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"Muitos pensam que ter música na internet é o que mais vende, mas o que rende é estar no palco", Denilson LA - Xigubo
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“Muitos pensam que ter música na internet é o que mais vende, mas o que rende é estar no palco”, Denilson LA

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Denilson LA: Muitos músicos ainda estão enganados em pensar que vender música online é o que mais vende, mas o que rende é estar no palco a cantar

No fascinante cenário musical moçambicano, uma nova geração de talentos está a florescer, trazendo consigo uma perspectiva revigorante e uma paixão  incansável pela música. Denilson LA, jovem músico, é uma das vozes mais promissoras dessa cena. Em uma conversa com a Xigubo, Denilson compartilhou os caminhos que o levaram a fazer da música parte da sua história, as influências e como a sua geração está a moldar o futuro da música em Moçambique.

A Paixão Inabalável pelo Palco: As Raízes de Denilson LA

Minha primeira paixão foi estar no palco,” é desta forma que Denilson LA começa a contar-nos sobre as suas origens.  Para LA, o palco é mais do que um lugar, é uma dimensão onde se sente verdadeiramente vivo.

Sua jornada artística começou com uma profunda influência de ícones globais como Michael Jackson, Nelson Nhacungue e Rodrigo Faro, figuras cuja capacidade de entreter e alegrar o público juntou-se com o seu próprio desejo de fazer música ao vivo.

Durante seu percurso pelo ensino secundário, encontrou colegas que compartilhavam seu amor pela música. Isso revelou-se um ponto de viragem em sua carreira, pois, ao lado de seu amigo Yannick, decidiram fundar um grupo musical e gravar suas primeiras composições. Este período foi importante para si, uma vez que foi de experimentação e solidificação dos seus objetivos de vida.

“Muitos músicos ainda estão enganados em pensar que vender música online é o que mais vende, mas o que rende é estar no palco a cantar”

Denilson LA
Denilson LA no Centro Cultural Franco Moçambicano

Em um cenário musical dominado pela digitalização, Denilson LA abraça uma abordagem diferente, acredita firmemente que o verdadeiro poder da música reside nos palcos, onde pode estabelecer uma ligação directa e emocional com seu público. A moda também desempenha um papel importante em sua carreira, pois esforça-se para apresentar uma imagem artística que complementa sua voz poderosa, juntando todas as ferramentas possíveis para expressar-se de forma mais artística e impactar o seu público como um artista diferente dos demais.  

As músicas de Denilson LA cativam os ouvintes com letras profundas e narrativas que se desenrolam como segredos bem guardados. Faixas como “A Hora do Diabo” e “Vestido de Cetim,” presentes em seu último álbum, são ancoradas em experiências reais de sua vida. Essa autenticidade liga-o com seu público, e permite que se identifiquem com sua música de uma forma íntima e duradoura.

“Os artistas são a fuga da rotina das pessoas, a música relaxa e entretém as pessoas”

Denilson LA

A capacidade de Denilson LA de se conectar com seu público é uma parte essencial de sua estratégia artística. “Só posso cantar minhas próprias histórias, expressar o que sinto e permitir que as pessoas se identifiquem,” compartilhou, acrescentando que cada música é uma oportunidade de transmitir emoções genuínas e criar uma ligação especial com seus ouvintes, para além de servir de um relaxante para estes.

A criação de músicas é um momento sagrado para Denilson LA, onde permite que a música flua entre os intervalos instrumentais e o silêncio. Cada elemento contribui para a narrativa que ele deseja transmitir, tornando cada música uma história única que impacta profundamente seu público.

De “Sentimentos e Shit” a “Último Dia de Inverno”: Uma Evolução Inegável

Denilson LA traçou uma jornada notável desde seus trabalhos iniciais como “Sentimentos e Shit” até seu último álbum “Último Dia de Inverno“.Seu desenvolvimento como artista é evidente, com experiências ao longo do caminho moldando sua trajectória. No entanto, sua paixão inabalável pela música permanece constante.

Por motivos acadêmicos, Denilson LA teve parte de sua vida passada na Turquia. Durante esse período, gravou o projecto “Sentimentos e Shit” na casa de seu primo, onde passava as suas férias. A motivação para gravar essas músicas veio da necessidade de continuar a cativar os corações que tinha conquistado com sua música anterior “Um pouco”, que chegou aos ouvidos de Ell Puto, um dos maiores produtores musicais de Moçambique.

O nascimento do “Último Dia de Inverno”

O lançamento de “Último Dia de Inverno” coincidiu com a pandemia e uma decisão transformadora na vida de Denilson LA. Decidiu abandonar seus estudos na Turquia, para seguir o seu coração e ingressar na produtora Records Niozik, sua gravadora actual. Contou com a ajuda de Badjo, produtor moçambicano, que o deu a oportunidade de gravar no seu estúdio sem custos.

“Gravar último dia de Inverno, foi uma optima forma de aliviar o stress causado pela Covid -19 e os estudos”

O resultado foi um trabalho que fortaleceu sua conexão com Badjo, durante o processo que levou quase um ano e meio para ser concluído, devido às circunstâncias da pandemia.

