Lá se foi o “eterno vencedor das causas perdidas” mas, ficaram suas obras que, mesmo ameaçadas ganham vida sobretudo neste pleito eleitoral.
Enquanto em vida, Edson da Luz discutiu profundamente o actual e o futuro Moçambique sob ponto de vista social econômico, cultural, artístico e politíco.
Este último elemento tem sido um dos temas que mais diverge opiniões entre a classe social, e artística sobre o futuro do país nas mãos de quem o dirige.
Nesta corrida eleitoral, o maquiavelismo é um elemento indispensável para a manutencão do poder: Promesas e mais promesas, até mesmo o impossível (um avião por cada bairro). Enfim, política é isso. São questões como essas que o Azagaia não se calava. Mesmo censurado/ameaçado não parava de cuspir verdades com finalidade de despertar a consciência do povo que se encontra refém nos discursos políticos.
Em uma das suas obras musicais (Marcha), prova claramente que as massas só interessam e importam em cada 4 anos (eleições): “Tu que serás lembrado só nas próximas eleições e, verás o candidato em helicópteros e aviões”.
Alcançado o poder, os serviços sociais sobretudo o emprego são exclusivamente para os membros partidários conforme explica : “Tu que te formaste mas isso não basta no currículo, o mais importante que as habilitações, é ser membro do partido”.
Para se dar fim a este cenário, rumo a mudança, Azagaia, sugeriu uma marcha pacífica pelas ruas e avenidas da cidade num ritmo conjunto para contestar a liderança: “Ladrões fora, corruptos fora, assassinos fora. Gritem comigo para essa gente ir embora ”.
Por temer represálias, são orações politicamente infinitas para robustecer e manter o poder absoluto como ouve-se em “Maçonaria”: “Em nome de ambição, poder e do espirito materialista, ouve essa oração ô Deus capitalista (…) Que o pão nosso de cada dia nunca nos falte mesmo que a decência e a vergonha nos falte e se necessário derrame o sangue por toda parte mas em nome do desenvolvimento salve a nossa parte”.
Ouvidas as orações, são dívidas infinitas no estrangeiro em nome do povo para fins particulares: “Que sejam os pobres a pagar pelo o perdão das divídas que contraímos para pagar o luxo das nossas vidas, hóteis e boas clinicas, férias paradisíacas, justiça, educacão, cultura e política (..) Amém!
Numa altura em que o lambe-botismo tornou-se a maneira fácil de viver e fazer dinheiro, Azagaia advertiu aos assíduos praticantes a abandonar, alertando das consequências nefastas: “Tu és muito mais para ficar de cócoras, em posição dogstyle e lamber botas. Tu não és pequeno demais para briga, o problema tu só brigas para encher barriga e continuas com a cabeça vazia ” ouve-se em “Começa em ti”.
Em linhas gerais, o “Filho da mãe para os políticos” lutou pelo o bem-estar social, eis que sempre procurou dar a voz aos sem voz, influenciando na reflexão dos problemas dos nossos dias. Na maioria das suas obras, encoraja as massas a lutarem incasavelmente na tomada de deicisões concientes (votos) e vencer o medo que escraviza-nas, pois só assim haverá mudança e desenvolvimento que Samora sonhara para o seu povo.