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Kico da Kivu finaliza “King antes do álbum”, rumo a Internacionalização da sua carreira - Xigubo
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Opinião

Kico da Kivu finaliza “King antes do álbum”, rumo a Internacionalização da sua carreira

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Kico da Kivu finaliza “King antes do álbum”, rumo a Internacionalização da sua carreira

“A Ep não tem data, pode sair hoje, amanhã ou qualquer dia” – Kiku da Kivo

Era um dia como um outro em Maputo, meio frio, meio quente, um dia indeciso, quando recebi o convite inesperado para testemunhar o nascimento de uma obra musical especial. O protagonista dessa estória é o músico moçambicano Kiko da Kivu, cujas suas músicas tem encantado plateias locais e agora promete alcançar novos horizontes com sua mais recente criação, a Extended Play (EP) “King antes do álbum”.

Com o coração cheio de expectativas, dirigi-me ao local onde o último vídeo clipe das três músicas da EP estava a ser gravado. Senti-me como um privilegiado crítico da área, prestes a presenciar um momento único de criação artística.

A EP é composta por três faixas: “Túnel”, “É amor também” (com a participação especial de Filho de Zua) e “Magoas” que assistimos à gravação do vídeo clipe. Cada uma delas possui uma aura única, carregada de emoção e talento, características marcantes da música de Kiko da Kivu.

Kiko da Kivu finaliza “King antes do álbum”, rumo a Internacionalização da sua carreira

Capa oficial da EP

“Gostamos de exagerar e queremos fazer coisas de nível internacional” – Kico da Kivo

Para o artista, a EP representa uma importante porta de entrada para sua internacionalização, um desejo que o leva a dominar a lusofonia através de sua arte e a trocar experiências com artistas de outros países falantes da língua portuguesa. Como primeiro passo nesse caminho, convidou Filho de Zua para participar do seu novo trabalho, uma colaboração que promete ser memorável, uma vez que a música e tida uma especial por si.

A música “Magoas” cujo vídeo assistimos na primeira pessoa, conta a história de um casal que se separa devido a uma traição. A mulher deseja voltar, mas o homem, dividido entre o desejo do corpo e o peso das mágoas que carrega, enfrenta uma crise interna que o consome. Uma narrativa emocional que reflecte as complexidades dos relacionamentos humanos.

No set de gravação do vídeo clipe “Magoas”, no Chairman Studios, uma atmosfera de magia pairava no ar, discussões constantes, que resultavam em ideias tidas como perfeitas.

O vídeo está dividido em vários cenários, captados nos estúdios, assim como fora do estúdio. Dentro do estúdio, o vídeo carrega marcas da história de Adão e Eva, na parte onde os dois perdem a inocência e por comer o fruto proibido, algo que de forma subliminar vem a casar com razão da discussão entre o casal que chega a separar-se, a quebra dos protocolos da relação.

Para além dessa referência para ilustrar a magoa que este carrega de sua amada, Kiku viajou para outras áreas artísticas, como a grafite e pintura, tudo para deixar ainda mais claros os sentimentos que pretende transmitir em seu audiovisual.

Fora do estúdio, os caminhos de ferro foram explorados e uma Mercedes das antigas, usada para servir de local onde o casal tenta resolver-se, porém sem sucesso. A produção do vídeo não foi isenta de desafios, porem superados. Esperava-se aproveitar o pôr do sol e o atravessar do comboio, porem por motivos técnicos não foi possível, de tal forma que se improvisou um novo cenário, para mostrar que a criatividade sempre esteve em alta, e o luar foi aproveitado dando um outro aspecto ao vídeo.

Com arranjos de D Close e Just Revolution Music, e sob a chancela da Revolucion Music, a EP “King antes do álbum” promete marcar o cenário musical moçambicano e além. A jornada de Kiko da Kivu é uma trilha de emoções e talento, e sua música é uma verdadeira poesia que toca a alma de quem a ouve.

Opinião

Mana Cecy tem muito a aprender com Liloca 

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As redes sociais, palco de debates intensos e, muitas vezes, impiedosos, têm sido o terreno onde figuras públicas enfrentam os desafios da exposição. Mana Cecy, conhecida pelo seu carisma e influência, viu-se recentemente envolvida em uma onda de críticas após suas declarações e atitudes em relação às manifestações em Moçambique. 

O incidente mais emblemático foi o vídeo onde, visivelmente desconfortável, relatou ter sido forçada a gritar “Povo no Poder”. Contudo, sua tentativa de esclarecer os eventos acabou por intensificar o desagrado público.  

O erro de Cecy não foi apenas no posicionamento inicial de distanciamento, mas na insistência em não reconhecer sua falha com humildade. O discurso posterior, em que voltou a culpar “as pessoas erradas”, revelou uma desconexão com a sensibilidade do momento. 

