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Opinião

A Ponte entre Dice e Kloroquina Beatz

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“A Ponte” é o trabalho discográfico do rapper moçambicano Dice disponibilizado em formato físico e nas plataformas digitais, ao lado da Kloroquina Beatz.

Podemos considerar ponte uma construção sólida em concreto, aço ou madeira destinada a estabelecer comunicação entre dois pontos separados por um curso de água ou depressão de terreno, foi partindo desta definição que Dice um dos fundadores da “Maningue Stúdio” revela que o trabalho representa a ”ponte” entre o artista e o produtor Kloroquina.

Esta união, para a construção duma ponte que promete levar a quem a der devida atenção a refletir e evoluir sobre os diversos temas que constam nas 6 faixas. Ainda na e entrada da “ponte” somos preparados a dados as boas vindas para percorrer na segunda avisam que apenas vão “Celebrar” com aqueles que sempre estiveram do seu lado em toda sua trajectória até conseguirem alcançar seus objectivos, “dar boa vida aos meus” diz Dice.

“Namoro a Distância” disponível desde o mês passado nas plataformas digitais também foi chamada para acrescentar alguns metros na ponte, onde descredibiliza o namoro o distância e defende que apenas funcionam por um tempo até uma ou duas as duas partes encontrarem alguém que “apague o fogo”. E por falta de ideia “só a zanzar, mas cheio de feeling para tchilar” como diz na faixa, liga para Hernâni da Silva e o diz “Não tenho wey” onde é respondido de forma positiva e criam um wey em 4 minutos de barras.

E por reconhecer o esforço de uma mãe solteira e batalhadora cria a faixa “Pãe” que segundo explica na na música o título seria o masculino de mãe, nome escolhido para homenagear a toda mulher que precisa redobrar os esforços ao desempenhar dois papéis (pai e mãe das crianças).

E no fim da ponte construída por Dice e Kloroquina, somos levados a uma festa de casamento com participação especial de Nany o Problema e Puto Aires onde no momento de “Lançar o “Buquê” os homens rezam para que suas parceiras não o agarrem e apresentam vários motivos como “ainda não trabalho”, “casamos depois de construir” na tentativa de desmoralizar suas noivas que tudo fazem para ter o buquê em suas mãos. Foram produzidas apenas 100 cópias do CD e estão disponíveis na “Maningue Stúdio” no preço de 350 meticais mas as mesmas já estão disponíveis nas plataformas digitais.

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Opinião

Mana Cecy tem muito a aprender com Liloca 

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As redes sociais, palco de debates intensos e, muitas vezes, impiedosos, têm sido o terreno onde figuras públicas enfrentam os desafios da exposição. Mana Cecy, conhecida pelo seu carisma e influência, viu-se recentemente envolvida em uma onda de críticas após suas declarações e atitudes em relação às manifestações em Moçambique. 

O incidente mais emblemático foi o vídeo onde, visivelmente desconfortável, relatou ter sido forçada a gritar “Povo no Poder”. Contudo, sua tentativa de esclarecer os eventos acabou por intensificar o desagrado público.  

O erro de Cecy não foi apenas no posicionamento inicial de distanciamento, mas na insistência em não reconhecer sua falha com humildade. O discurso posterior, em que voltou a culpar “as pessoas erradas”, revelou uma desconexão com a sensibilidade do momento. 

Em contrapartida, artistas como Liloca ensinam uma lição poderosa: o silêncio. Diante de ataques ou controvérsias, Liloca opta por manter-se reservada, concentrando-se no que sabe fazer melhor, o seu trabalho. Esse contraste expõe uma verdade dura, mas necessária: às vezes, a melhor resposta é a ausência de resposta.  

A crise de Mana Cecy é um lembrete de que figuras públicas carregam a responsabilidade de entender o impacto de suas palavras e atitudes. Aprender a ouvir, aceitar críticas e, sobretudo, demonstrar empatia são ferramentas fundamentais para navegar pelas águas agitadas da opinião pública. Talvez o silêncio de Liloca não seja apenas uma escolha, mas uma estratégia de sabedoria em tempos de tempestade. Mana Cecy pode e deve aprender com isso.

