Connect with us

Opinião

Artistas moçambicanos que não envelhecem

Publicado

aos

A idade pode ser um grande problema para muitas pessoas que têm medo de envelhecer, mas pode não ser o caso de alguns artistas.

O tempo parece que não passa e eles permanecem com uma aparência jovial, mesmo depois de um bom tempo. E ainda nos deixam surpresos quando sabemos sua verdadeira idade.

GILBERTO MENDES

Carlos Gilberto Mendes, actual Secretário de Estado do Desporto, actor, encenador, político e apresentador de televisão, nascido a 3 de Maio de 1966 em Maputo. Iniciou  a sua carreira de forma oficial em 1984 quando foi escolhido para interpretar o papel principal no primeiro longa-metragem completamente moçambicano, “O Vento Sopra do Norte”, de José Cardoso, com produção do Instituto Nacional de Cinema.

Artistas moçambicanos que não envelhecem

Em 1988 ingressou no grupo Mutumbela Gogo, onde participou das peças “Nove Horas”. Quatro anos depois, abandonou o Mutumbela Gogo e adquiriu os cinemas Matchedje (1000 lugares) e Estúdio 222 (222 lugares), e fundou a sua própria companhia de teatro, o Gungu.

Em 1995 ganhou o Prémio de Mérito Lusófono atribuído pela Fundação Luso-Brasileira para o Desenvolvimento da Língua Portuguesa Em 1996, iniciou a sua carreira de 10 anos como apresentador do programa Fantasia. Em 2020 foi nomeado Secretário de Estado de Desportos.

NEYMA ALFREDO

Neyma Júlia Alfredo, mais conhecida como Neyma, nasceu em Maputo no dia 6 de Maio de 1979, é uma cantora moçambicana com inclinação para o estilo Marrabenta.

Ganhou notoriedade em Moçambique, 1995 quando ocupou o 2º lugar no show de novos talentos Fantasia. Depois, começou a se apresentar em escolas e clubes nocturnos.

Em 1999, lançou seu primeiro álbum, Brigas, com os singles “Brigas”, “Mãe, Virtude mais Bela” e o sucesso ”Praia Feliz”. Depois vieram os álbums Baila (2000) e Renascer (2001).

No início de 2010, ela lançou um novo álbum, Neyma 10 Anos, comemorando uma década de carreira.

LUCRÉCIA PACO

Lucrécia Paco, nasceu em Outubro de 1969 e é considerada uma das actrizes mais aclamadas de Moçambique. Durante a sua infacia, gostava de dançar as músicas características de sua aldeia, o que era proibido na época colonial.

Após a independência do país, veio uma guerra civil, onde Lucrécia desenvolvia sua própria linguagem teatral para criar um teatro genuinamente moçambicano. Assim, a actriz foi uma das fundadoras do grupo Mutumbela Gogo, em 1986, primeiro grupo profissional de teatro de Moçambique. Foi protagonista da primeira novela moçambicana, “Nineteens”.

MINGAS

Mingas é compositora, cantora vencedora de vários prémios e também activista na defesa de direitos humanos. A sua integração no Grupo RM e na Orquestra Marrabenta Star de Moçambique ajudou-a a estabelecer o seu nome na arena musical do país.

Com a Orquestra Marrabenta fez as suas primeiras digressões europeias, entre 1987 e 1988. Nesse período, recriou e gravou a solo os clássicos moçambicanos, “Ava sati va lomu” e “Elisa gomara saia”. A sua consagração internacional foi, em 1990, ao conquistar, em parceria com Chico António, o ‘Grand Prix Découvertes’, da Rádio France Internacional, com a canção “Baila Maria”. Na sequência, grava em Paris o disco “Cineta” com o projecto Amoya, um esforço de internacionalização do Grupo RM.