Em contrapartida, artistas como Liloca ensinam uma lição poderosa: o silêncio. Diante de ataques ou controvérsias, Liloca opta por manter-se reservada, concentrando-se no que sabe fazer melhor, o seu trabalho. Esse contraste expõe uma verdade dura, mas necessária: às vezes, a melhor resposta é a ausência de resposta.  

A crise de Mana Cecy é um lembrete de que figuras públicas carregam a responsabilidade de entender o impacto de suas palavras e atitudes. Aprender a ouvir, aceitar críticas e, sobretudo, demonstrar empatia são ferramentas fundamentais para navegar pelas águas agitadas da opinião pública. Talvez o silêncio de Liloca não seja apenas uma escolha, mas uma estratégia de sabedoria em tempos de tempestade. Mana Cecy pode e deve aprender com isso.

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Opinião

Internautas ensinam artistas a desactivar comentários

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Em tempos de agitação social, ser uma figura pública e manter-se em silêncio é, para muitos, uma posição tão barulhenta quanto qualquer grito. No palco das redes sociais moçambicanas, onde as palavras ganham o peso de julgamentos e aplausos, a neutralidade tornou-se um risco  e os influenciadores que evitam apoiar o povo em suas demandas urgentes sentem agora o peso desse risco. 

Assim, Hot Blaze, Mr. Bow, Liloca e outros nomes de destaque na cena digital aprenderam a lidar com uma nova realidade: o medo dos comentários. 

Diante da fúria dos internautas, que pressionam as figuras públicas a se posicionarem sobre a situação sociopolítica de Moçambique, a estratégia de bloquear comentários tem sido o escudo preferido. A tentativa, entretanto, pouco parece servir de proteção, pois as redes fervem em discussões, e o público encontra formas alternativas de expressar seu descontentamento  seja compartilhando imagens ou criando fóruns de debate à parte, onde as vozes contrárias ao silêncio dos influenciadores se multiplicam.

Esses bloqueios de comentários revelam não apenas uma tentativa de escapar da pressão popular, mas também um sintoma de um receio profundo: o de que influenciar verdadeiramente exija, afinal, um compromisso com as causas que reverberam fora das telas.

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Tabasilly é o responsável pelo sucesso de Mr. Bow

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Tabasilly, é uma figura incontornável na construção de carreiras musicais em Moçambique. Entre 2013 e 2015, quando eu colaborava na Rádio Terra Verde, tive a oportunidade de testemunhar de perto a dedicação e generosidade de Taba, características que o tornaram um pilar no sucesso de vários artistas. 

Ele era responsável por levar as músicas do Mr. Bow para a rádio, mas o que mais me impressionava era sua insistência em garantir que as canções de seu amigo fossem tocadas, mesmo quando tinha suas próprias músicas para promover. Esse altruísmo revelou uma faceta rara no mundo competitivo da música: a disposição de impulsionar o talento alheio sem colocar o próprio ego em primeiro plano.

Apesar de insinuações de que Mr. Bow poderia se tornar uma ameaça ao seu próprio sucesso, Taba nunca via isso como um problema. Ele acreditava firmemente que havia espaço para todos brilharem, citando exemplos como Wazimbo, Antônio Marcos, Safira José, Domingas e Belita, e Rosália Mboa, que fizeram sucesso simultaneamente. Esse espírito colaborativo não só ajudou a moldar a carreira de Mr. Bow, mas também influenciou profundamente outros talentos emergentes.

Em 2020, conheci Kay Novela, um jovem talentoso que revelou que, em meio a muitas dificuldades, foi Tabasilly quem o ajudou a subir aos grandes palcos na África do Sul. Graças ao apoio de Taba, Kay conseguiu não apenas visibilidade, mas também estabilidade financeira e contatos valiosos.

O reconhecimento veio em 2020, quando Mr. Bow lançou o álbum *Story of My Life* e presenteou Tabasilly com um cheque de 100.000 MZN, como forma de agradecer por seu papel crucial na construção de seu sucesso. Além disso, foi Tabasilly quem introduziu Mabermuda a King Bow, facilitando colaborações que enriqueceram a cultura musical moçambicana.

Tabasilly não é apenas um músico talentoso, mas também um verdadeiro mentor e construtor de carreiras. Sua generosidade e visão colaborativa têm deixado uma marca indelével na música de Moçambique, abrindo portas e criando oportunidades para muitos artistas brilharem. Sua contribuição é um exemplo de como o sucesso pode ser alcançado não apenas através de talento individual, mas também através de apoio mútuo e solidariedade.

Texto de Mia Tembe

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