Opinião
Podcasts moçambicanos que não pode morrer sem conhecer
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O advento do mundo digital trouxe consigo novas formas de interação social e de compartilhamento de conhecimento, permitindo que experiências sejam compartilhadas com um público mais amplo. Com o avanço tecnológico,surgiram os Podcasts, que tornaram-se uma febre no mundo e Moçambique não foi uma excepção.
Neste artigo, apresentaremos alguns podcasts moçambicanos que todo cidadão do país deve conhecer antes de passar dessa para uma melhor. A ordem de apresentação não possui nenhum significado específico.
MozPod
Criado por Ismail Essak, responsável pelo estúdio videográfico Chairman, este podcast é gravado em seus próprios estúdios. Nele, são abordados temas que impactam a sociedade de diversas formas, desde o universo da arte e cultura até os desafios dos relacionamentos, negócios, educação e muito mais.
Kubhula
Este podcast busca captar as opiniões, pensamentos e experiências das pessoas que vivem na sociedade moçambicana, estabelecendo conexões por meio de conversas significativas.
Tu para Tu
Apresentado pelo rapper Young Ricardo, este podcast proporciona uma visão mais profunda dos artistas, explorando suas trajectórias e oferecendo opiniões sobre o mundo em que vivem.
Vinyl Podcast
Sob a responsabilidade de João da Diamantina, este podcast aborda os bastidores da música, revelando aspectos nunca antes divulgados pelos próprios artistas.
Podcast para Elas
Um programa que traz conversas inspiradoras e temas pertinentes, destacando mulheres de diferentes sectores da economia e seu papel relevante no desenvolvimento econômico e social.
Conversas de IT
Explorando as últimas tendências e avanços tecnológicos, este podcast apresenta convidados que compartilham suas experiências e conhecimentos em torno de temas relevantes da área de tecnologia.
Ir Fitness
Um podcast focado em saúde e bem-estar, com ênfase em musculação. O canal onde é transmitido o Pod foi inaugurado em 2018.
Makagui
Sob a responsabilidade de Daniel David, este projecto tem como missão contribuir para o desenvolvimento pessoal e profissional dos “Makagui”, expressão que representa uma irmandade especial entre indivíduos.
Life Podcast
Este podcast tem como objectivo fornecer informações sobre saúde, bem-estar e esportes, por meio de experiências compartilhadas por indivíduos e especialistas da área.
Opinião
Mana Cecy tem muito a aprender com Liloca
As redes sociais, palco de debates intensos e, muitas vezes, impiedosos, têm sido o terreno onde figuras públicas enfrentam os desafios da exposição. Mana Cecy, conhecida pelo seu carisma e influência, viu-se recentemente envolvida em uma onda de críticas após suas declarações e atitudes em relação às manifestações em Moçambique.
O incidente mais emblemático foi o vídeo onde, visivelmente desconfortável, relatou ter sido forçada a gritar “Povo no Poder”. Contudo, sua tentativa de esclarecer os eventos acabou por intensificar o desagrado público.
O erro de Cecy não foi apenas no posicionamento inicial de distanciamento, mas na insistência em não reconhecer sua falha com humildade. O discurso posterior, em que voltou a culpar “as pessoas erradas”, revelou uma desconexão com a sensibilidade do momento.
Em contrapartida, artistas como Liloca ensinam uma lição poderosa: o silêncio. Diante de ataques ou controvérsias, Liloca opta por manter-se reservada, concentrando-se no que sabe fazer melhor, o seu trabalho. Esse contraste expõe uma verdade dura, mas necessária: às vezes, a melhor resposta é a ausência de resposta.
A crise de Mana Cecy é um lembrete de que figuras públicas carregam a responsabilidade de entender o impacto de suas palavras e atitudes. Aprender a ouvir, aceitar críticas e, sobretudo, demonstrar empatia são ferramentas fundamentais para navegar pelas águas agitadas da opinião pública. Talvez o silêncio de Liloca não seja apenas uma escolha, mas uma estratégia de sabedoria em tempos de tempestade. Mana Cecy pode e deve aprender com isso.
