Entrevistas
Isac Project o futuro do jazz moçambicano
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Às vezes, a música é uma jornada de descoberta pessoal e espiritual. Conversamos com o músico moçambicano Isac Project, cuja paixão pela viola baixo o levou a explorar novos horizontes no mundo do jazz. Descubra mais sobre a essência deste artista emergente que está conquistando corações e mentes em Moçambique e além.
Isac Project teve seu primeiro contacto com a viola baixo na igreja, onde aprendeu as bases de sua carreira musical. A experiência de tocar na banda da igreja o cativou e o inspirou a buscar uma carreira musical mais ampla. Essa paixão inicial o impulsionou a se tornar o músico talentoso que é hoje.
Quando perguntado sobre suas influências, Isac menciona Nathan East, um baixista internacional do mundo do jazz, e Hélder Gonzaga, uma inspiração nacional. Além disso, destaca álbuns do renomado baixista Victor Wooten, como “Words and Tones”, que tiveram um impacto significativo em sua jornada musical.
Seu álbum “Bass in Worship” não é apenas intrigante, mas também cheio de significado. O jazz é o pano de fundo desse álbum, que abrange uma variedade de ritmos contemporâneos, jazz soul e elementos espirituais. Isac Project explora sua fé e espiritualidade por meio da música, criando um álbum que fala ao coração e à alma.
A essência por trás de “Bass in Worship” é uma mensagem poderosa de que o jazz é para todos. Isac Project acredita que a música é uma linguagem universal que pode ser apreciada por pessoas de todas as tribos e níveis sociais, usa o álbum para mostrar sua identidade como cristão e expressa sua devoção e gratidão a Deus por meio da música jazz.
A jornada para criar este álbum começou em 2018, e foi lançado em março de 2020. Desde então, Isac Project tem se apresentado e encantado o público em Maputo.
Quando questionado sobre sua faixa favorita no álbum, Isac destaca “Nakurandza”, uma fusão de jazz e ritmos africanos que pede por mais amor, força e compaixão na Terra. A faixa transmite uma mensagem de esperança e unidade.
O jazz é conhecido por sua improvisação, e Isac Project não decepciona nesse aspecto. O álbum “Bass in Worship” é uma demonstração do talento de Isac para a improvisação, sempre mantendo uma lógica harmoniosa e melódica.
Isac acredita que é importante incorporar suas origens em sua música, mesmo que seja em apenas uma ou duas faixas. Mostrar suas raízes africanas é uma maneira de manter sua identidade cultural em seu trabalho. As expectativas para o álbum “Bass in Worship” foram superadas, com muitas pessoas aderindo ao álbum e solicitando sua compra. O sucesso do álbum abre portas para um futuro brilhante para Isac Project.
Além deste álbum, podemos esperar muito mais do Isac Project, incluindo colaborações com grandes artistas nacionais e internacionais. Sua jornada musical está apenas começando, e temos muito mais para esperar.
Em relação à cena musical moçambicana, Isac vê um país rico em diversidade cultural, com uma cena de jazz em crescimento. O artista destaca nomes como Jimmy Dlullu e Hélder Gonzaga como fontes de inspiração e acredita que Moçambique tem todo o potencial para se destacar internacionalmente no cenário do jazz.
A principal mensagem que Isac espera transmitir é que a boa música de qualidade é uma característica marcante da cena musical moçambicana.
Entrevistas
Zé Bomba, fotógrafo dos famosos, busca apoio para capturar a vida
Zé Bomba, um dos fotógrafos que documentou as noites mais agitadas do país e, consequentemente, de celebridades, precisa de ajuda para continuar a captar a sua vida.
A notícia chegou através do fotógrafo Ismail Essak, ou simplesmente Chairman, num anúncio do próximo episódio do podcast MozPod, que conta com a participação de José Alberto Martins, nome oficial de Zé Bomba.
O fotógrafo está doente e sofreu uma amputação da perna esquerda devido à diabetes, necessitando de fazer uma reabilitação para poder estar apto a continuar com a sua vida e as suas responsabilidades, como explica o amigo.
Zé Bomba fotografou espectáculos como Moments of Jazz, como fotógrafo oficial, o espectáculo de Roberta Miranda em Moçambique, várias edições da Mozambique Fashion Week, o lançamento do CD duplo de Stewart Sukuma, Too Sexy Online, entre outros.
