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Cultura

Hamir da Silva usa fotografia para buscar sorrisos ofuscados pela vida

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Hamir da Silva usa fotografia para buscar sorrisos ofuscados pela vida

Buscando sorrisos, contanto histórias é o novo lema do fotógrafo moçambicano Hamir da Silva, que através das suas lentes busca retratar através da fotografia as histórias de crianças, adolescentes e idosos das comunidades dando a oportunidade de se expressarem através da fotografia.

Desta maneira, o fotógrafo, espera contribuir para a sua alfabetização visual, discutir o quotidiano e os problemas da comunidade, reflectindo sobre os seus problemas e consciencializando as pessoas sobre a importância de tornar a sociedade mais inclusiva, bem como, para mudar o olhar que a sociedade tem para com essas pessoas.

Engana-se quem pensa que esta prática é de hoje. Tudo começou em 2019 em Tete, quando pretendia concorrer ao concurso de fotografia “Mostra o teu Moçambique” do projecto Teresinha da autoria da Lisie Champier, onde Hamir foi consagrado vencedor da categoria pública.

Hamir da Silva usa fotografia para buscar sorrisos ofuscados pela vida

A experiência foi tão boa, que até desenvolveu uma certa paixão que não para de crescer, passando a fazer fotos frequentes de crianças na província de Tete, Sofala e Manica.

Fora a paixão inquestionável pela fotografia e contar histórias, existe um outro motivo por trás de tudo. Segundo contou Hamir a Xigubo, escolhe “crianças que dispõe de poucas condições de lazer na comunidade, sem acesso ao consumo de bens simbólicos, fazendo com que estas sejam objecto central e não plano de fundo”.

“As crianças que fotógrafo tem uma responsabilidade adulta muito cedo por conta do trabalho infantil, o que faz perceberem que a sua infância tem algumas limitações no que podemos considerar “normal” das crianças”.

“Quem conquista a amizade de uma criança e faz sorrir, alcançou a real beleza da vida é tudo que posso dizer em relação ao meu trabalho e as emoções que sinto” – Hamir da Silva

Para o ano em curso, 2023 pretende usar a fotografia como a principal ferramenta de inclusão social, para discutir o quotidiano, os problemas da comunidade e preservar os direitos da crianças, e também fazer com que estas participem mais da produção de imagem e não sejam afastadas pela sociedade aparecendo somente em situações sob impacto de tragédias, catástrofe, guerra que só faz aumentar o preconceito com essa parte da população e diminui ainda mais a sua auto-estima.

“Me mergulho nos sonhos desses pequenos e não só faço o dia delas diferente mas também faço amigos” – Hamir da Silva

Para tal, pretende tornar a sua actividade em um projecto e levar a um novo patamar dando espaço a essas crianças para se expressarem, partilhando suas histórias, sonhos e assim buscar ajuda de mais pessoas na sociedade para ajudarem com o pouco a tornar possível a realização dos seus sonhos.

Na sua trajetória já conquistou vários prêmios relacionados a fotografia. Em Setembro de 2021 ficou em segundo lugar no concurso de fotografia Katla, da Associação para Desenvolvimento Cultural “Kulungwana”. Março de 2022 segundo lugar concurso de fotografia alusivo ao mês da mulher “USAID Moçambique”. 

Junho 2022, vencedor da 1a edição do concurso de fotografia Baygon e em 2022 Participou da XVIII gala do prêmio Jovem criativo e foi selecionado pelo conselho de representação do estado para a fase nacional, após ter passado a fase distrital e provincial na categoria de criançao artística envolvendo a fotografia. 

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Cultura

Talentos nacionais em destaque na residência artística internacional

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Maputo acolhe a residência artística internacional Resistir Para Existir, que reúne criadores de seis países lusófonos e destaca o talento moçambicano. Entre os artistas seleccionados, destacam-se Leia Nhambe, Shelcia Mac e Nicole Bota, que vão apresentar o produto final da residência no próximo dia 12 de Setembro, no Centro Cultural Moçambique-China.

Inserida no projecto Resistência e Afirmação Cultural, a iniciativa visa criar uma obra multidisciplinar que revisita memórias colectivas dos processos de libertação colonial e das lutas antifascistas. A residência, coordenada pela Associação Cultural Scala, em parceria com a Khuzula, seleccionou estes talentos entre mais de uma centena de candidaturas.

Lea Nhambe, actriz e cantora, é considerada uma das vozes mais promissoras da nova geração moçambicana. Iniciou-se no teatro comunitário e destacou-se como protagonista da série A Influencer. Foi ainda nomeada para os Prémios Mozal e participou em filmes como Prato Frio e O Preço da Culpa.

Shelcia Mac, cantora e compositora, dedica-se à música popular contemporânea desde cedo. Participou no programa Fama Show aos 17 anos, lançou o single Regalia em 2023 e estreou, em 2025, o espectáculo 4 Estações Live Show.