Para continuar com a criatividade a fluir, LA revela quem tem se inspirado na vida, em si e em tudo que o rodeia, juntando vários artistas e vários gêneros musicais de diversos países, e é isso que o edifica como artista e o faz evitar ser estático. Sua influência no rap é grande de tal forma que bebeu destes a capacidade de escrever letras que impactem fortemente nas pessoas e acorde emoções nas pessoas.

Próximo Capítulo: “Casa Azul”

Denilson LA já está a se preparar para seu próximo álbum, “Casa Azul“, que preferiu deixar os detalhes em segredos, mas clarificando que continuará a surpreender e encantar seu público com uma sonoridade versátil e inovadora.

A relação entre Denilson LA e seus fãs, é mais do que uma simples conexão entre artista e público, considera os fãs sua família, por estes compartilharem momentos preciosos tanto no palco quanto nas redes sociais. Sua primeira apresentação solo, que teve lugar no espaço cultural 16 Neto, foi um testemunho desse vínculo, onde sentiu o calor e o entusiasmo de seu público.

“Seria muito egoísta em seguir meu sonho às cegas e deixar a deriva as pessoas que amo em casa”

Denilson LA

Denilson LA é o reflexo do talento e da determinação que caracterizam muitos artistas moçambicanos, que enfrentam desafios financeiros e a pressão social. Para seguir um caminho mais tradicional, encontrou a força para investir em sua carreira, mesmo enquanto continuava sua educação na Universidade Eduardo Mondlane.

Dentre vários desafios que o moldaram no que é hoje, o destaque está em ter que usar fundos próprios para investir em sua carreira, daí que precisa dividir-se em dois, e carregar a dúvida de qual lado investir mais, tendo em conta a sua idade e a necessidade de prover mais em casa.

Porém, mostra-se firme na música, e mesmo se conseguir um emprego na área contabilística, curso que frequenta na Universidade Eduardo Mondlane, será para subsidiar a sua carreira. O segundo desafio, são as limitações financeiras que enfrenta, principalmente para uma artista que caminha por si só, embora tenha a sua gravadora que investe apesar das suas limitações.

Denilson, acredita que aprende muito sobre disciplina e consistência, algo que leva também para o mundo artístico, o que o ajuda a gerir o seu tempo e funções como ser humano.

 “Se é algo que não estas disposto a esperar por 5 anos, nem vala pena começar”

Denilson é optimista sobre a nova geração de artistas moçambicanos, acredita que é incrivelmente sortuda por ter à disposição inúmeras formas de divulgar seu trabalho, além da tradicional televisão. Estes destacam-se pela independência e pela capacidade de criar músicas que vibram com suas próprias paixões e não apenas para atender às expectativas dos outros.

Para aqueles que desejam ingressar na música, Denilson LA oferece um conselho “tenham paciência e busquem crescimento não apenas como artistas, mas como seres humanos”, incentiva a exploração de várias formas de arte além da música, pois a inspiração pode ser encontrada em todos os lugares.

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AOPDH prepara primeiro show a solo

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O grupo AOPDH prepara-se para realizar o seu primeiro show a solo, intitulado Peta Trap no dia 12 de outubro, no Centro Cultural Moçambicano Alemão, na cidade de Maputo, 

Para o grupo, o evento marca um momento especial na carreira do grupo, que tem construído sua trajectória com parcerias, mas agora celebra a realização de um show próprio. 

Em entrevista, os membros do grupo afirmaram que este é um dos primeiros eventos onde têm total controle criativo, o que proporcionará uma experiência mais próxima e personalizada para o público.

Segundo a AOPDH, o show será uma oportunidade única para os fãs verem de perto uma performance que reflecte directamente a essência do grupo, com músicas que abordam questões da sociedade de forma sincera e sem filtros. 

Durante a entrevista destacaram a importância de cantar em línguas locais, como tem feito em seus trabalhos, o que representa o cotidiano e a cultura do sul de Moçambique. Para eles, a música vai além do mercado e do marketing, sendo uma forma de expressão autêntica, conectando-os ao público de maneira significativa.

“Queremos criar um espaço na música popular para expressar aquilo que se vive na sociedade”

Phiskwa membro da AOPDH

Os integrantes da AOPDH também ressaltaram que o show será uma chance de criar um espaço de diálogo e interação com os fãs, algo que ainda é escasso no cenário musical local. O grupo, prometeu uma apresentação que não apenas revela a profundidade de suas letras, mas também oferece uma experiência de palco memorável, com energia e proximidade.

“Acreditamos que quem vai nos conhecer no show, vai ter uma boa experiência de certeza” disse  Phiskwa membro da AOPDH. Este show, cujo a entrega está condicionada ao pagamento de 100 a 200 meticais,terá uma transmissão em directo, no Youtube da 16 Cenas.

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Rumo ao seu lugar no rap, Nélio OJ lança “Ninguém Fará por Nós”

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O rapper moçambicano Nélio OJ lançou recentemente o seu novo projecto, “Ninguém Fará por Nós”, com uma mensagem clara e urgente: a responsabilidade de transformar Moçambique está nas mãos dos seus cidadãos, especialmente da juventude. 

