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Associação Hixinkanwe promove acções de sensibilização a pessoas vivendo com HIV e Sida em Maputo
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Mais de 150 pessoas, com destaque para mulheres e crianças vivendo com HIV e Sida, foram sensibilizadas em matérias de violência baseada no género.
O evento que decorreu esta terça-feira, em Maputo, enquadra-se na celebração dos 16 dias de Activismo contra a Violência Baseada no Género.O quintal da Associação Hixinkanwe, no bairro de Malhazine, ficou pequeno para mulheres, homens e crianças que todas as terças-feiras acorrem aquele local para ter uma “panela solidária” e palavras de sensibilização.
Desta vez, o destaque foi para a violência baseada no género, onde, na “roda terapêutica”, as mulheres expuseram os seus traumas.Eliesa Tembe é uma das mulheres que participou da “roda terapêutica” econtou a sua história dramática como viúva e mãe de dois filhos vivendo com HIV.
Segundo conta, com uma voz hesitante e um semblante triste, é que descobriu que era seropositiva em 2017, na gravidez do seu penúltimo filho, que agora tem sete anos, que, felizmente, é seronegativa. Perdeu o marido quando o filho tinha apenas um ano e foi ai que a sua vida começou a ganhar contornos cinematográficos. Entre desentendimentos, quer com a sogra e com a mãe, Eliesa perdeu tudo que o marido a tinha deixado, até o direito de enterrar o seu parceiro.
Como solução, refugiou-se na rua, comendo restos de comida que apanhava nos contentores de lixo até ser acolhida pela Associação Hixinkanwe, “Graças a Deus cheguei nesta casa. Encontrei a mamã Judite, que me apoiou e me aquele abraço que eu queria ter da minha própria família”, conta, lamentando pelo facto de “quando eu tinha o meu esposo toda a família era unida comigo, mas quando o perdi todos se afastaram de mim”.
Para outras mulheres que vivem com HIV, Eliesa diz que o importante é aceitar, primeiro, o seu estado de saúde e cumprir devidamente com amedicação até se tornar indetectável, tal como ela, que agora é activista social.Para além de mulheres, a associação acolhe homens.
Um deles é Jaime Júlio, que chegou na associação debilitado e nem tinha esperança de que iria sobreviver. Mas o suporte que recebeu – a medicação e carinho – sobrepôs-se à doença. Hoje, Júlio é firme: jovens, não se deixem levar por esta doença, porque”, justifica, “não é o fim da nossa vida”, basta, apenas, cumprir com a medicação.
De acordo com Judite de Jesus, presidente e fundadora da Associação Hixinkanwe, esta agremiação destaca-se por suas actividades voltadas à acessibilidade ao tratamento e retenção de vítimas, oferecendo um espaço de acolhimento e suporte a quem mais precisa. Para além do apoio psicológico e social, a associação empenha-se em garantir que essas mulheres permaneçam no tratamento, contribuindo positivamente para a recuperação e empoderamento delas.
“A maioria dos nossos beneficiários são mulheres sobreviventes de violência, cujo oferecemos apoio social e serviços integrados que abrangem a família inteira”, afirma a líder, através de cestas básicas e uma “panela solidária”, onde mulheres se unem para ajudar umas às outras.Os esforços da Associação Hixinkanwe resultaram em conquistas como a redução de mortes entre as beneficiárias, o controle de suicídios e o sofrimento de crianças órfãs, além do empoderamento das mulheres que agora apresentam uma carga viral indetectável.
“A maioria já não depende da associação e muitas iniciaram seus próprios negócios, tornando-se parceiras na missão de ajudar as outras”, destaca de Jesus.
Associação Hixinkanwe atende mais de quatro mil pessoas na cidade de Maputo e em províncias como Gaza e Inhambane, através de núcleos de representação, onde através de “rodas terapêuticas” e “grupos de autoajuda”, onde as mulheres podem compartilhar as suas experiências, ouvir e aprender umas com as outras.
Lugar de Destaque
Ethale lança concurso “Conexões Positivas” para engajar jovens na luta contra o HIV/SIDA
No âmbito do Dia Mundial de Luta Contra o HIV e SIDA e da celebração do Vigésimo Aniversário do Plano do Presidente dos Estados Unidos para o Alivio da SIDA (PEPFAR), a Embaixada dos Estados Unidos da América em Moçambique, em parceria com a Ethale Publishing, anuncia o lançamento do Concurso de Narrativas Visuais “Conexões Positivas”.
A iniciativa incentiva jovens moçambicanos, entre 15 e 24 anos, a usarem as suas vozes e criatividade para combater o estigma relacionado ao HIV/SIDA e promover uma mensagem de inclusão, esperança e solidariedade.
