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Opinião

“Combustível” de Kiba, um projecto que faltou carro

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"Combustível" de Kiba, um projecto que faltou carro

Combustível é o nome do projecto musical de interação entre artistas, desenvolvido por Kiba de Seven, durante o ano de 2020, onde chamava outros rappers para juntos trocarem experiências artísticas, desvendar segredos e criar entretenimento diferente.

O anúncio da chegada de Combustível, emocionou várias pessoas que não paravam de parabenizar e sugerir dinâmicas ao seu desenvolvedor. Os episódios, eram disponibilizados na página do Youtube do rap, duas vezes ao mês, sexta sim, sexta não.

O primeiro episódio foi gravado num carro e foi com Nikotina KF, onde brincaram com trocadilhos e rimas cruzadas de forma divertida, exaltando a sua posição no mercado, e acabando com o combustível do carro. Até a última exibição da Xigubo, o episódio contou com 70 mil visualizações.

No segundo episódio, O Pai profeta, Djimetta e seu acompanhante Lupsinho (animal de estimação), desfilaram a sua classe e responderam a algumas curiosidades do público e Djimetta revelou que já deu um hit a Laylizzy, e o porquê de ter abandonado a faculdade para fazer música. O episódio foi assistido cerca de 50 mil vezes.  

Do terceiro até o último episódio, Kiba resolveu inovar, abandonando o carro, passando para um estúdio. Há quem diga, que essa mudança não caiu muito bem, pois já fugia a essência do projecto, porém aconteceu.  No terceiro episódio, esteve com Valentino De La Vega, onde falaram sobre a dinâmica do seu rap, e o facto de ser o maior alter-ego de Moçambique. A conversa foi tão interessante que rendeu a música “Gazoza”. O episódio conta com mais de 50 mil visualizações.

O quarto e último episódio, Shabba Wonder, o Mickey Mouse, desfilou a classe com seu sauce, falou sobre a sua trajectória no mundo musical, assim como na fotografia, matou a curiosidade dos fãs, e deixou um freestyle que rendeu quase 40 mil visualizações.   

Com este episódio, o Combustível, acabou por completo e já se passam  3 anos, que nenhuma gota pinga. 

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Opinião

Pfuka u Phanda, um conselho de gerações que continua urgente

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“Pfuka U Phanda”, colaboração entre António Marcos e Nelson Tivane, é mais do que uma simples faixa do novo projecto discográfico de Nelson, Lhamula, é um chamado à consciência, um lembrete musical que atravessa gerações. 

Ao unir dois artistas de idades e trajetórias diferentes, a música transforma-se num diálogo intergeracional que reforça valores que nunca perdem validade, acordar, mover-se e fazer acontecer.

A força da música está na forma como combina melodias cuidadosamente escolhidas com uma letra directa, quase paternal. Ambos os artistas recordam que nada se conquista parado, que o sucesso não é fruto do acaso, mas sim de esforço contínuo, disciplina e coragem para enfrentar obstáculos.

No fundo, “Pfuka U Phanda” deixa um conselho simples, mas necessaria “não há resultados sem acção”. Segundo os autores, lamentar não muda a realidade, dormir sobre os problemas não os resolve, é preciso levantar, trabalhar, procurar caminhos e criar oportunidades, mesmo nos dias difíceis.

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Opinião

Zakaza, o som que se calou: Reforma ou morte?

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MC Roger

O nosso patrão da música moçambicana, MC Roger, era conhecido por todos como o “Rei do Verão” o artista que anunciava a chegada da estação mais quente em Moçambique com músicas que enchiam praias, festas e marginais. 

Mas este ano, aliás nos últimos tempos, estranhamente, está em silêncio. Não há faixa que celebre o sol, o calor, o ritmo da festa, nada de anúncio do “verão chegou” nem um Zakaza de surpresa.  

O vazio desse palco fez-me perguntar que aconteceu ao nosso Rei do Verão? Sera que alguém se negou a abrir as portas ao patrão e ele não passou?

Fui pesquisar e vi os sinais de mudança quando percebi que nas suas redes sociais deixou de exibir batidas e danças para o calor, mulheres a cair na piscina, e passou a trazer imagens de cerimónias, eventos institucionais e figuras políticas. 

O fato, gravata e sapatos que brilhavam, agora sobem outras escadas e as portas com fechaduras de ouro são abertas para entrar em lugares cheios de “excelências”, “todo protocolo” e “no que tange”. 

Para mim, ele resolveu morrer para a música matar sua carreira para mudar renascer como agente de influência, com uma faceta mais patriótica ou política. 

Agora, o artista que antes trazia “sol, festa e calor” parece ter aceitado outros ritmos e outras plateias. Isso não é necessariamente mau, mas deixa um vazio entre quem esperava a sua batida anual e quem agora vê um rosto mais voltado para o poder, o palco político. 

Assim sendo, volto a dizer, Mc Roger morreu para a música. Eu já não conto com ele.

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Opinião

Facebook matou Fred e roubou a coroa

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Fred artistas nacionais

Desde que o Facebook tornou-se um fenómeno, a informação circula de forma mais rápida. Com isso, desapareceram os tempos em que aguardávamos ansiosamente por programas televisivos para nos actualizarmos sobre as novidades do país.

Recordo-me de esperar até às 15 ou 16 horas para assistir ao “Atracções” na TV Miramar, na expectativa de um “beef” que Fred Jossias havia preparado. Às vezes, ele nem chegava a revelar tudo, mantendo-nos em suspense até ao dia seguinte. Nos geria uma semana com o mesmo beef, apenas nos alimentando com o cheiro.

Naquela época, como talvez o único corajoso detentor daquela informação, Fred comportava-se como a última bolacha do pacote, a única coca do deserto, o rei de tudo, e nós, meros mendigos do seu “beef”.

Porém, as redes sociais, especialmente o Facebook, acabaram com esse privilégio, uma vez que as informações correm muito rápido e são partilhadas sem muito medo de perseguições, pois alguns utilizam perfis anónimos, como é o caso do Unay que, inegavelmente, tirou o poder a Fred pois antes de sair do activo, era onde as pessoas iam para saber dos novidades mais quentes e íntimas dos artistas e não só.

Além disso, agora o telemóvel com câmara e internet tornou-se quase que acessível a todos, daí que factos que antes apenas podiam ser cobertos e revelados por uma parte, agora todos podem.

Daí que, se Fred demorar com uma informação, corre o risco de ter outra pessoa já a falar sobre isso no Facebook, o que tira a sua arma poderosa: fazer as pessoas esperar.

O que notamos agora é que o rei virou um peão, também fica à espera de um escândalo na internet para poder comentar e gerar sensacionalismo em cima disso.

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