Opinião
Internautas ensinam artistas a desactivar comentários
Em tempos de agitação social, ser uma figura pública e manter-se em silêncio é, para muitos, uma posição tão barulhenta quanto qualquer grito. No palco das redes sociais moçambicanas, onde as palavras ganham o peso de julgamentos e aplausos, a neutralidade tornou-se um risco e os influenciadores que evitam apoiar o povo em suas demandas urgentes sentem agora o peso desse risco.
Assim, Hot Blaze, Mr. Bow, Liloca e outros nomes de destaque na cena digital aprenderam a lidar com uma nova realidade: o medo dos comentários.
Diante da fúria dos internautas, que pressionam as figuras públicas a se posicionarem sobre a situação sociopolítica de Moçambique, a estratégia de bloquear comentários tem sido o escudo preferido. A tentativa, entretanto, pouco parece servir de proteção, pois as redes fervem em discussões, e o público encontra formas alternativas de expressar seu descontentamento seja compartilhando imagens ou criando fóruns de debate à parte, onde as vozes contrárias ao silêncio dos influenciadores se multiplicam.
Esses bloqueios de comentários revelam não apenas uma tentativa de escapar da pressão popular, mas também um sintoma de um receio profundo: o de que influenciar verdadeiramente exija, afinal, um compromisso com as causas que reverberam fora das telas.
Opinião
Tabasilly é o responsável pelo sucesso de Mr. Bow
Tabasilly, é uma figura incontornável na construção de carreiras musicais em Moçambique. Entre 2013 e 2015, quando eu colaborava na Rádio Terra Verde, tive a oportunidade de testemunhar de perto a dedicação e generosidade de Taba, características que o tornaram um pilar no sucesso de vários artistas.
Ele era responsável por levar as músicas do Mr. Bow para a rádio, mas o que mais me impressionava era sua insistência em garantir que as canções de seu amigo fossem tocadas, mesmo quando tinha suas próprias músicas para promover. Esse altruísmo revelou uma faceta rara no mundo competitivo da música: a disposição de impulsionar o talento alheio sem colocar o próprio ego em primeiro plano.
Apesar de insinuações de que Mr. Bow poderia se tornar uma ameaça ao seu próprio sucesso, Taba nunca via isso como um problema. Ele acreditava firmemente que havia espaço para todos brilharem, citando exemplos como Wazimbo, Antônio Marcos, Safira José, Domingas e Belita, e Rosália Mboa, que fizeram sucesso simultaneamente. Esse espírito colaborativo não só ajudou a moldar a carreira de Mr. Bow, mas também influenciou profundamente outros talentos emergentes.
Em 2020, conheci Kay Novela, um jovem talentoso que revelou que, em meio a muitas dificuldades, foi Tabasilly quem o ajudou a subir aos grandes palcos na África do Sul. Graças ao apoio de Taba, Kay conseguiu não apenas visibilidade, mas também estabilidade financeira e contatos valiosos.
O reconhecimento veio em 2020, quando Mr. Bow lançou o álbum *Story of My Life* e presenteou Tabasilly com um cheque de 100.000 MZN, como forma de agradecer por seu papel crucial na construção de seu sucesso. Além disso, foi Tabasilly quem introduziu Mabermuda a King Bow, facilitando colaborações que enriqueceram a cultura musical moçambicana.
Tabasilly não é apenas um músico talentoso, mas também um verdadeiro mentor e construtor de carreiras. Sua generosidade e visão colaborativa têm deixado uma marca indelével na música de Moçambique, abrindo portas e criando oportunidades para muitos artistas brilharem. Sua contribuição é um exemplo de como o sucesso pode ser alcançado não apenas através de talento individual, mas também através de apoio mútuo e solidariedade.
Texto de Mia Tembe