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Cultura

O grito da Paulina Chiziane e Azagaia para despertar do berço da humanidade

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A renomada escritora moçambicana, Paulina Chiziane, lançou recentemente um single que toma designação “Vuka África”  que significa na língua portuguesa “Acorda África” que visa chamar a reflexão dos africanos em especial aos moçambicanos a despertarem do abismo gerado pelo colonialismo.

O single, contou com a especial participação do saudoso músico moçambicano Edson da Luz, artisticamente (re) conhecido por Azagaia e da artista Helena Promise.

Ignorando todas metáforas e sem rodeios, de forma clara e objetiva, os artistas levantaram os problemas Chaves que levam os africanos a serem presas fáceis dos europeus desde a colonização (Antes, durante e depois), explicando minuciosamente sobre as estratégias políticas e mercadológicas usadas para distrair os africanos a caírem no “abismo da ignorância” para posteriormente serem tirados suas riquezas.

Edson da Luz (Azagaia), que se auto intitulava “o eterno vencedor das causas perdidas”, como sempre, não deixou de dar a luz ao seu povo que se encontra no fundo do túnel, esmiuçando todos elementos supracitados.

O rapper expôs de forma evidente como são desenhadas e aplicadas as estratégias de manipulação e a instrumentalização da fé em benefícios dos europeus, conforme sustenta o trecho a seguir.

“Não vês que te montam armadilhas para levarem teu ouro, teus filhos e tuas filhas. Sentaram-se em Berlim para estudar tuas fraquezas. Trocar tuas rezas para entregar tuas riquezas. Igrejas que te ensinam sobre um Deus criam escravos em troca da paz com os Europeus”.

Não sendo suficiente as instituições religiosas para chamar a inconsciência dos africanos, os europeus recorrem também aos mídias para distraí-los  com a promoção dos casamentos homossexuais e o consumo das drogas, cantou o artista.

Helena Promise, emprestou a sua voz  a escritora, para dar vida ao corro da música, clamando pelo fim da cegueira dos africanos, pois a África, é uma estrela que ilumina o mundo.

Em linhas gerais o single, aborda sobre as consequências e sequelas  da colonização  em África especialmente em Moçambique, e as  possíveis soluções para despertar e chamar a reflexão  dos povos para todos elementos acima referidos para uma possível “soltura” das mãos do europeus.

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Cultura

Maputo recebe terceira edição da exposição “Encontros do Património Audiovisual”

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A cidade de Maputo inaugurou esta segunda-feira (27) a terceira edição da exposição Encontros do Património Audiovisual, iniciativa que convida a refletir sobre a memória audiovisual dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).

A mostra está estruturada em três eixos principais. O primeiro apresenta uma vídeo-instalação que combina recortes de documentos, cartas e notícias com vídeo arte, resultado do trabalho da artista franco-sérvia Mila Turajlić, que pesquisa o antigo cinejornal jugoslavo e materiais filmados para movimentos de libertação em África. Entre o acervo analisado, destaca-se o espólio de Dragutin Popović, operador de câmara da Filmske Novosti, que filmou para a Frelimo na Tanzânia, material que deu origem ao filme Venceremos.

O segundo eixo presta homenagem aos 40 anos da estreia do filme moçambicano “O Tempo dos Leopardos”, com roteiro de Luís Carlos Patraquim, Licínio Azevedo, Zdravko Velimirović e Branimir Šćepanović, e fotografia de Victor Marrão.

O terceiro eixo é constituído por uma vídeo-instalação com entrevistas a antigos funcionários de salas de cinema do Instituto Nacional de Cinema, resultado de um levantamento documental e mapeamento de profissionais ligado à história do cinema moçambicano, desenvolvido pela Associação dos Amigos do Museu do Cinema em Moçambique (AAMCM), que mantém esse material como principal acervo.

