O artista visual, Amarildo Rungo, foi impedido de continuar sua expressão artística em um bairro da Machava Bunhiça após a líder da comunidade manifestar forte descontentamento com o conteúdo de suas obras. A situação que agora gera polêmica revela um conflito entre liberdade de expressão artística e as preocupações políticas da líder local.
Amarildo Rungo, conhecido por suas obras impactantes e provocativas, teve sua criatividade cerceada quando a líder do bairro expressou sua desaprovação sobre o tema abordado em uma de suas últimas pinturas. O desacordo entre a artista e a líder do bairro resultou em uma interrupção abrupta de sua actividade artística.
Em um áudio vazado, Amarildo Rungo foi informado de que não poderia continuar a pintar no bairro, pois a imagem retratada em sua obra não era vista com bons olhos pelo partido político que a líder apoiava. A líder sugeriu que ele submetesse suas ideias por escrito para análise, na esperança de obter aprovação do partido, afirmou que, se o partido não aprovasse, Amarildo não poderia mais continuar sua arte.
“Se fosse para pintar miudinhas a dançar com batuque, poderia ser, mas isso não.”
líder do bairro
Amarildo tentou explicar a essência de sua arte, mas a líder do bairro permaneceu irredutível, insistindo que a obra de Amarildo poderia prejudicar o partido politicamente, especialmente durante as eleições.
A principal preocupação da líder do bairro, revelada no áudio vazado, foi a interpretação da obra como ofensiva, com referências a ratos, que acreditava que poderiam prejudicar a imagem do partido. Mencionou um trabalho anterior de Amarildo sobre as dívidas ocultas que marcaram a sociedade moçambicana, admitindo que não o impediu na época porque o trabalho já estava concluído. No entanto, deixou claro que não permitiria que a nova obra fosse concluída.