Antes de lançar a carreira discográfica a solo, Mingas passa grande parte da década de 1990 como corista de Miriam Makeba, escalando os melhores palcos do mundo e criando bases para a etapa seguinte.  Lançou o seu primeiro disco,‘Vuka África’, em 2005; e o segundo, ‘Vhumela’, em Dezembro de 2013. Tem também o DVD ‘Mingas ao vivo’, gravado no espectáculo dos seus trinta anos de carreira e, actualmente, prepara o seu terceiro álbum a solo.

STEWART SUKUMA

Luís Pereira, mais conhecido por Stewart Sukuma, é um cantor moçambicano nascido em 1963, em Cuamba, província do Niassa, considerado o mais internacional e um dos mais dinâmicos músicos da actualidade moçambicana é um símbolo da cultura de Moçambique e um dos representantes do ritmo mocmbicano Marrabenta.

Artistas moçambicanos que não envelhecem

Foi o primeiro moçambicano a entrar na Berklee College of Music, Boston, instituição de ensino superior de música, onde é membro do Comité Africano de Avaliação e Consultor do “African Scholars Program”.

É um dos maiores vencedores do Ngoma Moçambique e do Mozambique Music Awards, e já ganhou vários prémios internacionais.

Em 2016, recebeu a Condecoração com o Grau de Oficial da Ordem de Mérito do Infante D. Henrique, pelo PR de Portugal, Professor Marcelo Rebelo de Sousa, e em 2018 a Medalha da LPE, pelo Governo da República Federativa do Brasil.

No ano em curso, 2022, entrou para o “The Recording Academy”, uma organização dos Estados Unidos de músicos, produtores, engenheiros de som, e outros profissionais dedicados ao melhoramento da qualidade de vida e condição cultural para Música e seus criadores. Por fazer parte desta instituição, o músico passa a ter voto e direito de propor músicas e vídeos para concorrerem aos Grammys.

 

Continuar a ler

Opinião

Podcasts moçambicanos que não pode morrer sem conhecer 

Publicado

aos

Podcasts Mocambicanos

O advento do mundo digital trouxe consigo novas formas de interação social e de compartilhamento de conhecimento, permitindo que experiências sejam compartilhadas com um público mais amplo. Com o avanço tecnológico,surgiram os Podcasts, que tornaram-se uma febre no mundo e Moçambique não foi uma excepção.  

Neste artigo, apresentaremos alguns podcasts moçambicanos que todo cidadão do país deve conhecer antes de passar dessa para uma melhor. A ordem de apresentação não possui nenhum significado específico.

MozPod

Criado por Ismail Essak, responsável pelo estúdio videográfico Chairman, este podcast é gravado em seus próprios estúdios. Nele, são abordados temas que impactam a sociedade de diversas formas, desde o universo da arte e cultura até os desafios dos relacionamentos, negócios, educação e muito mais.

Kubhula

Este podcast busca captar as opiniões, pensamentos e experiências das pessoas que vivem na sociedade moçambicana, estabelecendo conexões por meio de conversas significativas.

Tu para Tu

Apresentado pelo rapper Young Ricardo, este podcast proporciona uma visão mais profunda dos artistas, explorando suas trajectórias e oferecendo opiniões sobre o mundo em que vivem.

Vinyl Podcast

Sob a responsabilidade de João da Diamantina, este podcast aborda os bastidores da música, revelando aspectos nunca antes divulgados pelos próprios artistas.

Podcast para Elas

Um programa que traz conversas inspiradoras e temas pertinentes, destacando mulheres de diferentes sectores da economia e seu papel relevante no desenvolvimento econômico e social.

Conversas de IT

Explorando as últimas tendências e avanços tecnológicos, este podcast apresenta convidados que compartilham suas experiências e conhecimentos em torno de temas relevantes da área de tecnologia.

Ir Fitness

Um podcast focado em saúde e bem-estar, com ênfase em musculação. O canal onde é transmitido o Pod foi inaugurado em 2018.

