A Companhia de Artes “A Palhota” estreia amanhã, às 19h, no Projecto Utopia, na Mafalala, a peça de teatro “Penumbras”, que narra a história de um pai homossexual que comete suicídio por não ter podido viver livremente na sua condição.
A peça, resultante de uma Residência Artística, discute a relação muitas vezes conflituosa entre a orientação sexual e as tradições africanas.
A coordenação do espetáculo é do versátil Phayra Baloi, com acompanhamento técnico de Gerson Mbalango, Orlando na música e Idelfonso Colasso na fotografia, todos colaboradores do Utopia.
No palco, estarão maioritariamente mulheres que se beneficiaram da Residência Artística em um ambiente familiar que explora os diversos sabores da discriminação das minorias sexuais e mostra os diferentes tons da intolerância.
Em um comunicado à imprensa, a companhia afirma que a peça é um exercício de crítica guiado pela crença de que a diversidade enriquece. A história se desenvolve a partir das cartas de herança que o pai deixou para sua filha, nas quais ele conta suas experiências e medos.
“Penumbras” apresenta um enredo dividido entre o luto e a emancipação, dois polos que aparecem antagonizados, na peça, como as únicas possibilidades para as minorias sexuais.
A peça pretende cruzar visões e experiências multigeracionais para entender marcas e reflexos de um pensamento comum em diferentes cenários.
A promessa é de descrição de momentos trágicos resultantes da não aceitação das diferenças entre os seres humanos, através de um espaço cênico rico em efeitos de sombras.
“Penumbras” é uma peça que busca não só entreter, mas também promover reflexão sobre um tema ainda tão controverso na sociedade.