Opinião
Músicas moçambicanas que completam uma década este ano

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O mundo da música está cheio de jóias que, com o tempo, se tornam verdadeiros tesouros. Em Moçambique, 2013 foi um ano especial para a indústria musical, com várias canções que ainda fazem nossos corações vibrarem. Neste artigo, vamos lembrar algumas dessas músicas que celebram uma década de existência em 2023.
Neyma e Jay Pee: “Como Anima Marrabenta”
“Como Anima Marrabenta” é uma pérola musical que brilha ainda mais quando se celebra uma década de sua existência. Interpretada por Neyma e Jay Pee, essa canção foi criada com um objectivo especial de homenagear o estilo musical moçambicano, a Marrabenta.
Neyma, com sua voz encantadora, e Jay Pee, com sua habilidade única, uniram forças para criar uma melodia que é uma verdadeira celebração da cultura musical moçambicana. A faixa foi produzida pela Golo – think local e teve a produção de vídeo pela RGB Filmes. A parceria com Marrabenta Produções Lda. tornou esta música ainda mais especial.
Dj Ardiles: “Deixa Assim”
“Deixa Assim” do Dj Ardiles é uma música que nos faz reflectir sobre os complexos caminhos do amor. A canção retrata a vida de muitas pessoas que, apesar dos desentendimentos, encontram na convivência uma forma de equilibrar o amor que sentem um pelo outro.
Com mais de uma década de existência, essa música continua a nos lembrar da beleza e complexidade das relações.
Dj Faya e Tweenty Fingers: “Agarra”
“Agarra”, é uma daquelas músicas que coloca um sorriso em nossos rostos sempre que a ouvimos. Dj Faya e Tweenty Fingers se uniram para criar uma kizomba envolvente que conquistou não apenas Maputo, mas também os corações de muitos moçambicanos. A mensagem cativante e a batida contagiante desta música fizeram dela um sucesso instantâneo.
O videomaker Cr Boy fez um trabalho notável no videoclipe, tornando-o ainda mais memorável. Com mais de 386.533 visualizações, essa música continua a encantar os ouvidos dos amantes da boa música.
Dama do Bling: “My Eish”
Dama do Bling, uma das rainhas do hip-hop e afro-house moçambicano, presenteou-nos com “My Eish” como parte do álbum “Deusa”, lançado em dezembro de 2013. Esta música é um verdadeiro hino à dança, acompanhado pela voz inconfundível de Dama do Bling.
Suas rimas poderosas demonstram sua maestria na música e sua habilidade em encantar o público. O videoclipe, dirigido por DJ Marcel, completa esta obra-prima musical.
Zico, Guyzelh e Dygo: “Negócios da China”
“Negócios da China” lançada através do projecto La Familia, que se dedicava a alegrar os palcos, lançar músicas e divertir o público. A música é uma verdadeira celebração da criatividade e da energia que artistas moçambicanos trazem para o cenário musical. Mesmo após uma década, ela ainda nos faz dançar e celebrar o talento dos artistas envolvidos.
À medida que celebramos uma década dessas músicas incríveis, é importante reconhecer o impacto que elas tiveram na cena musical de Moçambique, continuam a ser uma parte vital da tradição musical e cultural do país, e esperamos ansiosamente o que o futuro reserva para a música moçambicana. Este é apenas o começo de nossa jornada de celebração das músicas que marcaram 2013, e continuaremos a explorar mais dessas joias musicais na próxima parte deste artigo. Portanto, fique atento!
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Opinião
Facebook matou Fred e roubou a coroa

Desde que o Facebook tornou-se um fenómeno, a informação circula de forma mais rápida. Com isso, desapareceram os tempos em que aguardávamos ansiosamente por programas televisivos para nos actualizarmos sobre as novidades do país.
Recordo-me de esperar até às 15 ou 16 horas para assistir ao “Atracções” na TV Miramar, na expectativa de um “beef” que Fred Jossias havia preparado. Às vezes, ele nem chegava a revelar tudo, mantendo-nos em suspense até ao dia seguinte. Nos geria uma semana com o mesmo beef, apenas nos alimentando com o cheiro.
Naquela época, como talvez o único corajoso detentor daquela informação, Fred comportava-se como a última bolacha do pacote, a única coca do deserto, o rei de tudo, e nós, meros mendigos do seu “beef”.
Porém, as redes sociais, especialmente o Facebook, acabaram com esse privilégio, uma vez que as informações correm muito rápido e são partilhadas sem muito medo de perseguições, pois alguns utilizam perfis anónimos, como é o caso do Unay que, inegavelmente, tirou o poder a Fred pois antes de sair do activo, era onde as pessoas iam para saber dos novidades mais quentes e íntimas dos artistas e não só.
Além disso, agora o telemóvel com câmara e internet tornou-se quase que acessível a todos, daí que factos que antes apenas podiam ser cobertos e revelados por uma parte, agora todos podem.
Daí que, se Fred demorar com uma informação, corre o risco de ter outra pessoa já a falar sobre isso no Facebook, o que tira a sua arma poderosa: fazer as pessoas esperar.
O que notamos agora é que o rei virou um peão, também fica à espera de um escândalo na internet para poder comentar e gerar sensacionalismo em cima disso.
Opinião
Rhodalia no Got Talent: uma denúncia da precariedade da nossa indústria musical?

