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Cultura

Zambézia retoma Festival de Zalala

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A província da Zambézia vai retomar este ano a realização do Festival de Zalala, evento cultural que havia sido cancelado no ano passado devido às manifestações pós-eleitorais.

O anúncio foi feito pela diretora provincial da Cultura e Turismo, Ângela Assulai, durante uma conferência de imprensa, onde destacou a importância do festival para a promoção das atrações e potencialidades turísticas da província.

Segundo Assulai, distritos como Nicoadala, Maganja da Costa e Morrumbala possuem um forte potencial turístico, incluindo águas termais com efeitos medicinais, que atraem tanto as comunidades locais para celebrações e rezas, quanto pesquisadores interessados nas propriedades medicinais e aspectos socioculturais desses locais.

A diretora também destacou Gurué, no norte da província, apelidada de “Suécia de África”, devido à sua localização entre cordilheiras que conferem beleza natural ideal para turismo de aventura e contemplação. Além disso, o Parque Nacional de Gilé, também no norte, possui condições básicas para o eco-turismo, ainda pouco explorado.

Assulai ressaltou que a costa da Zambézia, com mais de 400 km desde Chinde até Pebane, abriga praias de águas cristalinas com grande potencial turístico. No entanto, ela alertou que estradas em mau estado representam um entrave significativo ao desenvolvimento do setor.

Aprovando-se planos de reabilitação de vias para o próximo ano, a diretora mostrou-se otimista quanto à melhoria de alguns troços, o que permitirá relançar a atividade turística.

Atualmente, a província conta com 771 estabelecimentos hoteleiros, sendo 457 dedicados à restauração e 310 ao alojamento, reforçando a capacidade da Zambézia de receber visitantes nacionais e internacionais.

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Cultura

Paulina Chiziane aventura para o Afro-Fado

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A escritora moçambicana Paulina Chiziane lançou recentemente três novas músicas do afro-fado. 

Os temas “Mãe”, “Quem Tu És” e “África” contam com a participação do músico Eugénio Sumbane e trazem à tona um diálogo entre ancestralidade, espiritualidade e a história do povo negro.

A escritora multifacetada explica em um comunicado que tivemos acesso, que a inspiração nasce da própria origem do fado, cuja raiz, segundo várias bibliografias, está associada ao sofrimento africano levado nas caravelas portuguesas. 

“Somos de várias raças, várias culturas, vários continentes, mas somos um só povo: o povo de Deus! Hoje trago-vos o afro-fado. Confirmam muitas bibliografias que o fado chegou à Europa e ao Brasil através dos navios negreiros. As caravelas portuguesas que invadiram África vinham cheias de ganância, mas vazias de cantigas da alma. Regressaram cheias de escravos negros que, cantando, elevavam a sua oração ao transcendente, mas ficaram eternamente perdidos no coração do Império Lusitano”, afirma.

Para Chiziane, cantar o afro-fado é um acto de reconciliação com a memória. 

“O fado tem as suas raízes no sofrimento africano, por isso é meu! Para mim, cantar o afro-fado é resgatar a minha ancestralidade e a alma negra que durante séculos foi espalhada no mundo”, sublinha.

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Cultura

Mel Matsinhe entrega “Translúcida, Tilu e o Mar” as prateleiras moçambicanas

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A multifacetada artista e escritora moçambicana Mel Matsinhe apresentou recentemente, no espaço Galeria do Porto, em Maputo, a sua mais recente obra literária intitulada Translúcida, Tilu e o Mar.

Logo à chegada, Mel trouxe consigo uma narrativa viva antes mesmo de abrir o livro, o penteado em espiral que usava simbolizava a evolução humana, um lembrete de que o futuro só faz sentido se soubermos olhar para trás. 

As conchas que adornavam o seu visual resgatavam a memória da riqueza africana, quando já foram moedas de troca e revelavam uma ligação profunda ao mar, esse espaço de vida e mistério onde cresceu e ainda hoje encontra refúgio.

O evento reuniu personalidades de destaque no cenário artístico e cultural do país, como o dramaturgo David Abílio e a Secretária de Estado das Artes e Cultura, Matilde Muocha, que não esconderam a alegria de testemunhar o nascimento desta nova obra. 

Ambos revelaram que acompanham de perto a caminhada da autora e que não se surpreendem com a entrega de um trabalho tão sensível e necessário.

Ainda assim, entre elogios surgiu a questão, estará o mercado preparado para receber uma reflexão desta natureza? Para muitos, o livro deveria contar com maior apoio de marcas e instituições, de forma a impulsionar e envolver o público num debate que valoriza o pensamento africano nas narrativas infantis.

Na sua intervenção, Mel partilhou que este lançamento representa “mais um marco” na sua carreira. Sublinhou também a parceria enriquecedora com Walter Zand, ilustrador responsável por dar cor e vida às páginas do livro. Zand, emocionado, destacou que este foi um dos seus trabalhos mais especiais, não só pela experiência artística, mas pelo privilégio de ter a sua própria filha como “consultora crítica”, era quem dizia se os desenhos estavam à altura de conquistar a imaginação das crianças.

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Cultura

BD PALOP revela vencedores da 3.ª edição do concurso de Banda Desenhada

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Depois de quase um ano, a BD PALOP revelou os vencedores do terceiro concurso de Banda desenhada, no dia de ontem, 18 de Setembro nos Estúdios da Anima.

Esta edição contou com 700 concorrentes, dos quais apenas nove se destacaram, após serem avaliados por um júri que se sentiu desafiado a encontrar os trabalhos mais originais e criativos. Com o seu traço artístico, estes finalistas conseguiram revelar o melhor de si e mostrar ao mundo o que África tem para oferecer.

Segundo a organização esta foi a edição mais concorrida. Em Moçambique, sobressaíram as obras “Tecnomagia A Resistência dos Khossa”, de Etelvina Helena e Valia Mussuco; “Umbulandi, O Despertador dos Poderes”, de Andressa Jornal e Sancho Guamba; e “Niara”, de Halima Essa e Helder Mendes.

Em Cabo Verde, brotaram das ilhas histórias como “Pidrim”, de Cristiny Roberto e Gilardi; “Dracena Drago”, de Erickson Fortes e Gilda Barros; e “A Família Gilé”, de Cheila Delgado e Merly Tavares.

Já em Angola, mereceram destaque “Mafuta, A Melodia Esquecida”, de Cremildo Fula e Lopes José; “Afro Armagedon”, de Justina Kava e Osvaldo Neto; e “Kianda, Uma História do Mar”, de Maura Maria e Luís Mateus.

Em conversa com o Xigubo, Etelvina Helena não escondeu a sua felicidade e disse sentir-se honrada pela mentoria recebida durante o processo de criação da obra. A argumentista contou que, quando concorreu, não tinha grandes expectativas em relação ao trabalho, mas os resultados superaram tudo.

Valia Mussuco encara a trajectória como um verdadeiro desafio, sublinhando que trabalhou com um tema de que gosta, o que lhe permitiu dedicar-se com muito amor.

Segundo a organização, por conta do sucesso desta edição o próximo passo é negociar com o Ministério da Educação para que estes livros sejam incluídos no regulamento escolar, como forma de fazer crescer a arte e incutir nos pupilos o amor pela Banda Desenhada. Para além disso, trabalhos com parceiros, estão a ser feitos para que os trabalhos alcancem mais pessoas.

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