Notice: Function _load_textdomain_just_in_time was called incorrectly. Translation loading for the fast-indexing-api domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /var/www/wptbox/wp-includes/functions.php on line 6121

Notice: A função _load_textdomain_just_in_time foi chamada incorrectamente. O carregamento da tradução para o domínio zox-news foi accionado demasiado cedo. Isto é normalmente um indicador de que algum código no plugin ou tema está a ser executado demasiado cedo. As traduções devem ser carregadas na acção init ou mais tarde. Por favor veja Depuração no WordPress para mais informações. (Esta mensagem foi adicionada na versão 6.7.0.) in /var/www/wptbox/wp-includes/functions.php on line 6121
Gabriela e o seu pedacinho do céu – Xigubo
Connect with us

Opinião

Gabriela e o seu pedacinho do céu

Publicado

aos

Gabriela e o seu pedacinho do céu

Por: Rúpia Junior

Uma rapariga fascinada pelo mundo da moda, leitora de revista de grandes marcas e apreciadora assídua de desfiles de moda internacionais, Gabriela reside com a sua madrasta, dona de um salão de cabeleireiro. Muitas vezes Gabriela se faz presente ao salão de cabeleireiro da sua madrasta para assimilar e adquirir conhecimentos sobre moda e beleza, pois as mesmas são áreas complementares. No entanto, ela mantém-se focada nos estudos e leva o seu amor e paixão pela moda como um passatempo.

Diferente do que todos imaginam, Gabriela vive uma realidade complicada. Ela é estudante do ensino técnico profissional e mora apenas com a sua madrasta porque a sua mãe perdeu a vida muito cedo. Perante essa situação, o pai da Gabriela casou-se novamente com a mulher que hoje é a sua madrasta. O pai da Gabriela é trabalhador de minas na terra do rand e desde que lá foi, nunca mais se teve notícias dele, então Gabriela vive aos cuidados da sua madrasta. A relação entre as duas não é saudável, porque a madrasta só a dirige a palavra para dar ordens:

Madrasta da Gabriela – Amanhã acordar às 6 para cartar água, depois ir ao mercado comprar amendoim, óleo e arroz. Cozinhar e não sabotar comida.

Infelizmente por ser menor de idade, apesar da casa ser do seu pai, ela não pode fazer muita coisa, apenas estudar, cumprir com as ordens da sua madrasta e se distrair com a moda.

Quando Gabriela chegava na escola era um outro desafio porque tinha que enfrentar provocações sobre a sua aparência física por estar acima do peso, os dentes tortos e as borbulhas na cara devido a puberdade.

Colegas – Baleia!

               – Quem pode querer namorar contigo?

               – Alguém já te apreciou?

               – Acho que tu és lésbica ou talvez és homem.

Com isso tudo, a rapariga só interagia com os seus designs de roupas e suas criações, porque as outras raparigas da escola, na sua maioria populares, faziam esse tipo de comentários provocativos. De todas as provocações, a que mais lhe afetava era a de falarem mal das suas roupas porque eram sempre as mesmas e já estavam gastas. A madrasta da Gabriela não lhe dava a devida atenção quanto a esse aspecto, e o desgaste das roupas era bastante perceptível principalmente das suas calças jeans porque ela não tinha como as trocar. No instituto em que ela frequentava, o uniforme era composto pela camisa da instituição e calças jeans. Gabriela usava a sua criatividade customizando as calças jeans usando missangas e alguns outros adereços diferentes para que não pudessem ver o desgaste das mesmas, porém era inevitável não notarem porque era o único par de calças jeans que ela tinha.

Colega 1 – Já fazes 2 anos com essas calças, estás a exagerar.

Colega 2 – Acho que vais  a faculdade com essas calças jeans!

Colega 3 – Deita lá isso aí! Toda hora mandas coser, acho que até tem cheiro.

Gabriela não aguentava com todas essas piadas e palavras duras acerca das suas calças jeans e ficava bastante abalada com isso; quando chegava a casa ainda tinha que lidar com a sua madrasta que não tinha muito gosto por ela. A rapariga tinha uma avó que vivia na Katembe e era muito doentia, por isso que a rapariga não podia viver com a avó pela falta de condições mínimas. Sempre que fosse possível ela ia conversar com a sua avó e saber sobre o seu estado de saúde. No último dia que Gabriela foi à Katembe visitar a sua avó, deixou as suas calças jeans a marinar na água para poder usar na segunda-feira, mas infelizmente a sua madrasta derrubou lixívia na bacia onde se encontravam as calças jeans da Gabriela e ficaram descoloridas.

Em casa da avó na Katembe…

Avó da Gabriela- Minha neta, como estás?

Gabriela- Estou bem, e vovó como está?

Avó da Gabriela- Vaso ruim não quebra(tossindo).