O título da mixtape reflecte o descontentamento de Nélio ao observar que muitos moçambicanos estão a desistir de lutar por um futuro melhor.

“Se não formos nós a lutarmos para mudar ou melhorar o nosso país, ninguém fará por nós”

Nélio OJ

Nélio OJ revela que o início da sua carreira foi marcado por desafios. Ao fazer parte de um grupo onde era o único com uma visão interventiva para o rap, teve de se adaptar ao ambiente, algo que, apesar das dificuldades, o ajudou a ganhar experiência na cena musical.

 Após a separação do grupo, sentiu-se livre para seguir o seu próprio caminho e dar vida ao estilo de rap que sempre desejou produzir.

escute seus trabalhos aqui

“Cometi alguns erros, mas foram esses erros que me tornaram o que sou hoje”, reflete o rapper. Ele destaca que, embora a carreira de rapper em Moçambique seja desafiante, não vê isso como motivo para desistir.

Inspirado pela realidade moçambicana, os desafios sociais, políticos e as dificuldades enfrentadas pela sociedade no dia a dia, Nélio OJ busca utilizar a sua música como um reflexo desses problemas e uma chamada à ação. A mixtape “Ninguém Fará por Nós” é um projecto pessoal, que Nélio descreve como o seu “BI artístico”, um meio para que o público conheça o verdadeiro artista por trás das letras. 

“Estou aqui para fazer a minha parte porque ninguém fará por mim”

Nélio OJ

OJ cita como influências nomes de peso tanto da cena nacional quanto internacional, como Azagaia, Valete, Emicida, Gabriel o Pensador, MC Marechal, Eminem, J Cole, Nas, Hernâni da Silva e MCK, de quem ele procura absorver elementos que o inspiram a continuar a sua jornada.

O principal objetivo de Nélio com este projecto é evoluir profissionalmente e levar a sua música ao maior número possível de moçambicanos, sejam eles apreciadores de rap ou não. “Quero que as minhas letras sirvam de inspiração para as pessoas, que libertem e curem mentes”, conclui o artista, deixando claro que a sua missão vai além do entretenimento, buscando impactar e transformar vidas por meio da sua arte.

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Franklin Gusmão e Elton Penicela apresentam “Flow da Munhava”

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“Flow da Munhava” é o novo trabalho discográfico que uniu mais uma vez  Elton Penicela e Franklin Gusmão, para juntos criarem letras com histórias do cotidiano em ritmos moçambicanos e trap. 

Disponível em algumas plataformas de streaming, o trabalho colaborativo oferece uma experiência auditiva única. Em uma entrevista a Xigubo, Franklin Gusmão revelou as inspirações e o processo criativo por trás deste projecto.

Franklin Gusmão revelou no início da nossa conversa que uma das coisas que mais ama neste projecto é o facto de ter sido feito de forma espontânea, facilitado pela química entre ele e Elton.

Explica ainda que a inspiração para criar o alter ego GUSTTAVO e a mixtape veio da necessidade de representar a terra que viu seus pais crescer, Sofala. Franklin desenvolveu essa vontade quando viveu lá por um tempo, e acredita que a representação é perceptível no sotaque do GUSTTAVO.

O processo criativo por trás das músicas foi simples devido à parceria sólida entre os dois artistas, segundo contam. Elton enviava os beats ou Franklin os pedia, e, com base no que ouvia, reencarnava GUSTTAVO, e o resto se desenrolava naturalmente. 

“Não podemos esquecer das nossas raízes” – Franklin Gusmão

Essa facilidade de colaboração resultou em uma fusão harmoniosa de ritmos nacionais e trap, com a intenção de manter a representatividade e não esquecer as raízes culturais. Franklin acredita que não é necessário buscar samples estrangeiros para fazer bons beats, e Elton tem demonstrado isso em suas produções, misturando elementos tradicionais com toques modernos para a nova geração.

A fusão de ritmos presentes em “Flow da Munhava” é um subgênero que os artistas chamam de “808qTwerka”. O 808, um tipo de baixo popular em instrumentais de trap, é programado de maneira não convencional, criando uma batida que incita o público a dançar. Este é o segundo projecto que apresenta esse gênero após “Selesti” com Rober Mavila. 

A criação de um alter Ego para expor sentimentos ocultos

Franklin revelou que nunca escreveu as músicas na primeira pessoa; embora alguns o chamem de Gusttavo, apenas interpreta essa persona. Gusttavo não é tratado como uma pessoa, mas como um sentimento, uma ideia, uma representação da luxúria presente nos homens, daí que acredita que todo homem tem pensamentos ocultos que não são expressos por questões de ética. 

Gusttavo é a representação desses pensamentos ocultos em sua forma mais pura e sem filtros. Ele afirma que nunca diria ou faria o que Gusttavo diz fazer, mas admite que já teve esses pensamentos, assim como todos nós já tivemos em algum momento.

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