Cultura
Anésio Manhiça expõe “Purificação no Índico” no Museu do Mar
- Share
- Tweet /var/www/wptbox/wp-content/plugins/mvp-social-buttons/mvp-social-buttons.php on line 67
https://xigubo.com/wp-content/uploads/2022/10/ANESIO-e1664786682957-1000x600.jpg&description=Anésio Manhiça expõe “Purificação no Índico” no Museu do Mar', 'pinterestShare', 'width=750,height=350'); return false;" title="Pin This Post">
Depois da exposição, a “A viagem do plástico” o fotoetnográfico Anésio Manhiça expõe a sua segunda exposição individual no Museu do Mar, “Purificação no Índico” realizada no âmbito do programa Mar Nosso da embaixada da França em Moçambique, em comemoração do dia internacional do Mar que se assinalado no dia 29 de Setembro.
Com notável regularidade entre as culturas humanas, a água tem sido usada para comunicar o valor sagrado da vida, a dimensão espiritual da purificação, protecção, cura e o profundo significado do sofrimento e da redenção na vida humana.
Usando a sua forma de expressão fotográfica, onde através de objectos revela a interacção dos Homens com o meio ambiente e as transformações que estas relações condicionam, explora na sua exposição a relação de ziones, membros da igreja cristã da África Austral com o mar, local que consideram sagrado e com poderes de cura, purificação e reapropriação de crenças e práticas de acção do Espírito Santo.
Para além disso, a exposição traz uma reflexão sobre as práticas socioculturais associadas ao uso do Mar e as transformações que as mesmas possibilitam à paisagem marinha e em conjunto repensar sobre como garantir a sustentabilidade do Mar.
O trabalho, é composto por 14 fotografias que exploram os rituais de cura e purificação desenvolvidos no Mar ou em outros espaços, com base em recursos marinhos. As fotos foram captadas em Setembro 2022, no Tofo Município de Inhambane e na Costa do Sol, no Município de Maputo.
Para além das fotos, é possível ver na exposição, diálogos, que ilustram, o contraste e drama existente entre a Polícia Municipal e os crentes que se fazem à praia, por conta das restrições impostas pela Covid-19, algo que levou a alguns Ziones a usarem formas alternativas na realização de seus rituais
A exposição, é financiada pela Embaixada da França em Moçambique e conta com apoio do Museus do Mar, Conselho Municipal de Maputo, Kaleidoscopio – Pesquisa em Políticas Públicas e da Sociedade do Plástico.
Anésio tem mestrado em sócio-antropologia feito na Universidade Paris 8, França e pesquisador na Kaleidoscopio – Pesquisa em Políticas Públicas e Cultura. Sua carreira no mundo fotográfico iniciou em 2021, quando ocupou o primeiro lugar no concurso organizado pela Associação Cultural Kulungwana e foi o terceiro colocado no concurso de fotografia organizado pela UN-Habitat em parceria com o Conselho Municipal da Cidade da Beira.
Cultura
Énia Lipanga participa do III congresso de direitos humanos e povos originários em Brasil
Énia Lipanga, poetisa e activista social de Moçambique, viaja mais uma vez para o Brasil como uma das vozes convidadas para o III Congresso de Direitos Humanos e Povos Originários, que acontece em Boa Vista, nos dias 21 e 22 de novembro de 2024.
No evento, Lipanga une sua perspectiva literária à luta pelos direitos humanos e pela valorização das culturas indígenas, participando no painel “Educação de Minorias” com uma palestra sobre “A liberdade feminina em poesias”.
Com profunda sensibilidade, Lipanga olha a poesia como uma poderosa ferramenta de resistência e expressão. “A liberdade é não apenas um direito, mas uma prática cotidiana de resistência e expressão,” afirma.
Para ela, a poesia abre um espaço essencial para “explorar as dores e as alegrias da luta feminina,” permitindo que mulheres de todas as origens reescrevam suas histórias e “rompam silêncios”. Sua palestra é uma reflexão sobre como a literatura pode transformar o entendimento sobre igualdade e autoconhecimento, em um caminho marcado pela resiliência.
