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Opinião

Lados Opostos, um filme que revela a verdade sobre Cabo Delgado 

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Lados opostos um filme sobre a guerra em mocambique

O filme “Lados Opostos “, lançado em 2021, mergulha na narrativa que vai além das fronteiras geográficas, conectando eventos desde a trágica morte de Samora Machel até os horrores da guerra em Cabo Delgado. 

Com uma intensidade reservada para maiores de 18 anos, este filme com 100 minutos de ação é de origem Russa não poupa o espectador, conduzindo-o por caminhos onde a dor de Moçambique ao longo dos anos revela-se em cada cena, mostrando não ser um simples filme, quando se tem o espírito moçambicano no corpo. 

Cada momento do filme é uma porta para lembranças adormecidas e episódios tristes, desde o fatídico acidente que tirou a vida de Samora Machel e o massacre de inocentes em Cabo Delgado, atribuído aos chamados insurgentes pela mídia e pelo governo local. O longa- metragem, mostra também que a morte de Samora, foi planeada e está ligada com a situação de Cabo Delgado, uma vez que Rússia e América, sempre quiseram comer no mesmo prato, porem a Rússia já tinha o garfo, uma vez que Moçambique apoiava os soviéticos. 

A trama desvenda detalhes brutais sobre os insurgentes e terroristas que dizimaram aldeias inteiras, ceifando vidas e despedaçando famílias. Revela-se também a verdade sombria sobre os líderes nacionais, cujas mãos estão manchadas com o sangue de inocentes, e os generais que enriquecem à custa da morte de soldados ingênuos, que lutavam sem entender os verdadeiros motivos por trás do conflito, algo de doer o coração com intensidade para quem tem familiares ou amigos a defender o país em Cabo Delgado. 

No centro da trama estão os irmãos José e Luís, cuja vila é destruída pelo Estado Islâmico no sudeste da África. Enquanto o irmão mais velho se une à organização, o mais novo foge e é resgatado por militares russos. Agora, ele enfrenta o dilema de revelar a localização do grupo terrorista, temendo pelo destino do irmão.

O filme se inicia com a recriação da trágica morte de Samora Machel em um avião manipulado para cair nas mãos de seus inimigos, desencadeando uma sequência de eventos que culminam no massacre de 2019 em Cabo Delgado. Mostra-se o desespero de uma comunidade dilacerada, forçada a servir aos interesses dos que invadiram suas terras.

Enquanto Moçambique busca apoio internacional, a Rússia oferece sua ajuda, mas enfrenta obstáculos dos comandantes locais, interessados mais em lucrar vendendo informações do que em acabar com o conflito. Paralelamente, uma luta pelo controle dos recursos naturais se desenrola, com interesses políticos e econômicos em jogo.

A competição entre Rússia e Estados Unidos se intensifica à medida que ambos disputam a preferência de Moçambique. Os americanos, percebendo a inclinação do país africano para os russos, decidem intervir, enviando mercenários para desestabilizar a região e reivindicar os benefícios da exploração mineral.

No meio desse jogo de interesses, até os insurgentes são manipulados e descartados como peças dispensáveis. Descontentes, alguns se recusam a seguir as ordens e iniciam sua própria guerra, resultando em confrontos sangrentos entre grupos militares rivais e os insurgentes, bem como o novo grupo apoiado pelos Estados Unidos.

Enquanto o governo moçambicano luta para conter a violência, rompe suas alianças com os russos, percebendo sua ineficácia. Os ataques persistem, e soldados moçambicanos continuam sendo dizimados, enquanto interesses escusos dentro do próprio país alimentam o conflito, sem qualquer senso de patriotismo.

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Opinião

Pfuka u Phanda, um conselho de gerações que continua urgente

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“Pfuka U Phanda”, colaboração entre António Marcos e Nelson Tivane, é mais do que uma simples faixa do novo projecto discográfico de Nelson, Lhamula, é um chamado à consciência, um lembrete musical que atravessa gerações. 

Ao unir dois artistas de idades e trajetórias diferentes, a música transforma-se num diálogo intergeracional que reforça valores que nunca perdem validade, acordar, mover-se e fazer acontecer.