Gabriela olha para a avó com um ar de preocupada.

Avó da Gabriela – Não fique preocupada, acho que não vieste só para saber como estou, o que aconteceu? O que fez a sua madrasta?Eu sabia que o meu filho não tinha que casar com aquela! (ainda tossindo).

Gabriela- Não vovó, nada disso!

Avó da Gabriela- Eu sei que estás a esconder algo de mim, podes dizer o que se passa. Sabes que para além de ser sua avó, também sou sua amiga.

Gabriela- É que na escola as pessoas me provocam porque uso as mesmas calças jeans.

Avó da Gabriela- E essas pessoas são suas amigas?

Gabriela- Não.

Avó da Gabriela- Essas pessoas te conhecem de verdade?

Gabriela – Também não.

Avó da Gabriela- Então porque ficar preocupada por algo que não tens controle? Minha neta, deixa-me te ensinar algo que deves levar para a vida: se um problema não tem solução, resolvido está. Não podes fazer nada, apenas aceite e siga em frente.

A avó ofereceu a Gabriela algumas roupas e ela agradeceu e despediu.

No machimbombo, durante o regresso à casa, Gabriela pôs-se a refletir sobre as palavras que a avó proferiu. Quando chegou à casa foi até a bacia e reparou que as suas calças estavam descoloridas e sem entender o que se passou foi perguntar a sua madrasta:

Gabriela- Desculpa interromper, gostaria de saber porque as minhas calças estão descoloridas?

Madrasta Da Gabriela- Ah deixei cair lixívia na bacia que tinha suas calças e esqueci de te avisar. Depois vou te dar dinheiro para comprares outras.

Gabriela- Está bem. (cabisbaixa e triste por saber que não receberia nenhum valor para comprar novas calças jeans em substituição das descoloridas)

E no dia seguinte Gabriela foi para a escola com as suas calças jeans descoloridas. Envergonhada com a situação, viu um panfleto de concurso de moda para novos talentos, que um dos prêmios seria uma formação de moda na França. Nesse momento lembrou-se dos conselhos da sua avó e decidiu se inscrever. A rapariga pegou nos desenhos que havia feito e decidiu fazer algumas peças de roupa inspirada por tudo que vivia. Ela não tinha um corpo padrão para ser modelo, porém ela se ofereceu como modelo porque não encontrava uma voluntária para ser modelo da sua coleção. Acabou criando roupas a partir das peças de roupas que a avó havia lhe oferecido combinando com as jeans e intitulou a sua coleção “pedacinho do céu” pois depois do incidente com as suas calças jeans elas lembravam o seu azul com as nuvens brancas.

Na categoria plus size, Gabriela saiu vitoriosa do concurso na sua idade tornou-se na estilista e modelo Africana mais jovem e como prometido ganhou a sua formação em moda na França e ainda ganhou prêmios internacionais sem precisar padronizar o seu corpo e perder peso para agradar a maioria. Os anos se passaram e ela casou-se com um francês e tiveram dois filhos. Atualmente mora na França com a sua família e apesar de tudo que passou, dá assistência financeira à sua madrasta e a ajuda no que puder.

Opinião

Facebook matou Fred e roubou a coroa

Publicado

aos

Fred artistas nacionais

Desde que o Facebook tornou-se um fenómeno, a informação circula de forma mais rápida. Com isso, desapareceram os tempos em que aguardávamos ansiosamente por programas televisivos para nos actualizarmos sobre as novidades do país.

Recordo-me de esperar até às 15 ou 16 horas para assistir ao “Atracções” na TV Miramar, na expectativa de um “beef” que Fred Jossias havia preparado. Às vezes, ele nem chegava a revelar tudo, mantendo-nos em suspense até ao dia seguinte. Nos geria uma semana com o mesmo beef, apenas nos alimentando com o cheiro.

Naquela época, como talvez o único corajoso detentor daquela informação, Fred comportava-se como a última bolacha do pacote, a única coca do deserto, o rei de tudo, e nós, meros mendigos do seu “beef”.

Porém, as redes sociais, especialmente o Facebook, acabaram com esse privilégio, uma vez que as informações correm muito rápido e são partilhadas sem muito medo de perseguições, pois alguns utilizam perfis anónimos, como é o caso do Unay que, inegavelmente, tirou o poder a Fred pois antes de sair do activo, era onde as pessoas iam para saber dos novidades mais quentes e íntimas dos artistas e não só.

Além disso, agora o telemóvel com câmara e internet tornou-se quase que acessível a todos, daí que factos que antes apenas podiam ser cobertos e revelados por uma parte, agora todos podem.

Daí que, se Fred demorar com uma informação, corre o risco de ter outra pessoa já a falar sobre isso no Facebook, o que tira a sua arma poderosa: fazer as pessoas esperar.