A cantora moçambicana Rhodalia Silvestre conquistou o “mundo” após a sua participação numa audição no Got Talent Portugal, onde arrebatou o júri, conforme se lê no título do vídeo da sua apresentação.
Já celebramos a elevação do talento e sentimo-nos identificados, mas agora é a vez de nos questionarmos: como é que a Rhodalia participou num programa que, na sua génese, dá oportunidade a iniciantes ou talentos desconhecidos?
Há um nível ao qual não se deve descer depois de alcançado e, com Wansati, Rhodalia deu o seu impulso como não apenas mais uma voz, mas como uma cantora que representa o país. Neste sentido, fora do país, o Got Talent não devia ser o palco dela, mas, talvez, buscar por outros prémios e palcos.
Rhodalia deveria cantar num Tiny Desk
Para questões de contextualização, estamos a falar da revelação do Ngoma Moçambique 2017, melhor voz de Moçambique no Ngoma 2018 e 2022 e ainda vencedora do prémio Vibratoques da Vodacom.
Foi integrante e vocalista principal do agrupamento moçambicano Banda Azul, é dona de uma voz poderosa, única e arrebatadora, destacando-se com a canção Wansati, que dá também nome ao seu álbum de originais com 12 temas.
No seu portefólio artístico, constam projectos e colaborações com grandes artistas como Jimmy Dludlu e o falecido rapper Azagaia. Já actuou nos principais palcos, como o Cape Town Jazz Festival em 2011, Bushfire, Azgo, Lake of Stars, entre outros.
É certo que a participação de Rhodalia numa audição do Got Talent deve orgulhar-nos, mas também preocupar-nos enquanto moçambicanos. Este pode ser um grito da própria cantora, um: vocês não me ouvem.
Há que discutirmos o que leva uma voz que, pelos prémios e reconhecimento que já obteve, se submete a um palco destinado a talentos que ainda necessitam de aprovação. Podemos descobrir que estamos a brincar de cantantes, mas ainda precisamos da comunidade internacional para provarmos se somos realmente bons ou não.
Não é esta uma amostra de quão precária está a valorização dos nossos? Será o Ngoma suficiente ou há que se adicionar um “subsídio de reintegração” para continuar a suprir as necessidades do artista?
Aqui, não se tira mérito à ida da cantora ao programa. Isso é positivo e acredito que faça parte de uma estratégia por ela encontrada em meio a outros possíveis fracassos. Mas, virando a moeda, é como imaginar Adele a participar no Fama Show ou Assa Matusse a concorrer no Got Talent França.
A verdade é que, agora, só a multipremiada Rhodalia pode explicar em que estado a nossa cultura encontra-se.
Que se inicie o debate!
Opinião
Mana Cecy tem muito a aprender com Liloca

As redes sociais, palco de debates intensos e, muitas vezes, impiedosos, têm sido o terreno onde figuras públicas enfrentam os desafios da exposição. Mana Cecy, conhecida pelo seu carisma e influência, viu-se recentemente envolvida em uma onda de críticas após suas declarações e atitudes em relação às manifestações em Moçambique.
O incidente mais emblemático foi o vídeo onde, visivelmente desconfortável, relatou ter sido forçada a gritar “Povo no Poder”. Contudo, sua tentativa de esclarecer os eventos acabou por intensificar o desagrado público.
O erro de Cecy não foi apenas no posicionamento inicial de distanciamento, mas na insistência em não reconhecer sua falha com humildade. O discurso posterior, em que voltou a culpar “as pessoas erradas”, revelou uma desconexão com a sensibilidade do momento.
Em contrapartida, artistas como Liloca ensinam uma lição poderosa: o silêncio. Diante de ataques ou controvérsias, Liloca opta por manter-se reservada, concentrando-se no que sabe fazer melhor, o seu trabalho. Esse contraste expõe uma verdade dura, mas necessária: às vezes, a melhor resposta é a ausência de resposta.
A crise de Mana Cecy é um lembrete de que figuras públicas carregam a responsabilidade de entender o impacto de suas palavras e atitudes. Aprender a ouvir, aceitar críticas e, sobretudo, demonstrar empatia são ferramentas fundamentais para navegar pelas águas agitadas da opinião pública. Talvez o silêncio de Liloca não seja apenas uma escolha, mas uma estratégia de sabedoria em tempos de tempestade. Mana Cecy pode e deve aprender com isso.