A força da música está na forma como combina melodias cuidadosamente escolhidas com uma letra directa, quase paternal. Ambos os artistas recordam que nada se conquista parado, que o sucesso não é fruto do acaso, mas sim de esforço contínuo, disciplina e coragem para enfrentar obstáculos.

No fundo, “Pfuka U Phanda” deixa um conselho simples, mas necessaria “não há resultados sem acção”. Segundo os autores, lamentar não muda a realidade, dormir sobre os problemas não os resolve, é preciso levantar, trabalhar, procurar caminhos e criar oportunidades, mesmo nos dias difíceis.

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Opinião

Zakaza, o som que se calou: Reforma ou morte?

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MC Roger

O nosso patrão da música moçambicana, MC Roger, era conhecido por todos como o “Rei do Verão” o artista que anunciava a chegada da estação mais quente em Moçambique com músicas que enchiam praias, festas e marginais. 

Mas este ano, aliás nos últimos tempos, estranhamente, está em silêncio. Não há faixa que celebre o sol, o calor, o ritmo da festa, nada de anúncio do “verão chegou” nem um Zakaza de surpresa.  

O vazio desse palco fez-me perguntar que aconteceu ao nosso Rei do Verão? Sera que alguém se negou a abrir as portas ao patrão e ele não passou?

Fui pesquisar e vi os sinais de mudança quando percebi que nas suas redes sociais deixou de exibir batidas e danças para o calor, mulheres a cair na piscina, e passou a trazer imagens de cerimónias, eventos institucionais e figuras políticas. 

O fato, gravata e sapatos que brilhavam, agora sobem outras escadas e as portas com fechaduras de ouro são abertas para entrar em lugares cheios de “excelências”, “todo protocolo” e “no que tange”. 

Para mim, ele resolveu morrer para a música matar sua carreira para mudar renascer como agente de influência, com uma faceta mais patriótica ou política. 

Agora, o artista que antes trazia “sol, festa e calor” parece ter aceitado outros ritmos e outras plateias. Isso não é necessariamente mau, mas deixa um vazio entre quem esperava a sua batida anual e quem agora vê um rosto mais voltado para o poder, o palco político. 

Assim sendo, volto a dizer, Mc Roger morreu para a música. Eu já não conto com ele.

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Opinião

Facebook matou Fred e roubou a coroa

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Fred artistas nacionais

Desde que o Facebook tornou-se um fenómeno, a informação circula de forma mais rápida. Com isso, desapareceram os tempos em que aguardávamos ansiosamente por programas televisivos para nos actualizarmos sobre as novidades do país.

Recordo-me de esperar até às 15 ou 16 horas para assistir ao “Atracções” na TV Miramar, na expectativa de um “beef” que Fred Jossias havia preparado. Às vezes, ele nem chegava a revelar tudo, mantendo-nos em suspense até ao dia seguinte. Nos geria uma semana com o mesmo beef, apenas nos alimentando com o cheiro.

Naquela época, como talvez o único corajoso detentor daquela informação, Fred comportava-se como a última bolacha do pacote, a única coca do deserto, o rei de tudo, e nós, meros mendigos do seu “beef”.

Porém, as redes sociais, especialmente o Facebook, acabaram com esse privilégio, uma vez que as informações correm muito rápido e são partilhadas sem muito medo de perseguições, pois alguns utilizam perfis anónimos, como é o caso do Unay que, inegavelmente, tirou o poder a Fred pois antes de sair do activo, era onde as pessoas iam para saber dos novidades mais quentes e íntimas dos artistas e não só.

Além disso, agora o telemóvel com câmara e internet tornou-se quase que acessível a todos, daí que factos que antes apenas podiam ser cobertos e revelados por uma parte, agora todos podem.

Daí que, se Fred demorar com uma informação, corre o risco de ter outra pessoa já a falar sobre isso no Facebook, o que tira a sua arma poderosa: fazer as pessoas esperar.

O que notamos agora é que o rei virou um peão, também fica à espera de um escândalo na internet para poder comentar e gerar sensacionalismo em cima disso.

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