O que notamos agora é que o rei virou um peão, também fica à espera de um escândalo na internet para poder comentar e gerar sensacionalismo em cima disso.

Continuar a ler

Opinião

Rhodalia no Got Talent: uma denúncia da precariedade da nossa indústria musical?

Publicado

aos

Rhodalia Silvestre, cantora moçambicana

A cantora moçambicana Rhodalia Silvestre conquistou o “mundo” após a sua participação numa audição no Got Talent Portugal, onde arrebatou o júri, conforme se lê no título do vídeo da sua apresentação.

Já celebramos a elevação do talento e sentimo-nos identificados, mas agora é a vez de nos questionarmos: como é que a Rhodalia participou num programa que, na sua génese, dá oportunidade a iniciantes ou talentos desconhecidos?

Há um nível ao qual não se deve descer depois de alcançado e, com Wansati, Rhodalia deu o seu impulso como não apenas mais uma voz, mas como uma cantora que representa o país. Neste sentido, fora do país, o Got Talent não devia ser o palco dela, mas, talvez, buscar por outros prémios e palcos.

Rhodalia deveria cantar num Tiny Desk

Para questões de contextualização, estamos a falar da revelação do Ngoma Moçambique 2017, melhor voz de Moçambique no Ngoma 2018 e 2022 e ainda vencedora do prémio Vibratoques da Vodacom.

Foi integrante e vocalista principal do agrupamento moçambicano Banda Azul, é dona de uma voz poderosa, única e arrebatadora, destacando-se com a canção Wansati, que dá também nome ao seu álbum de originais com 12 temas.

No seu portefólio artístico, constam projectos e colaborações com grandes artistas como Jimmy Dludlu e o falecido rapper Azagaia. Já actuou nos principais palcos, como o Cape Town Jazz Festival em 2011, Bushfire, Azgo, Lake of Stars, entre outros.

É certo que a participação de Rhodalia numa audição do Got Talent deve orgulhar-nos, mas também preocupar-nos enquanto moçambicanos. Este pode ser um grito da própria cantora, um: vocês não me ouvem.

Há que discutirmos o que leva uma voz que, pelos prémios e reconhecimento que já obteve, se submete a um palco destinado a talentos que ainda necessitam de aprovação. Podemos descobrir que estamos a brincar de cantantes, mas ainda precisamos da comunidade internacional para provarmos se somos realmente bons ou não.

Não é esta uma amostra de quão precária está a valorização dos nossos? Será o Ngoma suficiente ou há que se adicionar um “subsídio de reintegração” para continuar a suprir as necessidades do artista?

Aqui, não se tira mérito à ida da cantora ao programa. Isso é positivo e acredito que faça parte de uma estratégia por ela encontrada em meio a outros possíveis fracassos. Mas, virando a moeda, é como imaginar Adele a participar no Fama Show ou Assa Matusse a concorrer no Got Talent França.

A verdade é que, agora, só a multipremiada Rhodalia pode explicar em que estado a nossa cultura encontra-se.

Que se inicie o debate!

Continuar a ler

Opinião

Mana Cecy tem muito a aprender com Liloca 

Publicado

aos

As redes sociais, palco de debates intensos e, muitas vezes, impiedosos, têm sido o terreno onde figuras públicas enfrentam os desafios da exposição. Mana Cecy, conhecida pelo seu carisma e influência, viu-se recentemente envolvida em uma onda de críticas após suas declarações e atitudes em relação às manifestações em Moçambique. 

O incidente mais emblemático foi o vídeo onde, visivelmente desconfortável, relatou ter sido forçada a gritar “Povo no Poder”. Contudo, sua tentativa de esclarecer os eventos acabou por intensificar o desagrado público.  

O erro de Cecy não foi apenas no posicionamento inicial de distanciamento, mas na insistência em não reconhecer sua falha com humildade. O discurso posterior, em que voltou a culpar “as pessoas erradas”, revelou uma desconexão com a sensibilidade do momento. 

Em contrapartida, artistas como Liloca ensinam uma lição poderosa: o silêncio. Diante de ataques ou controvérsias, Liloca opta por manter-se reservada, concentrando-se no que sabe fazer melhor, o seu trabalho. Esse contraste expõe uma verdade dura, mas necessária: às vezes, a melhor resposta é a ausência de resposta.  

A crise de Mana Cecy é um lembrete de que figuras públicas carregam a responsabilidade de entender o impacto de suas palavras e atitudes. Aprender a ouvir, aceitar críticas e, sobretudo, demonstrar empatia são ferramentas fundamentais para navegar pelas águas agitadas da opinião pública. Talvez o silêncio de Liloca não seja apenas uma escolha, mas uma estratégia de sabedoria em tempos de tempestade. Mana Cecy pode e deve aprender com isso.

Continuar a ler