A presença de Lipanga no congresso também é uma oportunidade de ampliar o diálogo entre a literatura moçambicana e o movimento pelos direitos das mulheres. Inspirada pelas obras de figuras icônicas de Moçambique, como Lília Momplé e Noémia de Sousa, Lipanga espera levar à audiência brasileira o contexto histórico e cultural da luta por liberdade em seu país.
“Quero resgatar essas vozes para que a audiência compreenda que a busca pela liberdade em Moçambique tem raízes antigas e marcantes,” declarou.
Ainda embalada pela energia de sua recente digressão “Composta de Ti(s)” pelo Brasil, onde ministrou palestras e participou de saraus em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, Lipanga destacou o impacto dessa conexão intercultural. “Foi uma jornada transformadora, cheia de encontros e trocas que refletem a minha própria história.”
Cultura
Embaixador do Turismo em Moçambique visita Bazaruto e diz que é preciso valorizar o que é nosso
No último sábado, 28 de setembro, o músico e produtor DJ Ardiles, embaixador do turismo em Moçambique, visitou o arquipélago de Bazaruto, na província de Inhambane, onde ficou encantado com o potencial turístico desta região e saiu com mais certeza de que é preciso valorizar o que é nosso.
Como embaixador de turismo do país, DJ Ardiles acredita que este paraíso devia ser mais explorado pelos moçambicanos e convida a todos a visitarem, porque é do nosso país e devemos sentir orgulho do mesmo. Por isso, o músico pretende continuar a fazer o seu papel de promover este e outros locais turísticos de modo com que todos tenham acesso à informação, conheçam e possam visitar. Na sua visão, valorizar o que é nosso vai desde consumir produtos locais e divulgá-los até tornarem-se comerciais.
Conhecido pelas suas praias de areia branca, águas cristalinas e uma rica vida marinha, Bazaruto é um destino ideal para mergulho, snorkeling e passeios de barco. Os recifes de corais que cercam as ilhas são lar de uma variedade de espécies marinhas, incluindo peixes coloridos, tartarugas e até golfinhos. Ao visitar este local, DJ Ardiles também reflectiu sobre a importância de se continuar a preservar as diversas espécies marinhas da nossa costa e encorajou o Governo a continuar com o trabalho que tem feito para a conservação das mesmas, assim como o público em geral a fazer a sua parte.
Além das suas belezas naturais, o arquipélago também possui uma rica herança cultural. A interacção com as comunidades locais permite aos visitantes conhecer tradições, a gastronomia e a hospitalidade característica da região.
Segundo DJ Ardiles, o desenvolvimento sustentável do turismo em Bazaruto é crucial para preservar este paraíso, por isso, incentiva também investimentos em infra-estruturas que respeitem o meio ambiente e promovam a conservação dos ecossistemas.
Fast Food
“Não penso na velhice, tenho medo que a velhice pense em mim”- Mia Couto
O escritor moçambicano Mia Couto, famoso por suas obras, frequentemente aborda a temática do tempo em suas entrevistas e livros. Para o escritor, o tempo e as idades devem ser encarados como travessias, uma visão que permeia sua produção literária.
Em um curto vídeo recente, Mia Couto expressa seu desejo de atravessar o tempo de maneira distraída, sem se deixar prender por suas limitações. Essa mesma reflexão está presente no poema “O espelho”, escrito em 2006, no qual o autor discorre sobre a perplexidade diante do envelhecimento e como a luz da idade revela nosso verdadeiro reflexo.
Confira abaixo o poema que explora essa temática:
O espelho
“Esse que em mim envelhece
assomou ao espelho
a tentar mostrar que sou eu.
Os outros de mim,
fingindo desconhecer a imagem,
deixaram-me, a sós, perplexo,
com meu súbito reflexo.
A idade é isto: o peso da luz
com que nos vemos.”
Maputo, 2006