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Cultura

TP50 presta-se tributo com o espetáculo “Agora Somos Nós”

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O colectivo TP50 regressa à sala grande do Centro Cultural Franco – Moçambicano, no próximo dia 20 de setembro, às 20 horas, para prestar tributo aos constituintes do seu próprio grupo. Intitulado “Agora Somos Nós”, o espectáculo apresenta obras dos integrantes do TP50 através da música, dança, teatro, imagem e poesia e vai reunir cerca de 80 artistas em palco.

Durante 17 anos, o TP50 apresentou tributos a grandes artistas cuja obra e postura julgam ser importante evocar. Tratou-se, sobretudo, da utilização de modelos de criação artística e de cidadania, como exemplos de obras e comportamentos humanistas e socialmente exemplares dentro de um quadro de advocacia dos valores morais socialmente úteis.

“Este processo foi tornado possível por dezenas de artistas, técnicos e produtores que se entregaram com devoção às realizações, construindo um movimento que foi publicamente reconhecido de elevada utilidade pública e artística”, recorda António Prista, o líder dos TP50.

De acordo com a mesma fonte, o mérito do sucesso do TP50 deve-se à dedicação e crescimento destes jovens que hoje se tornaram artistas de qualidade e cujo percurso constitui também um exemplo a disseminar. “O show Agora Somos Nós, é sobretudo um tributo a estes jovens que, pelo seu esforço e dedicação, se tornaram artistas que realizam obras de elevada qualidade e significado e que importa usar como exemplo”, acrescenta Prista.

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Cultura

BD PALOP discute como aumentar a produção e a distribuição da banda desenhada

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Na tarde de 18 de Setembro, o Estúdio Criativo Anima, na cidade de Maputo, ganhou outro ritmo. Risos, conversas animadas e olhares atentos enchiam o jardim, onde a iniciativa Banda Desenhada nos PALOP (BDPALOP) apresentou as obras vencedoras do seu terceiro concurso de banda desenhada.

O encontro abriu com um painel de debate que mostrou como a banda desenhada nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) está a conquistar espaço e a ganhar fôlego. Odair Varela, coordenador da iniciativa em Cabo Verde, puxou pela memória e contou que, no início, “só conseguíamos tirar um livro por ano”.

Hoje, sorri com orgulho, “já entregamos mais de dez”. Para o coordenador, esta terceira edição provou que é possível crescer, corrigir os erros das edições anteriores e colocar no mundo histórias que nascem aqui, com a expectativa de que as formações continuem a elevar a qualidade.

Mesmo num arquipélago com os seus desafios de transporte, Cabo Verde criou um ecossistema para facilitar a distribuição, mostrando que a geografia não é barreira quando há vontade.

Do outro lado do canal de Moçambique, a celebração também é sentida. Fábio Ribeiro, coordenador do projecto em Moçambique, explicou que esta foi “a edição mais concorrida de sempre”, com 300 candidatos, em comparação com os 70 da primeira edição. E, apesar da pressão para migrar para o digital, trouxe uma revelação, os livros físicos continuam a vender mais. “Ainda não é sustentável, apenas 25% do que produzimos foi vendido, mas os números já mostram que há mercado. Agora é dar mais visibilidade”, reforçou.

As vozes de quem vive o processo deram ainda mais força à mensagem. Halima Essá, bolseira de edições anteriores, sublinhou “Precisamos de escrever mais sobre nós, dizer o que pensamos, para tocar mais pessoas”. Eliana N’Zualo, participante da primeira edição, concordou, “Temos de parar de replicar o que não é nosso. Leitores existem e por isso estamos aqui”.

Para o Hélio Pene, ilustrador e parte da equipa da organização, o futuro da banda desenhada passa por investir em novos talentos: “É de pequeno que se torce o pepino”, disse com convicção, acreditando que só assim surgirão criações ousadas.No final, nove obras de Moçambique, Angola e Cabo Verde foram lançadas, provando que a BDPALOP já não é apenas um concurso, países e gerações, para transformar a banda desenhada num espelho de histórias.

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Cultura

Talentos nacionais em destaque na residência artística internacional

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Maputo acolhe a residência artística internacional Resistir Para Existir, que reúne criadores de seis países lusófonos e destaca o talento moçambicano. Entre os artistas seleccionados, destacam-se Leia Nhambe, Shelcia Mac e Nicole Bota, que vão apresentar o produto final da residência no próximo dia 12 de Setembro, no Centro Cultural Moçambique-China.