O apoio ao artista pode ser canalizado das seguintes formas:
Mpesa: 84 899 4544
E-Mola: 86 899 4544
Banco Nedbank
Conta: 7747606
NIB: 0043 0000 0000 7747 6064 7
Titular: José Alberto Martins
Entrevistas
AOPDH prepara primeiro show a solo
O grupo AOPDH prepara-se para realizar o seu primeiro show a solo, intitulado Peta Trap no dia 12 de outubro, no Centro Cultural Moçambicano Alemão, na cidade de Maputo,
Para o grupo, o evento marca um momento especial na carreira do grupo, que tem construído sua trajectória com parcerias, mas agora celebra a realização de um show próprio.
Em entrevista, os membros do grupo afirmaram que este é um dos primeiros eventos onde têm total controle criativo, o que proporcionará uma experiência mais próxima e personalizada para o público.
Segundo a AOPDH, o show será uma oportunidade única para os fãs verem de perto uma performance que reflecte directamente a essência do grupo, com músicas que abordam questões da sociedade de forma sincera e sem filtros.
Durante a entrevista destacaram a importância de cantar em línguas locais, como tem feito em seus trabalhos, o que representa o cotidiano e a cultura do sul de Moçambique. Para eles, a música vai além do mercado e do marketing, sendo uma forma de expressão autêntica, conectando-os ao público de maneira significativa.
Os integrantes da AOPDH também ressaltaram que o show será uma chance de criar um espaço de diálogo e interação com os fãs, algo que ainda é escasso no cenário musical local. O grupo, prometeu uma apresentação que não apenas revela a profundidade de suas letras, mas também oferece uma experiência de palco memorável, com energia e proximidade.
“Acreditamos que quem vai nos conhecer no show, vai ter uma boa experiência de certeza” disse Phiskwa membro da AOPDH. Este show, cujo a entrega está condicionada ao pagamento de 100 a 200 meticais,terá uma transmissão em directo, no Youtube da 16 Cenas.
Entrevistas
Rumo ao seu lugar no rap, Nélio OJ lança “Ninguém Fará por Nós”
O rapper moçambicano Nélio OJ lançou recentemente o seu novo projecto, “Ninguém Fará por Nós”, com uma mensagem clara e urgente: a responsabilidade de transformar Moçambique está nas mãos dos seus cidadãos, especialmente da juventude.
O título da mixtape reflecte o descontentamento de Nélio ao observar que muitos moçambicanos estão a desistir de lutar por um futuro melhor.
Nélio OJ revela que o início da sua carreira foi marcado por desafios. Ao fazer parte de um grupo onde era o único com uma visão interventiva para o rap, teve de se adaptar ao ambiente, algo que, apesar das dificuldades, o ajudou a ganhar experiência na cena musical.
Após a separação do grupo, sentiu-se livre para seguir o seu próprio caminho e dar vida ao estilo de rap que sempre desejou produzir.
“Cometi alguns erros, mas foram esses erros que me tornaram o que sou hoje”, reflete o rapper. Ele destaca que, embora a carreira de rapper em Moçambique seja desafiante, não vê isso como motivo para desistir.
Inspirado pela realidade moçambicana, os desafios sociais, políticos e as dificuldades enfrentadas pela sociedade no dia a dia, Nélio OJ busca utilizar a sua música como um reflexo desses problemas e uma chamada à ação. A mixtape “Ninguém Fará por Nós” é um projecto pessoal, que Nélio descreve como o seu “BI artístico”, um meio para que o público conheça o verdadeiro artista por trás das letras.
OJ cita como influências nomes de peso tanto da cena nacional quanto internacional, como Azagaia, Valete, Emicida, Gabriel o Pensador, MC Marechal, Eminem, J Cole, Nas, Hernâni da Silva e MCK, de quem ele procura absorver elementos que o inspiram a continuar a sua jornada.
O principal objetivo de Nélio com este projecto é evoluir profissionalmente e levar a sua música ao maior número possível de moçambicanos, sejam eles apreciadores de rap ou não. “Quero que as minhas letras sirvam de inspiração para as pessoas, que libertem e curem mentes”, conclui o artista, deixando claro que a sua missão vai além do entretenimento, buscando impactar e transformar vidas por meio da sua arte.