Makagui

Sob a responsabilidade de Daniel David, este projecto tem como missão contribuir para o desenvolvimento pessoal e profissional dos “Makagui”, expressão que representa uma irmandade especial entre indivíduos.

Life Podcast

Este podcast tem como objectivo fornecer informações sobre saúde, bem-estar e esportes, por meio de experiências compartilhadas por indivíduos e especialistas da área.

Continuar a ler

Opinião

Lados Opostos, um filme que revela a verdade sobre Cabo Delgado 

Publicado

aos

Lados opostos um filme sobre a guerra em mocambique

O filme “Lados Opostos “, lançado em 2021, mergulha na narrativa que vai além das fronteiras geográficas, conectando eventos desde a trágica morte de Samora Machel até os horrores da guerra em Cabo Delgado. 

Com uma intensidade reservada para maiores de 18 anos, este filme com 100 minutos de ação é de origem Russa não poupa o espectador, conduzindo-o por caminhos onde a dor de Moçambique ao longo dos anos revela-se em cada cena, mostrando não ser um simples filme, quando se tem o espírito moçambicano no corpo. 

Cada momento do filme é uma porta para lembranças adormecidas e episódios tristes, desde o fatídico acidente que tirou a vida de Samora Machel e o massacre de inocentes em Cabo Delgado, atribuído aos chamados insurgentes pela mídia e pelo governo local. O longa- metragem, mostra também que a morte de Samora, foi planeada e está ligada com a situação de Cabo Delgado, uma vez que Rússia e América, sempre quiseram comer no mesmo prato, porem a Rússia já tinha o garfo, uma vez que Moçambique apoiava os soviéticos. 

A trama desvenda detalhes brutais sobre os insurgentes e terroristas que dizimaram aldeias inteiras, ceifando vidas e despedaçando famílias. Revela-se também a verdade sombria sobre os líderes nacionais, cujas mãos estão manchadas com o sangue de inocentes, e os generais que enriquecem à custa da morte de soldados ingênuos, que lutavam sem entender os verdadeiros motivos por trás do conflito, algo de doer o coração com intensidade para quem tem familiares ou amigos a defender o país em Cabo Delgado. 

No centro da trama estão os irmãos José e Luís, cuja vila é destruída pelo Estado Islâmico no sudeste da África. Enquanto o irmão mais velho se une à organização, o mais novo foge e é resgatado por militares russos. Agora, ele enfrenta o dilema de revelar a localização do grupo terrorista, temendo pelo destino do irmão.

O filme se inicia com a recriação da trágica morte de Samora Machel em um avião manipulado para cair nas mãos de seus inimigos, desencadeando uma sequência de eventos que culminam no massacre de 2019 em Cabo Delgado. Mostra-se o desespero de uma comunidade dilacerada, forçada a servir aos interesses dos que invadiram suas terras.

Enquanto Moçambique busca apoio internacional, a Rússia oferece sua ajuda, mas enfrenta obstáculos dos comandantes locais, interessados mais em lucrar vendendo informações do que em acabar com o conflito. Paralelamente, uma luta pelo controle dos recursos naturais se desenrola, com interesses políticos e econômicos em jogo.

A competição entre Rússia e Estados Unidos se intensifica à medida que ambos disputam a preferência de Moçambique. Os americanos, percebendo a inclinação do país africano para os russos, decidem intervir, enviando mercenários para desestabilizar a região e reivindicar os benefícios da exploração mineral.

No meio desse jogo de interesses, até os insurgentes são manipulados e descartados como peças dispensáveis. Descontentes, alguns se recusam a seguir as ordens e iniciam sua própria guerra, resultando em confrontos sangrentos entre grupos militares rivais e os insurgentes, bem como o novo grupo apoiado pelos Estados Unidos.

