Cultura
AZGO 2024, uma festa inesquecível
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Foram dois dias intensos e de confirmação da pujança ou relevância do Festival AZGO como uma marca que já conquistou o coração de Moçambique e dos moçambicanos.
Volvidos dez anos de uma intensa jornada de produção, gestão e consolidação de uma marca que orgulha Moçambique, a direção do AZGO lançou-se a um desafio que vai redefinir as lógicas e métodos de funcionamento do festival ao longo dos próximos bons anos.
“O AZGO deu certo”, o que podemos ouvir e ler em todo lado muito a propósito do sucesso da 11ª edição do festival. Cumbeza vestiu-se de gala e transformou-se numa verdadeira catedral das artes dramáticas, numa fusão da moda, gastronomia, artes visuais e música como espinha dorsal.
As performances ao vivo de artistas nacionais e estrangeiros coloriram as duas noites da 11ª edição do AZGO. Hot Blaze e Twenty Fingers provaram o poder das suas músicas. Durante toda a actuação, o público cantou por completo as obras dos dois artistas.

Não há dúvidas que estas podem ter sido das melhores apresentações do AZGO 2024. Mas não ficam de fora outros moçambicanos de qualidade elevada, a destacar: Wazimbo, os irmãos Nelson e Tânia Chongo, Humberto Luís, Granmah, entre outros que carregaram a essência de Moçambique e da moçambicanidade nos palcos Fany Mpfumo e Zena Bacar.
Aos internacionais, aplausos caracterizam a presença de celebridades como; Something Soweto, Lisandro Cuxi, Boloja entre muitos outros que ofereceram aos festivaleiros a alma e o sentido da sua arte.
Sobre as outras actividades do festival, realçamos o AZGO Bazar, uma feira de diversos produtos e marcas orgulhosamente moçambicanas. Os criativos estiveram a expor e vender as obras e ou serviços num evento que se mostra cada vez mais aberto às outras disciplinas para além da música.
Mais uma vez o prémio de melhor traje africano foi evidenciado nesta edição do AZGO, que visa estimular o orgulho pela expressão do continente através da moda.
Viva África
Este ano o AZGO mudou-se para uma nova casa, mas manteve o orgulho de ser um festival africanos e por isso o lema foi, uma vez mais, “Afrofuturismo”. E o segundo dia da 11ª do AZGO coincidiu com o 25 de Maio, Dia de África.
A identidade visual do festival, assinada pelo virtuoso artista visual Hugo Mendes por PsiconautaH, celebra esse sentido de africanidade, com traços e influências que oferecem uma abordagem leal às origens, trazendo propostas e profecias sobre o futuro do continente.
Pela primeira vez o AZGO teve um espaço para acampamento instalado no Espaço Cultural e Multidisciplinar de Cumbeza. Denominado AZGO Camping, o espaço proporcionou uma experiência mais intensa aos festivaleiros que durante dois dias viveram mais de perto toda a magia do festival.
Cultura
Edna Jaime apresenta “Nyiko – A Celebração” no Franco-Moçambicano
A performer moçambicana Edna Jaime apresenta “Nyiko – A Celebração” na sexta-feira, 24 de Outubro, às 19h, na Sala Grande do Centro Cultural Franco-Moçambicano (CCFM).
O espectáculo é uma obra de dança contemporânea que funde movimentos e ritmos tradicionais moçambicanos com linguagens coreográficas modernas, celebrando a gratidão, a resiliência e a união comunitária, bem como a diversidade e singularidade do dom (Nyiko) presente em cada indivíduo.
Com diferentes disciplinas artísticas em palco, a criação constrói uma narrativa visual e sonora que conecta corpo, ritmo e ancestralidade. O elenco reúne Francisco Macuvele, Alberto Nhabangue, Sucre da Conceição, Diogo Amaral, Sussekane, Radjha Ally e a Associação Cultural Machaka, num colectivo que celebra a força da colaboração e o poder do movimento.
“Nyiko – A Celebração” é um convite a partilhar histórias, memórias e emoções, exaltando a vida em comunidade e a importância das contribuições individuais dentro do colectivo. Ciente do valor cultural e social da obra, a organização convida os órgãos de comunicação social a estarem presentes e cobrirem este momento especial.
Edna Jaime, nascida em Setembro de 1984, em Maputo, é uma performer e coreógrafa moçambicana com mais de duas décadas de carreira internacional. Começou a sua formação artística na Casa da Cultura de Maputo em 1996, especializando-se em dança tradicional e canto.
Em 2001 descobriu a dança contemporânea, área na qual construiu uma trajectória marcada pela inovação e interculturalidade, colaborando com artistas moçambicanos e internacionais e participando em projectos que unem dança, cinema e performance.
