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Cultura

Hamir da Silva, um fotógrafo além da percepção

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Hamir da Silva, um fotógrafo além da percepção

Na fotografia encontrei uma vida” – Hamir da Silva

Podemos considerar o acto de fotografar uma forma de documentar momentos para posteridade, como também arte, quando envolve no seu processo um conceito, uma ideia, um sentido, o que facilita a percepção da mensagem que se pretende transmitir.

E é nesta linha de pensamento que apresentamos Hamir da Silva, fotografo há 7 anos e que descobriu o gosto durante a sua infância por intermédio do seu tio que tinha uma camera.

Ao longo do tempo foi ganhando gosto pelo lado artístico da fotografia de tal forma que em seus tempos livres investia em fotografar tudo que via, de forma a expressar através a sua visão dramática, feliz e neutra do mundo, e foi assim que passou a ter na fotografia um lugar de paz e sossego.

Em 2014, adopta um novo ângulo de abordagem em suas fotos optando por trazer ao público fotos surreais e cria o seu primeiro trabalho intitulado “Uma História de Amor”, que considera a primeira e a melhor fotografia que já tirou, tanto pela mensagem assim como pela sensação que atravessou seu corpo durante a produção e publicação.

Como forma de quebrar o tabu existente no mundo da fotografia onde considera-se a necessidade de equipamento de ponta para fotos com qualidade, Hamir da Silva iniciou um projecto onde mostra que nem sempre é preciso de tanto para fazer uma foto criativa e que expresse sentimentos e sonhos. Com ajuda de alguns aplicativos e sua abordagem surreal produz fotos que por um momento colocam em dúvida a percepção da realidade e nos introduzem a um mundo imaginário. Mas com a ajuda da explicação que disponibiliza tudo fica mais fácil de perceber.

Por conta da sua criatividade ocupou a segunda posição na “Viagem do plástico”, concurso de fotografia KATHLA, inserido no Festival Gala-Gala 2021, onde os concorrentes foram desafios a mostrar o percurso do saco plástico depois do seu descarte. Falando sobre o prémio, o fotógrafo revelou que foi uma das formas de sentir o seu trabalho valorizado e conhecer mais fotógrafos da área, de tal forma que passou a autovalorizar-se e realizou mais um sonho.

Como forma de dar continuidade e tornar destacável o trabalho que realiza, revelou a Xigubo que para além de pretender realizar uma exposição fotográfica onde irá expor seus sonhos e de outras pessoas com um tema ainda por pensar, em breve iniciará um projecto onde vai tornar a fotografia surreal em algo mais destacável e abrir espaço para que seus seguidores e amantes da fotografia possam o contactar de forma serem fotografados como nunca viram e passem a ter uma foto diferente e criativa, demostrando os sentimentos escolhidos por eles.

Cultura

Maputo recebe terceira edição da exposição “Encontros do Património Audiovisual”

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A cidade de Maputo inaugurou esta segunda-feira (27) a terceira edição da exposição Encontros do Património Audiovisual, iniciativa que convida a refletir sobre a memória audiovisual dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).

A mostra está estruturada em três eixos principais. O primeiro apresenta uma vídeo-instalação que combina recortes de documentos, cartas e notícias com vídeo arte, resultado do trabalho da artista franco-sérvia Mila Turajlić, que pesquisa o antigo cinejornal jugoslavo e materiais filmados para movimentos de libertação em África. Entre o acervo analisado, destaca-se o espólio de Dragutin Popović, operador de câmara da Filmske Novosti, que filmou para a Frelimo na Tanzânia, material que deu origem ao filme Venceremos.

O segundo eixo presta homenagem aos 40 anos da estreia do filme moçambicano “O Tempo dos Leopardos”, com roteiro de Luís Carlos Patraquim, Licínio Azevedo, Zdravko Velimirović e Branimir Šćepanović, e fotografia de Victor Marrão.

O terceiro eixo é constituído por uma vídeo-instalação com entrevistas a antigos funcionários de salas de cinema do Instituto Nacional de Cinema, resultado de um levantamento documental e mapeamento de profissionais ligado à história do cinema moçambicano, desenvolvido pela Associação dos Amigos do Museu do Cinema em Moçambique (AAMCM), que mantém esse material como principal acervo.