Nicole Bota, de 25 anos, traz uma perspectiva fresca da nova vaga de criadores moçambicanos. Depois de viver sete anos em Lisboa, regressou a Maputo para seguir a sua paixão pelo canto, conciliando a carreira artística com o trabalho como gestora de redes sociais.

O processo criativo da residência tem privilegiado a partilha de saberes entre todas as disciplinas, incluindo dança, música, teatro e artes visuais. A iniciativa promove fusões inesperadas entre estilos como a morna cabo-verdiana, o semba angolano, o gumbé guineense e a marrabenta moçambicana.

Além das artistas moçambicanas, participam criadores de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. A apresentação final contará com mais de cinquenta profissionais em palco, entre residentes internacionais, artistas e técnicos moçambicanos. O espectáculo multidisciplinar será documentado e arquivado na plataforma digital CASA, constituindo um repositório permanente para as artes performativas da lusofonia.

A iniciativa conta com o apoio do PROCULTURA, financiado pela União Europeia e co-financiado pelo Camões, I.P. e pela Fundação Calouste Gulbenkian, além do apoio estratégico do Ministério da Educação e Cultura de Moçambique.

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Nick do Rosário apresenta “As mãos do medo”

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A Gala-Gala Edições anuncia o lançamento do livro “As Mãos do Medo”, de Nick do Rosário, composto por 86 páginas e 5 cadernos (sombra, memórias, sol, corpo e breves anotações), este é o segundo livro publicado pela Gala-Gala Edições, sucedendo o íconico “Gaveta de Cinzas”, lançado em 2021.

O lançamento do livro, que sai pela Colecção Biblioteca de Poesia Rui de Noronha, acontecerá no Camões – Centro Cultural Português, em Maputo, no dia 26 de Agosto, com início às 17h30.

Com “As Mãos do Medo”, vencedor do Prémio Literário 21 de Agosto (da Cidade de Quelimane) e finalista do Prémio Fernando Leite Couto (2023), Nick do Rosário, que é ainda autor do livro de poesia infantil “Poemas à Sombra da Infância” (2023), consolida a sua voz como poeta. Em “As Mãos do Medo”, Nick do Rosário mergulha nas profundezas dos receios e ansiedades que moldam a existência.

Através de versos carregados de simbolismo e introspecção, o autor explora a natureza multifacetada do amor, as suas manifestações e o seu impacto no indivíduo, como esclarece Cremildo Bahule, que assina o prefácio.

Segundo o escritor Pedro Pereira Lopes, editor da livro, a obra revela uma autoconsciência da escrita que a transcende, transformando-a num objecto de meditação.

O poeta de “As Mãos do Medo” questiona-se sobre a sua própria pena, sobre “como escrever um poema aos gritos” e o “demorado tempo do poema”. Numa fuga deliberada do que é “concreto”, a lírica é tecida em associações que se abrem para o enigma, para a “fúria de emoções” que a matéria da poesia encerra.

A poesia não é um refúgio da realidade, mas uma sua outra face, uma sombra em que a memória “incendia” e o silêncio “chega cru e tem voz”. O poema é, em última instância, uma cicatriz, um “fósforo” que arde na possibilidade do fogo, ou das cinzas, e que nos deixa o seu rasto como uma marca indelével e verdadeira.

O evento de lançamento do livro “As Mãos do Medo” contará com a participação do professor e escritor Cremildo Bahule, que apresentará a obra, e da banda Xihitana, que trará um brilho adicional à noite, com a sua actuação.

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Dedos do Barro e da Tinta: Nova exposição de Sebastião Coana e Reinata Sadimba

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“Dedos do Barro e da Tinta” é a nova exposição dos artistas moçambicanos Reinata Sadimba e Sebastião Coana, que foi inaugorada recentemente e estará aberta até 28 de Junho de 2025, no Centro Cultural Franco-Moçambicano.

A exposição reúne cerâmicas de Sadimba e pinturas de Coana, celebrando a essência cultural de Moçambique, para destacar o diálogo entre as gerações e técnicas distintas dos dois artistas. Reinata Sadimba, ícone da arte Makonde, apresenta cerâmicas que traduzem histórias, rituais e tradições do norte do país.

Sebastião Coana, com sua pintura vibrante e contemporânea, aborda temas sociais e culturais por meio de cores intensas e abordagens inovadoras. Juntos, os artistas exploram a identidade e a vida moçambicana, com a mulher como símbolo central da criação artística.

“‘Dedos do Barro e da Tinta’ é uma celebração da criatividade e da cultura moçambicana, unindo dois universos artísticos únicos”, afirma a organização. A exposição é a segunda de um ciclo de quatro mostras previstas para 2025, sob curadoria de Sebastião Coana e convidados, no âmbito do projecto ARTE NA ZONA, promovido pela Associação Movimento Artístico (AMA). A iniciativa visa fortalecer a colaboração entre artistas e ampliar o acesso às artes visuais e conta com o apoio do Millennium bim e o Centro Cultural Franco-Moçambicano (CCFM).

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