódio que tem pela música. Apesar de ser satisfatório receber muito apoio e admiração pelo que faz, o dinheiro que consegue ainda não é suficiente para estabelecer-se completamente.

Última música lançada antes do álbum

Assim, reflecte sobre as consequências de fazer música e todos os dilemas envolvidos. A inclusão desta música não foi aleatória. Denilson acredita que antes de contar suas histórias, precisa introduzir a todos sobre quem realmente é.

Com este álbum, espera recuperar o investimento feito e pagar aos investidores que acreditaram nele, uma vez que não tinha fundos para custear todas as despesas. Um facto curioso sobre essas músicas é que 30% delas foram criadas para serem vendidas, porém isso não aconteceu, pois seus amigos não permitiram, dai que acredita que elas ganharem mais visibilidade, será algo interessante de se observar.

Antes do lançamento deste álbum, Denilson, estará no 16 Neto as 16 horas do dia 10 de Fevereiro, para uma sessão de escuta do álbum.

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Depois de alcançar um milhão de visualizações no YouTube, Lukie prepara álbum 

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Lukie

O ano acaba de começar e as expectativas tendem a estar em alta, algo que nao é diferente para a cantora moçambicana Lukie, que no ano passado (2023) lançou o audiovisual “Vão Falar”, ao lado de Idrisse ID, que se tornou num sucesso a ser a música mais pedida na Super Fm por duas semanas consecutivas e alcançado a marca de 1 milhão de visualizações no Youtube. 

Em conversa, Lukie revelou detalhes sobre suas conquistas em 2023 e os planos para 2024. Falando sobre “Vão Falar“, a cantora expressou sua gratidão por ter alcançado um número que sempre almeja, e para si, isso significa que entregou ao mundo, aquilo que precisava e na melhor qualidade, e descreve os sentimento que carrega como honra por representar a cultura e a música moçambicana de maneira tão positiva.

Foi uma conquista incrível e muito gratificante“, afirmou Lukie, demonstrando entusiasmo e determinação para buscar mais sucessos no futuro.

Olhando para o horizonte de 2024, Lukie prometeu aos fãs uma nova fase: mais forte e determinada do que nunca. “Preparem-se para uma nova Lukie, com novas músicas e até mesmo o lançamento do meu álbum”, declarou, embora detalhes sobre o álbum e as músicas que estão por vir ainda sejam um segredo.

Além de seus planos musicais, Lukie falou das suas fontes de inspiração para suas composições, destacando sua mãe como sua maior musa, e para que suas músicas transmitam sentimentos profundos, olha para a sociedade e faz criações que espalham amor, buscando impactar positivamente.

Para quem escuta as músicas de Lukie, sabe que o Emakhuwa, uma das línguas moçambicanas faladas em Cabo Delgado, é predominante em seus trabalhos. Na visão de Lukie, cantar dessa forma reforça seu compromisso em representar a diversidade linguística de Moçambique por meio de sua música.

Outras entrevistas:

Com um olhar optimista para o futuro e uma determinação inabalável em elevar a música moçambicana, Lukie se prepara para fazer de 2024 um ano marcante em sua carreira, prometendo levar adiante sua paixão pela música e sua conexão com a cultura local.

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Isac Project o futuro do jazz moçambicano

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ISAC PROJECT

Às vezes, a música é uma jornada de descoberta pessoal e espiritual. Conversamos com o músico moçambicano Isac Project, cuja paixão pela viola baixo o levou a explorar novos horizontes no mundo do jazz. Descubra mais sobre a essência deste artista emergente que está conquistando corações e mentes em Moçambique e além.

Isac Project teve seu primeiro contacto com a viola baixo na igreja, onde aprendeu as bases de sua carreira musical. A experiência de tocar na banda da igreja o cativou e o inspirou a buscar uma carreira musical mais ampla. Essa paixão inicial o impulsionou a se tornar o músico talentoso que é hoje.

Quando perguntado sobre suas influências, Isac menciona Nathan East, um baixista internacional do mundo do jazz, e Hélder Gonzaga, uma inspiração nacional. Além disso, destaca álbuns do renomado baixista Victor Wooten, como “Words and Tones”, que tiveram um impacto significativo em sua jornada musical.

Seu álbum “Bass in Worship” não é apenas intrigante, mas também cheio de significado. O jazz é o pano de fundo desse álbum, que abrange uma variedade de ritmos contemporâneos, jazz soul e elementos espirituais. Isac Project explora sua fé e espiritualidade por meio da música, criando um álbum que fala ao coração e à alma.

A essência por trás de “Bass in Worship” é uma mensagem poderosa de que o jazz é para todos. Isac Project acredita que a música é uma linguagem universal que pode ser apreciada por pessoas de todas as tribos e níveis sociais, usa o álbum para mostrar sua identidade como cristão e expressa sua devoção e gratidão a Deus por meio da música jazz.

A jornada para criar este álbum começou em 2018, e foi lançado em março de 2020. Desde então, Isac Project tem se apresentado e encantado o público em Maputo.

Quando questionado sobre sua faixa favorita no álbum, Isac destaca “Nakurandza”, uma fusão de jazz e ritmos africanos que pede por mais amor, força e compaixão na Terra. A faixa transmite uma mensagem de esperança e unidade.

O jazz é conhecido por sua improvisação, e Isac Project não decepciona nesse aspecto. O álbum “Bass in Worship” é uma demonstração do talento de Isac para a improvisação, sempre mantendo uma lógica harmoniosa e melódica.

Isac acredita que é importante incorporar suas origens em sua música, mesmo que seja em apenas uma ou duas faixas. Mostrar suas raízes africanas é uma maneira de manter sua identidade cultural em seu trabalho. As expectativas para o álbum “Bass in Worship” foram superadas, com muitas pessoas aderindo ao álbum e solicitando sua compra. O sucesso do álbum abre portas para um futuro brilhante para Isac Project.

Além deste álbum, podemos esperar muito mais do Isac Project, incluindo colaborações com grandes artistas nacionais e internacionais. Sua jornada musical está apenas começando, e temos muito mais para esperar.

Em relação à cena musical moçambicana, Isac vê um país rico em diversidade cultural, com uma cena de jazz em crescimento. O artista destaca nomes como Jimmy Dlullu e Hélder Gonzaga como fontes de inspiração e acredita que Moçambique tem todo o potencial para se destacar internacionalmente no cenário do jazz.

A principal mensagem que Isac espera transmitir é que a boa música de qualidade é uma característica marcante da cena musical moçambicana.

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