A exposição proporciona ao público uma viagem pela memória audiovisual da região, destacando tanto o cinema histórico como a investigação artística contemporânea.

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Cultura

Edna Jaime apresenta “Nyiko – A Celebração” no Franco-Moçambicano

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A performer moçambicana Edna Jaime apresenta “Nyiko – A Celebração” na sexta-feira, 24 de Outubro, às 19h, na Sala Grande do Centro Cultural Franco-Moçambicano (CCFM).

O espectáculo é uma obra de dança contemporânea que funde movimentos e ritmos tradicionais moçambicanos com linguagens coreográficas modernas, celebrando a gratidão, a resiliência e a união comunitária, bem como a diversidade e singularidade do dom (Nyiko) presente em cada indivíduo.

Com diferentes disciplinas artísticas em palco, a criação constrói uma narrativa visual e sonora que conecta corpo, ritmo e ancestralidade. O elenco reúne Francisco Macuvele, Alberto Nhabangue, Sucre da Conceição, Diogo Amaral, Sussekane, Radjha Ally e a Associação Cultural Machaka, num colectivo que celebra a força da colaboração e o poder do movimento.

“Nyiko – A Celebração” é um convite a partilhar histórias, memórias e emoções, exaltando a vida em comunidade e a importância das contribuições individuais dentro do colectivo. Ciente do valor cultural e social da obra, a organização convida os órgãos de comunicação social a estarem presentes e cobrirem este momento especial.

Edna Jaime, nascida em Setembro de 1984, em Maputo, é uma performer e coreógrafa moçambicana com mais de duas décadas de carreira internacional. Começou a sua formação artística na Casa da Cultura de Maputo em 1996, especializando-se em dança tradicional e canto.

Em 2001 descobriu a dança contemporânea, área na qual construiu uma trajectória marcada pela inovação e interculturalidade, colaborando com artistas moçambicanos e internacionais e participando em projectos que unem dança, cinema e performance.

Entre os seus trabalhos mais marcantes estão “Niketche” (2005), apresentado em França no festival Danse L’Afrique Danse, e “Lady, Lady” (2016), uma colaboração entre Moçambique, África do Sul e Madagáscar. Com a coreografia “O Bom Combate”, conquistou o Prémio Reconhecimento ZKB – 2021, na Suíça.

Em 2021 fundou a KHANI KHEDI – Soluções Artísticas, produtora que orienta os seus projectos e iniciativas de artivismo, promovendo a reflexão social através da arte. Entre os trabalhos mais recentes destacam-se a performance no Melhor Vídeo de Hip Hop Moz – 2022 e o Projecto Fotográfico “7 de Abril” (2023), em parceria com Ivan Barros, que homenageia a mulher moçambicana como artista e agente de transformação social.

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Cultura

Xisute: dança contemporânea e tradição moçambicana unem-se em manifesto contra a violência

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A Associação Cultural Converge+ e o Projecto Festival Raiz anunciam a apresentação da mostra Xisute, uma criação conjunta das artistas Carol Naete, Joana Mbalango, Regina Cuamba e Rostalina Dimande, que será exibida no dia 7 de Novembro de 2025, às 19h, na Casa Velha.

Xisute nasce do diálogo entre a dança contemporânea e os movimentos tradicionais moçambicanos, trazendo para o centro o símbolo da cintura feminina espaço de vida, beleza e feminilidade, mas também território de opressão e violência.

O corpo da mulher, em cena, evoca a sua ancestralidade, dançando a sensualidade como potência vital e não como objecto de exploração. Entre ondulações e gestos interrompidos, a coreografia revela cicatrizes, dores e silêncios do feminicídio, transformando cada movimento em acto de resistência.

Nesta mostra, a cintura antes controlada ergue-se como testemunho de dignidade e libertação. Xisute é um manifesto coreográfico contra a violência, um conto de memórias e uma celebração da esperança, onde a beleza e a feminilidade florescem como raízes de liberdade.

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