Entre os seus trabalhos mais marcantes estão “Niketche” (2005), apresentado em França no festival Danse L’Afrique Danse, e “Lady, Lady” (2016), uma colaboração entre Moçambique, África do Sul e Madagáscar. Com a coreografia “O Bom Combate”, conquistou o Prémio Reconhecimento ZKB – 2021, na Suíça.
Em 2021 fundou a KHANI KHEDI – Soluções Artísticas, produtora que orienta os seus projectos e iniciativas de artivismo, promovendo a reflexão social através da arte. Entre os trabalhos mais recentes destacam-se a performance no Melhor Vídeo de Hip Hop Moz – 2022 e o Projecto Fotográfico “7 de Abril” (2023), em parceria com Ivan Barros, que homenageia a mulher moçambicana como artista e agente de transformação social.
Cultura
Xisute: dança contemporânea e tradição moçambicana unem-se em manifesto contra a violência
A Associação Cultural Converge+ e o Projecto Festival Raiz anunciam a apresentação da mostra Xisute, uma criação conjunta das artistas Carol Naete, Joana Mbalango, Regina Cuamba e Rostalina Dimande, que será exibida no dia 7 de Novembro de 2025, às 19h, na Casa Velha.
Xisute nasce do diálogo entre a dança contemporânea e os movimentos tradicionais moçambicanos, trazendo para o centro o símbolo da cintura feminina espaço de vida, beleza e feminilidade, mas também território de opressão e violência.

O corpo da mulher, em cena, evoca a sua ancestralidade, dançando a sensualidade como potência vital e não como objecto de exploração. Entre ondulações e gestos interrompidos, a coreografia revela cicatrizes, dores e silêncios do feminicídio, transformando cada movimento em acto de resistência.
Nesta mostra, a cintura antes controlada ergue-se como testemunho de dignidade e libertação. Xisute é um manifesto coreográfico contra a violência, um conto de memórias e uma celebração da esperança, onde a beleza e a feminilidade florescem como raízes de liberdade.
Cultura
Independências dos PALOP em debate nos Encontros do Património Audiovisual
“O Cinema e as Independências dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP)” é o tema da terceira edição dos Encontros do Património Audiovisual, a decorrer de 27 a 31 de Outubro, no Cine-Teatro Scala, Centro Cultural Franco-Moçambicano e Centro Cultural Português, em Maputo.
O encontro propõe revisitar o ambiente pré e pós-independência através de exposições, mostras de cinema, visitas guiadas, lançamento de livros, debates e workshops com investigadores nacionais e estrangeiros.
Entre os destaques da programação estão as apresentações de livros das investigadoras portuguesas Raquel Schefer, Maria do Carmo Piçarra e Rosa Cabecinhas, e da brasileira Michelle Sales, além de workshops orientados pela cineasta Mila Turajlić (Sérvia/França) e pela brasileira Rosana Miziara. Pesquisadores de Moçambique, Portugal, Brasil, Alemanha e Estados Unidos também participam com artigos e comunicações.
As mesas redondas, com figuras como o guineense Sana na N’Hada, o cabo-verdiano Leão Lopes e o angolano Ery Claver, abordam temas como “O Papel do Audiovisual nas Independências dos PALOP”; “Acervos e Projectos de Digitalização” e “Modos de (Re)Ver Moçambique, Objecto Fílmico e Activismo Cultural”, com investigadoras portuguesas.
Diana Manhiça, da AAMCM, explicou que os debates serão realizados em formato híbrido, presencial e online, pretendendo “ser um espaço de intercâmbio de ideias e investigação em torno do património audiovisual, com especial atenção ao papel do cinema na construção da memória das independências africanas”, frisou.
Um dos pratos fortes dos Encontros do Património Audiovisual é a exposição que revisita a história do cinema nacional, através de fotografias documentais e arquivos audiovisuais. Com a curadoria da AAMCM, a mostra estará patente no Cine-teatro Scala, e assinala os períodos e os marcos históricos do cinema feito em Moçambique, com destaque para o marco dos 40 anos do filme “O Tempo dos Leopardos”.
Além disso, em paralelo nos CCFM e Cine-Scala, existirá espaço para um ciclo de cinema, com exibição de filmes históricos escolhidos a dedo e arquivos da Cinemateca Portuguesa nunca antes projectados em Moçambique.
Este ano, o evento é financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian e apoiado pelo Centro Cultural Franco-Moçambicano (CCFM), pela Embaixada de França, através do programa FEF Création Africa, e pelo Institut Français, através do programa AOCA, e conta com o apoio institucional do Instituto Nacional das Indústrias Culturais e Criativas de Moçambique.
Os Encontros do Património Audiovisual, que já vão na terceira edição, surgiram em 2023 para assinalar anualmente o Dia Internacional do Património Audiovisual, contando habitualmente com apresentações de artigos académicos, conversas com cineastas, técnicos e artistas visuais que trabalham com arquivos, debates sobre temas relacionados com os Direitos de Autor e sessões de cinema.