Opinião
Xixel Langa prepara sua actuação para temporada de Música Clássica
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A cantora moçambicana, Xixel Langa uma das artistas convidadas no primeiro concerto da actual série da Temporada de Música Clássica, Noite Clássica, que terá lugar no Cine Teatro Scala, às 19h de sexta-feira.
O projecto Xiquitsi subiu ao palco do Cine Scala, esta quarta-feira, na Cidade de Maputo, para preparar dois concertos inseridos na Temporada de Música de Maputo. Entre as artistas convidas consta Xixel Langa, que segundo escreveu o País, irá expressa-se como a caracteriza. “Teremos diferentes estilos de música e iremos representar de forma clássica. Acho isso interessante. Portanto, estarei como qualquer outro artista, a forma como irei apresentar-me é que será diferente”, escreveu.
A mezzo soprano Mariana Carilho, que vem de Barcelona estará presente para actuar na segunda série de concertos da Temporada de Música Clássica, a artista, acredita que o país tem muitas vozes belas que precisam de oportunidade, e o intercâmbio com os alunos do Xiquitsi a motiva imenso.
A presente série de concertos contara também com actuações de estudantes do Xiquitsi que se estão a formar em Portugal: Inérzio Macome e Kleyd Alfainho. Para a instrumentista, “voltar para casa és sempre uma honra porque trago o que aprendi fora”. Por isso, apoia os seus colegas para os dois concertos, dando algumas dicas.
Opinião
Internautas ensinam artistas a desactivar comentários
Em tempos de agitação social, ser uma figura pública e manter-se em silêncio é, para muitos, uma posição tão barulhenta quanto qualquer grito. No palco das redes sociais moçambicanas, onde as palavras ganham o peso de julgamentos e aplausos, a neutralidade tornou-se um risco e os influenciadores que evitam apoiar o povo em suas demandas urgentes sentem agora o peso desse risco.
Assim, Hot Blaze, Mr. Bow, Liloca e outros nomes de destaque na cena digital aprenderam a lidar com uma nova realidade: o medo dos comentários.
Diante da fúria dos internautas, que pressionam as figuras públicas a se posicionarem sobre a situação sociopolítica de Moçambique, a estratégia de bloquear comentários tem sido o escudo preferido. A tentativa, entretanto, pouco parece servir de proteção, pois as redes fervem em discussões, e o público encontra formas alternativas de expressar seu descontentamento seja compartilhando imagens ou criando fóruns de debate à parte, onde as vozes contrárias ao silêncio dos influenciadores se multiplicam.
Esses bloqueios de comentários revelam não apenas uma tentativa de escapar da pressão popular, mas também um sintoma de um receio profundo: o de que influenciar verdadeiramente exija, afinal, um compromisso com as causas que reverberam fora das telas.
Opinião
Tabasilly é o responsável pelo sucesso de Mr. Bow
Tabasilly, é uma figura incontornável na construção de carreiras musicais em Moçambique. Entre 2013 e 2015, quando eu colaborava na Rádio Terra Verde, tive a oportunidade de testemunhar de perto a dedicação e generosidade de Taba, características que o tornaram um pilar no sucesso de vários artistas.
Ele era responsável por levar as músicas do Mr. Bow para a rádio, mas o que mais me impressionava era sua insistência em garantir que as canções de seu amigo fossem tocadas, mesmo quando tinha suas próprias músicas para promover. Esse altruísmo revelou uma faceta rara no mundo competitivo da música: a disposição de impulsionar o talento alheio sem colocar o próprio ego em primeiro plano.
Apesar de insinuações de que Mr. Bow poderia se tornar uma ameaça ao seu próprio sucesso, Taba nunca via isso como um problema. Ele acreditava firmemente que havia espaço para todos brilharem, citando exemplos como Wazimbo, Antônio Marcos, Safira José, Domingas e Belita, e Rosália Mboa, que fizeram sucesso simultaneamente. Esse espírito colaborativo não só ajudou a moldar a carreira de Mr. Bow, mas também influenciou profundamente outros talentos emergentes.
Em 2020, conheci Kay Novela, um jovem talentoso que revelou que, em meio a muitas dificuldades, foi Tabasilly quem o ajudou a subir aos grandes palcos na África do Sul. Graças ao apoio de Taba, Kay conseguiu não apenas visibilidade, mas também estabilidade financeira e contatos valiosos.
O reconhecimento veio em 2020, quando Mr. Bow lançou o álbum *Story of My Life* e presenteou Tabasilly com um cheque de 100.000 MZN, como forma de agradecer por seu papel crucial na construção de seu sucesso. Além disso, foi Tabasilly quem introduziu Mabermuda a King Bow, facilitando colaborações que enriqueceram a cultura musical moçambicana.
Tabasilly não é apenas um músico talentoso, mas também um verdadeiro mentor e construtor de carreiras. Sua generosidade e visão colaborativa têm deixado uma marca indelével na música de Moçambique, abrindo portas e criando oportunidades para muitos artistas brilharem. Sua contribuição é um exemplo de como o sucesso pode ser alcançado não apenas através de talento individual, mas também através de apoio mútuo e solidariedade.
Texto de Mia Tembe
Opinião
A história do Trio que queria ser uma Fam para sempre
Nos anos 2000, Moçambique viveu um dos períodos mais vibrantes do rap e os Trio Fam foram um dos grupos mais destacados dessa era dourada.
Formado por Kaus, Cinzel e Kloro, o grupo não apenas marcou o cenário musical, mas também conquistou aplausos e reconhecimento de uma geração.
Antes conhecidos como Rappers Unit, depois Trio Fam, formavam mais do que um grupo de rap. Era uma família, uma “Fam” que transcendia os laços musicais.
As suas faixas falavam da vida nas ruas, dos desafios diários e dos sonhos de uma juventude que buscava o melhor num país como o nosso.
Sob a direcção do icónico DJ Beatkeepa, ex-manager da Track Records, os Trio Fam amplificaram a voz de todos os jovens com intervenções em músicas como “Au Suke” e Respeito Mútuo. Mas também conseguiram agradar a quem gostasse de abordagens mais Egotrip, com os clássicos “Mãos na Cabeça”, “J’yeah J’yeah”, “Continencia”, “Randza”, entre outros.
Mas, como muitas histórias de sucesso, os Trio Fam também tiveram os seus desafios. A parceria de longa data entre Kaus, Cinzel e Kloro, que parecia inquebrável, enfrentou dificuldades inesperadas após Kaus suspeitar que Kloro tinha desviado os fundos da Mukheru Music, que os três membros administravam.
A desconfiança que surgiu a partir desse episódio, criou a dissociação do grupo.
Entretanto, apesar do fim triste, o legado do Trio Fam permanece intocado. Kaus, Cinzel e Kloro, mesmo seguindo caminhos separados, deixaram uma marca inquestionável no hip-hop moçambicano.