Inserida no projecto Resistência e Afirmação Cultural, a iniciativa visa criar uma obra multidisciplinar que revisita memórias colectivas dos processos de libertação colonial e das lutas antifascistas. A residência, coordenada pela Associação Cultural Scala, em parceria com a Khuzula, seleccionou estes talentos entre mais de uma centena de candidaturas.

Lea Nhambe, actriz e cantora, é considerada uma das vozes mais promissoras da nova geração moçambicana. Iniciou-se no teatro comunitário e destacou-se como protagonista da série A Influencer. Foi ainda nomeada para os Prémios Mozal e participou em filmes como Prato Frio e O Preço da Culpa.

Shelcia Mac, cantora e compositora, dedica-se à música popular contemporânea desde cedo. Participou no programa Fama Show aos 17 anos, lançou o single Regalia em 2023 e estreou, em 2025, o espectáculo 4 Estações Live Show.

Nicole Bota, de 25 anos, traz uma perspectiva fresca da nova vaga de criadores moçambicanos. Depois de viver sete anos em Lisboa, regressou a Maputo para seguir a sua paixão pelo canto, conciliando a carreira artística com o trabalho como gestora de redes sociais.

O processo criativo da residência tem privilegiado a partilha de saberes entre todas as disciplinas, incluindo dança, música, teatro e artes visuais. A iniciativa promove fusões inesperadas entre estilos como a morna cabo-verdiana, o semba angolano, o gumbé guineense e a marrabenta moçambicana.

Além das artistas moçambicanas, participam criadores de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. A apresentação final contará com mais de cinquenta profissionais em palco, entre residentes internacionais, artistas e técnicos moçambicanos. O espectáculo multidisciplinar será documentado e arquivado na plataforma digital CASA, constituindo um repositório permanente para as artes performativas da lusofonia.

A iniciativa conta com o apoio do PROCULTURA, financiado pela União Europeia e co-financiado pelo Camões, I.P. e pela Fundação Calouste Gulbenkian, além do apoio estratégico do Ministério da Educação e Cultura de Moçambique.

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Cultura

Nick do Rosário apresenta “As mãos do medo”

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A Gala-Gala Edições anuncia o lançamento do livro “As Mãos do Medo”, de Nick do Rosário, composto por 86 páginas e 5 cadernos (sombra, memórias, sol, corpo e breves anotações), este é o segundo livro publicado pela Gala-Gala Edições, sucedendo o íconico “Gaveta de Cinzas”, lançado em 2021.

O lançamento do livro, que sai pela Colecção Biblioteca de Poesia Rui de Noronha, acontecerá no Camões – Centro Cultural Português, em Maputo, no dia 26 de Agosto, com início às 17h30.

Com “As Mãos do Medo”, vencedor do Prémio Literário 21 de Agosto (da Cidade de Quelimane) e finalista do Prémio Fernando Leite Couto (2023), Nick do Rosário, que é ainda autor do livro de poesia infantil “Poemas à Sombra da Infância” (2023), consolida a sua voz como poeta. Em “As Mãos do Medo”, Nick do Rosário mergulha nas profundezas dos receios e ansiedades que moldam a existência.

Através de versos carregados de simbolismo e introspecção, o autor explora a natureza multifacetada do amor, as suas manifestações e o seu impacto no indivíduo, como esclarece Cremildo Bahule, que assina o prefácio.

Segundo o escritor Pedro Pereira Lopes, editor da livro, a obra revela uma autoconsciência da escrita que a transcende, transformando-a num objecto de meditação.

O poeta de “As Mãos do Medo” questiona-se sobre a sua própria pena, sobre “como escrever um poema aos gritos” e o “demorado tempo do poema”. Numa fuga deliberada do que é “concreto”, a lírica é tecida em associações que se abrem para o enigma, para a “fúria de emoções” que a matéria da poesia encerra.

A poesia não é um refúgio da realidade, mas uma sua outra face, uma sombra em que a memória “incendia” e o silêncio “chega cru e tem voz”. O poema é, em última instância, uma cicatriz, um “fósforo” que arde na possibilidade do fogo, ou das cinzas, e que nos deixa o seu rasto como uma marca indelével e verdadeira.

O evento de lançamento do livro “As Mãos do Medo” contará com a participação do professor e escritor Cremildo Bahule, que apresentará a obra, e da banda Xihitana, que trará um brilho adicional à noite, com a sua actuação.

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