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"Em Moçambique não basta talento para ser reconhecido", Jay-S - Xigubo
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Cultura

“Em Moçambique não basta talento para ser reconhecido”, Jay-S

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“Em Moçambique não basta ter talento para ser reconhecido”, Jay-S

O músico e produtor musical moçambicano Jay-S disponibilizou, no dia 14 de Fevereiro, o seu primeiro trabalho discográfico intitulado “Moçambicana” que sai com 9 faixas musicais. 

O trabalho sai com colaborações de Jay Breezy, CREED MZ, José Barata e o Dj AD, sob tutela da label N-Music e versa entre os estilos musicais Kizomba, Afro Pop, Afro House e Amapiano, trazendo histórias reais que o jovem músico tem acompanhado diariamente.

 

A par deste lançamento, a revista cultural Xigubo conversou com o Jay-S que contou-nos as suas ambições e perspectiva no que diz respeito à cultura e música moçambicana.

“Em Moçambique não basta ter talento para ser reconhecido”, Jay-s

Jay-S iniciou-se na música aos 15 anos do primeiro contacto que teve com a produção de instrumentais, mais tarde, viria a ter oportunidade de trabalhar com algumas gravadoras e viria a obter mais experiência e reconhecimento. 

A sua música é marcada por partilha de sons com artistas como Nikotina Kf, T-Rese, Trap Boys, K9, Bangla 10,  Nelson Nhachungue, Bibas e com o Jay Breezy da Sweet Boys, proprietário da gravadora SWB Studios onde actualmente trabalha, estando também em frente da produção das Real Divas e do CREED MZ da Label NMusic.

Para ganhar notoriedade, Jay-S busca acompanhar as tendências do mercado musical, mantendo-se actualizado no que o povo quer, pois acredita que ter talento não é suficiente para ganhar notoriedade,  “o artista deve correr atrás e ter padrinhos, isso é ter alguém  para alavancar sua carreira musical”, conta.

 

Suas inspirações artistas variam entre artistas nacionais e internacionais tais como: Twenty Fingers, Mark Exodus, Tory Lanez, Travis Scoot, Don Toliver, Burna Boy.

Entre desafios e sonhos, Jay-S almeja tornar-se o melhor produtor de Moçambique, tarefa difícil pois  “há muitos produtores espetaculares, e tem sido difícil  angariar fundos suficientes para suportar a carreira”, e ainda aponta a  falta de humildade e união entre alguns artistas constituir uma barreira para o desenvolvimento da cultura.

Falando das ambições, Jay-S tem na lista como maior sonho ter sua própria gravadora e trabalhar mais na gravação de músicas, vídeos e participações especiais.

 

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Cultura

Énia Lipanga participa do III congresso de direitos humanos e povos originários em Brasil 

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Énia Lipanga, poetisa e activista social de Moçambique, viaja mais uma vez para o Brasil como uma das vozes convidadas para o III Congresso de Direitos Humanos e Povos Originários, que acontece em Boa Vista, nos dias 21 e 22 de novembro de 2024. 

No evento, Lipanga une sua perspectiva literária à luta pelos direitos humanos e pela valorização das culturas indígenas, participando no painel “Educação de Minorias” com uma palestra sobre “A liberdade feminina em poesias”.

Com profunda sensibilidade, Lipanga olha a poesia como uma poderosa ferramenta de resistência e expressão. “A liberdade é não apenas um direito, mas uma prática cotidiana de resistência e expressão,” afirma.

Para ela, a poesia abre um espaço essencial para “explorar as dores e as alegrias da luta feminina,” permitindo que mulheres de todas as origens reescrevam suas histórias e “rompam silêncios”. Sua palestra é uma reflexão sobre como a literatura pode transformar o entendimento sobre igualdade e autoconhecimento, em um caminho marcado pela resiliência.

A presença de Lipanga no congresso também é uma oportunidade de ampliar o diálogo entre a literatura moçambicana e o movimento pelos direitos das mulheres. Inspirada pelas obras de figuras icônicas de Moçambique, como Lília Momplé e Noémia de Sousa, Lipanga espera levar à audiência brasileira o contexto histórico e cultural da luta por liberdade em seu país. 

“Quero resgatar essas vozes para que a audiência compreenda que a busca pela liberdade em Moçambique tem raízes antigas e marcantes,” declarou.

Ainda embalada pela energia de sua recente digressão “Composta de Ti(s)” pelo Brasil, onde ministrou palestras e participou de saraus em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, Lipanga destacou o impacto dessa conexão intercultural. “Foi uma jornada transformadora, cheia de encontros e trocas que refletem a minha própria história.”

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Cultura

Embaixador do Turismo em Moçambique visita Bazaruto e diz que  é preciso valorizar o que é nosso

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No último sábado, 28 de setembro, o músico e produtor DJ Ardiles, embaixador do turismo em Moçambique, visitou o arquipélago de Bazaruto, na província de Inhambane, onde ficou encantado com o  potencial turístico desta região e saiu com mais certeza de que é preciso valorizar o que é nosso.

Como embaixador de turismo do país, DJ Ardiles acredita que este paraíso devia ser mais explorado pelos moçambicanos e convida a todos a visitarem, porque é do nosso país e devemos sentir orgulho do mesmo. Por isso, o músico pretende continuar a fazer o seu papel de promover este e outros locais turísticos de modo com que todos tenham acesso à informação, conheçam e possam visitar. Na sua visão, valorizar o que é nosso vai desde consumir produtos locais e divulgá-los até tornarem-se comerciais.

Conhecido pelas suas praias de areia branca, águas cristalinas e uma rica vida marinha, Bazaruto é um  destino ideal para mergulho, snorkeling e passeios de barco. Os recifes de corais que cercam as ilhas são lar de uma variedade de espécies marinhas, incluindo peixes coloridos, tartarugas e até golfinhos. Ao visitar este local, DJ Ardiles também reflectiu sobre a importância de se continuar a preservar as diversas espécies marinhas da nossa costa e encorajou o Governo a continuar com o trabalho que tem feito para a conservação das mesmas, assim como o público em geral a fazer a sua parte.

Além das suas belezas naturais, o arquipélago também possui uma rica herança cultural. A interacção com as comunidades locais permite aos visitantes conhecer tradições, a gastronomia e a hospitalidade característica da região.

Segundo DJ Ardiles, o desenvolvimento sustentável do turismo em Bazaruto é crucial para preservar este paraíso, por isso, incentiva também investimentos em infra-estruturas que respeitem o meio ambiente e promovam a conservação dos ecossistemas.

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Fast Food

“Não penso na velhice, tenho medo que a velhice pense em mim”- Mia Couto

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Mia Couto,novo livro

O escritor moçambicano Mia Couto, famoso por suas obras, frequentemente aborda a temática do tempo em suas entrevistas e livros. Para o escritor, o tempo e as idades devem ser encarados como travessias, uma visão que permeia sua produção literária.

Em um curto vídeo recente, Mia Couto expressa seu desejo de atravessar o tempo de maneira distraída, sem se deixar prender por suas limitações. Essa mesma reflexão está presente no poema “O espelho”, escrito em 2006, no qual o autor discorre sobre a perplexidade diante do envelhecimento e como a luz da idade revela nosso verdadeiro reflexo.

Confira abaixo o poema que explora essa temática:

O espelho

“Esse que em mim envelhece  

assomou ao espelho  

a tentar mostrar que sou eu.  

Os outros de mim,  

fingindo desconhecer a imagem,  

deixaram-me, a sós, perplexo,  

com meu súbito reflexo.  

A idade é isto: o peso da luz  

com que nos vemos.”

Maputo, 2006

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