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Opinião

Internautas ensinam artistas a desactivar comentários

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Em tempos de agitação social, ser uma figura pública e manter-se em silêncio é, para muitos, uma posição tão barulhenta quanto qualquer grito. No palco das redes sociais moçambicanas, onde as palavras ganham o peso de julgamentos e aplausos, a neutralidade tornou-se um risco  e os influenciadores que evitam apoiar o povo em suas demandas urgentes sentem agora o peso desse risco. 

Assim, Hot Blaze, Mr. Bow, Liloca e outros nomes de destaque na cena digital aprenderam a lidar com uma nova realidade: o medo dos comentários. 

Diante da fúria dos internautas, que pressionam as figuras públicas a se posicionarem sobre a situação sociopolítica de Moçambique, a estratégia de bloquear comentários tem sido o escudo preferido. A tentativa, entretanto, pouco parece servir de proteção, pois as redes fervem em discussões, e o público encontra formas alternativas de expressar seu descontentamento  seja compartilhando imagens ou criando fóruns de debate à parte, onde as vozes contrárias ao silêncio dos influenciadores se multiplicam.

Esses bloqueios de comentários revelam não apenas uma tentativa de escapar da pressão popular, mas também um sintoma de um receio profundo: o de que influenciar verdadeiramente exija, afinal, um compromisso com as causas que reverberam fora das telas.

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Opinião

Tabasilly é o responsável pelo sucesso de Mr. Bow

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Tabasilly, é uma figura incontornável na construção de carreiras musicais em Moçambique. Entre 2013 e 2015, quando eu colaborava na Rádio Terra Verde, tive a oportunidade de testemunhar de perto a dedicação e generosidade de Taba, características que o tornaram um pilar no sucesso de vários artistas. 

Ele era responsável por levar as músicas do Mr. Bow para a rádio, mas o que mais me impressionava era sua insistência em garantir que as canções de seu amigo fossem tocadas, mesmo quando tinha suas próprias músicas para promover. Esse altruísmo revelou uma faceta rara no mundo competitivo da música: a disposição de impulsionar o talento alheio sem colocar o próprio ego em primeiro plano.

Apesar de insinuações de que Mr. Bow poderia se tornar uma ameaça ao seu próprio sucesso, Taba nunca via isso como um problema. Ele acreditava firmemente que havia espaço para todos brilharem, citando exemplos como Wazimbo, Antônio Marcos, Safira José, Domingas e Belita, e Rosália Mboa, que fizeram sucesso simultaneamente. Esse espírito colaborativo não só ajudou a moldar a carreira de Mr. Bow, mas também influenciou profundamente outros talentos emergentes.

Em 2020, conheci Kay Novela, um jovem talentoso que revelou que, em meio a muitas dificuldades, foi Tabasilly quem o ajudou a subir aos grandes palcos na África do Sul. Graças ao apoio de Taba, Kay conseguiu não apenas visibilidade, mas também estabilidade financeira e contatos valiosos.

O reconhecimento veio em 2020, quando Mr. Bow lançou o álbum *Story of My Life* e presenteou Tabasilly com um cheque de 100.000 MZN, como forma de agradecer por seu papel crucial na construção de seu sucesso. Além disso, foi Tabasilly quem introduziu Mabermuda a King Bow, facilitando colaborações que enriqueceram a cultura musical moçambicana.

Tabasilly não é apenas um músico talentoso, mas também um verdadeiro mentor e construtor de carreiras. Sua generosidade e visão colaborativa têm deixado uma marca indelével na música de Moçambique, abrindo portas e criando oportunidades para muitos artistas brilharem. Sua contribuição é um exemplo de como o sucesso pode ser alcançado não apenas através de talento individual, mas também através de apoio mútuo e solidariedade.

Texto de Mia Tembe

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