Enquanto o governo moçambicano luta para conter a violência, rompe suas alianças com os russos, percebendo sua ineficácia. Os ataques persistem, e soldados moçambicanos continuam sendo dizimados, enquanto interesses escusos dentro do próprio país alimentam o conflito, sem qualquer senso de patriotismo.

Continuar a ler

Opinião

Muravarava de João Bata: Uma ode à resiliência e à vida em Moçambique

Publicado

aos

Por

Joao Bata

Por: Domingos Mucambe

A música que é alvo dessa singela análise é intitulada “Muravarava”, de João Bata. Uma música da velha escola, ou algo próximo. 

Considerando-se a geração de Xidiminguana e Dilon Ndjinji como velha guarda no panorama da música nacional, João Bata, destrate, destacase como um avant-garde do bastião que se vai confiando pelos velha guarda. João Bata, usando das suas músicas profundamente sentimentais, éticas e com louvor à humanidade, levou toda uma sociedade moçambicana, principalmente a da zona sul, ao delírio e êxtase com as suas composições.

Um artista de mão cheia, aliás de boca cheia, ou voz refinada, com grandes letras, como a de “Buzha Ndota”, um clamor pela cólera do país como do mundo; um clamor à jehovaiv ou a uma outra entidade suprema, para curar as doenças que infestam o mundo. 

Nas suas próprias palavras, durante uma entrevista no canal televisivo JTV, no programa ‘Minha história’ do dia três de fevereiro, às 15h, disse, “Até os políticos não conseguem resolver os problemas desse país e do mundo, talvez seja necessário a mão de Deus.” Falando, de princípio, do título da música. Muravarava é um jogo típico de Moçambique, na zona sul, principalmente. 

Faz-se uma esquadrilha no chão, e dois jogadores (ou mais) enfrentam-se, tendo cada um três dados. Durante a partida de “muravarava” , os dados podem ser nocauteados tanto de frente como de trás por isso é que na mesma letra João Bata diz, “Wabiwa pambheni, Wabiwa Ntsaku.”

Com Murarava, João Bata trata de falar das arrelias da vida. Diz ele, “às vezes, damos 5 passos para frente, mas podemos dar 6 passos para trás”, explicando o “Wabiwa pambheni, Wabiwa Ntsaku”. Muravarava é, indubitavelmente, uma música que reflecte a vida dos moçambicanos na sua época, onde havia mais buracos que alcatrão. As ideias trazidas nessa música por João Bata lembram o estoicismo. 

A resiliência estóica, mas já que se está nas terras quentes de África, Moçambique, diz-se Unanga. Ou seja, diz Muravarava que a vida é movimento, não importa se andamos ou nos movimentamos para frente ou para trás, o importante é nos mantermos em movimento. O movimento é vida; segundo o adágio popular, parar é morrer.

Parece ser essa a reflexão do fundo da música de João Bata, fomentar e dar força para resistir às contrariedades que são o sinônimo da vida. O Unanga faz suportar a dor com ânimo, e Muravarava de João Bata também ensina a abraçar todas as contrariedades da vida. Quando se caminha, haverá sempre pedras, buracos, chuvas e outros fenómenos naturais, como não, que irá tornar o Homem mais firme e resiliente.

No fim, esse é o cerne da questão, tanto levando de frente como de trás, aceite as suas próprias dores e, com resiliência, supere-os. Muravarava é um símbolo de João Bata, que, usando dos exemplos dos jogos tradicionais, explica a sua visão sobre as vicissitudes da vida. 

É uma música com um significado amplo e profundo, marcada pela visão ou filosofia africana de resiliência, ou seja, ensina a resiliência. Porque a vida tem seus altos e baixos, e, nas próprias palavras de João Bata, “não se podendo ganhar todas”, deve-se saber conviver com as perdas e as desilusões da vida, e, mais do que isso, saber aprender com essas arrelias. Depois de um tombo no chão, não vale desistir porque a vida, como já disse João Bata, é um Muravarava.

Continuar a ler