O objectivo do concurso é mostrar, através de vídeos curtos, como as pessoas que vivem com HIV podem levar vidas saudáveis e realizadas, desafiando estigmas e preconceitos ainda profundamente enraizados na sociedade.
Os vídeos devem ser criativos, originais e impactantes, com uma duração de 30 a 60 segundos, e abordar temas como aceitação, apoio, cuidados, tratamento e qualidade de vida.
Além de publicarem os vídeos no grupo oficial do Facebook “Conexões Positivas”, os participantes devem incluir frases de impacto que resumam as suas mensagens, acompanhadas do lema: #UnindoVidasContraoHIV. Dois vencedores serão reconhecidos: o “Vídeo Mais Popular”, avaliado pelo público com base em interações, e o “Melhor Vídeo Temático”, escolhido por um júri técnico.
Ambos receberão um prémio pecuniário no valor de 30.000,00Mts e diplomas assinados pelo Embaixador dos EUA em Moçambique.
Mais do que um concurso, “Conexões Positivas” é um movimento para transformar narrativas e inspirar acções concretas. Os jovens são convidados a refletir e criar conteúdos que ajudem a construir uma sociedade onde todas as pessoas, independentemente do seu estado de seroprevalência, sejam respeitadas e incluídas.
Aos interessados, para mais informações, devem aceder ao regulamento disponível no grupo do Facebook “Conexões Positivas” ou entrar em contacto com a Ethale Publishing, com sede na Rua Bento Mukhesswane no 98 em Maputo e contacto: 258 84 136 66 64.
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G2 desistiu de ser anjo e de ser artista
O silêncio de G2 preocupa qualquer um que gosta de ouvir uma boa música e aprecia um bom coro nas músicas RAP. G2, parece ter virado as costas ao palco, deixando um vazio que traz saudades aos seus fãs.
Passam-se mais de 6 anos que não se ouve falar sobre este grande músico e produtor. Um dos seus maiores sucessos foi a música “Desisti de Ser Anjo” que parecia mais uma profecia, pois G2 não apenas desistiu de ser anjo, parece ter desistido também da arte.
Guerte Geraldo Bambo, seu nome de registo, ex-membro da icónica Gpro, foi sugado pela pressão social e activou o modo anti-chula, tendo provavelmente arranjado outros métodos de sobrevivência, num cenário em que, por exemplo, vê-se o seu antigo companheiro dos palcos, Duas Caras a singrar pelo estilo afrobeat para ganhar pão.
Conhecido por sua aveludada voz e o seu inconfundível autotune, e letras profundas, G2 despertou do sonho de viver da música. Porém, ao optar por este caminho, deixou os destinos da música moçambicana à deriva.
As esperanças de um retorno são escassas. Talvez, G2 não volte mais a cantar. Mas para nós que crescemos ao som do seu bom R & B, que nos emocionamos com cada verso, fica a eterna admiração.
G2 desistiu de ser anjo e de ser artista, mas a sua música, essa, jamais desistirá de nós.
Cultura
Mia Couto vence Grande Prémio de Conto Branquinho da Fonseca
O escritor moçambicano Mia Couto foi distinguido por unanimidade com o Grande Prémio de Conto Branquinho da Fonseca da Associação Portuguesa de Escritores (APE) pelo livro «Compêndio para desenterrar nuvens», publicado em 2023. O anúncio foi feito esta terça-feira pela Associação Portuguesa de Escritores.
O livro «Compêndio para desenterrar nuvens» é constituída por 22 histórias que abordam vidas um povo resiliente, um olhar a um país através das suas gentes mais humildes, mas que fazem do seu dia-a-dia constantes momentos de superação. A guerra, a fome, as desigualdades e ainda a realidade das mulheres nesse contexto.
Um livro cuja linha que coze as estórias procura “devolver a dignidade a quem não espera ajuda, a quem não precisa de ser salvo, porque salva-se a si próprio, todos os dias”, nas palavras de Mia Couto.
O júri, constituído por Fernando Batista, Mário Avelar e Paula Mendes Coelho, destacou, sobre a obra, a forma como Mia Couto, “misturando sabiamente o código realista e o código imaginário sem nunca esquecer o registo lírico, continua a denunciar as injustiças de onde quer que elas venham, sem deixar de nos alertar, ainda que em tom geralmente irónico, para novas submissões, novas ameaças bem perniciosas”.
A obra é distinguida em Portugal onde foi editada pela Caminho. Em Moçambique o livro foi publicado pela Fundação Fernando Leite Couto.
O Grande Prémio de Conto Branquinho da Fonseca, instituído em 2023 pela Associação Portuguesa de Escritores, e patrocinado pela Câmara Municipal de Cascais e Fundação D. Luís I, destina-se a galardoar anualmente uma obra de contos em português.