A exposição proporciona ao público uma viagem pela memória audiovisual da região, destacando tanto o cinema histórico como a investigação artística contemporânea.

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Cultura

Edna Jaime apresenta “Nyiko – A Celebração” no Franco-Moçambicano

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A performer moçambicana Edna Jaime apresenta “Nyiko – A Celebração” na sexta-feira, 24 de Outubro, às 19h, na Sala Grande do Centro Cultural Franco-Moçambicano (CCFM).

O espectáculo é uma obra de dança contemporânea que funde movimentos e ritmos tradicionais moçambicanos com linguagens coreográficas modernas, celebrando a gratidão, a resiliência e a união comunitária, bem como a diversidade e singularidade do dom (Nyiko) presente em cada indivíduo.

Com diferentes disciplinas artísticas em palco, a criação constrói uma narrativa visual e sonora que conecta corpo, ritmo e ancestralidade. O elenco reúne Francisco Macuvele, Alberto Nhabangue, Sucre da Conceição, Diogo Amaral, Sussekane, Radjha Ally e a Associação Cultural Machaka, num colectivo que celebra a força da colaboração e o poder do movimento.

“Nyiko – A Celebração” é um convite a partilhar histórias, memórias e emoções, exaltando a vida em comunidade e a importância das contribuições individuais dentro do colectivo. Ciente do valor cultural e social da obra, a organização convida os órgãos de comunicação social a estarem presentes e cobrirem este momento especial.

Edna Jaime, nascida em Setembro de 1984, em Maputo, é uma performer e coreógrafa moçambicana com mais de duas décadas de carreira internacional. Começou a sua formação artística na Casa da Cultura de Maputo em 1996, especializando-se em dança tradicional e canto.

Em 2001 descobriu a dança contemporânea, área na qual construiu uma trajectória marcada pela inovação e interculturalidade, colaborando com artistas moçambicanos e internacionais e participando em projectos que unem dança, cinema e performance.

Entre os seus trabalhos mais marcantes estão “Niketche” (2005), apresentado em França no festival Danse L’Afrique Danse, e “Lady, Lady” (2016), uma colaboração entre Moçambique, África do Sul e Madagáscar. Com a coreografia “O Bom Combate”, conquistou o Prémio Reconhecimento ZKB – 2021, na Suíça.

Em 2021 fundou a KHANI KHEDI – Soluções Artísticas, produtora que orienta os seus projectos e iniciativas de artivismo, promovendo a reflexão social através da arte. Entre os trabalhos mais recentes destacam-se a performance no Melhor Vídeo de Hip Hop Moz – 2022 e o Projecto Fotográfico “7 de Abril” (2023), em parceria com Ivan Barros, que homenageia a mulher moçambicana como artista e agente de transformação social.

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Cultura

Xisute: dança contemporânea e tradição moçambicana unem-se em manifesto contra a violência

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A Associação Cultural Converge+ e o Projecto Festival Raiz anunciam a apresentação da mostra Xisute, uma criação conjunta das artistas Carol Naete, Joana Mbalango, Regina Cuamba e Rostalina Dimande, que será exibida no dia 7 de Novembro de 2025, às 19h, na Casa Velha.

Xisute nasce do diálogo entre a dança contemporânea e os movimentos tradicionais moçambicanos, trazendo para o centro o símbolo da cintura feminina espaço de vida, beleza e feminilidade, mas também território de opressão e violência.

O corpo da mulher, em cena, evoca a sua ancestralidade, dançando a sensualidade como potência vital e não como objecto de exploração. Entre ondulações e gestos interrompidos, a coreografia revela cicatrizes, dores e silêncios do feminicídio, transformando cada movimento em acto de resistência.

Nesta mostra, a cintura antes controlada ergue-se como testemunho de dignidade e libertação. Xisute é um manifesto coreográfico contra a violência, um conto de memórias e uma celebração da esperança, onde a beleza e a feminilidade florescem como raízes de liberdade.

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